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Economia em Destaque: Taxa Selic volta ao pico dos últimos 10 anos

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

O banco central dos Estados Unidos (Fed) manteve a taxa básica de juros, mas apontou para maior incerteza econômica. Embora o mercado esteja debatendo a probabilidade de recessão, o presidente do Fed considera esse um cenário improvável. Os bancos centrais da China e do Japão também optaram pela manutenção dos juros de referência. Enquanto os dados na China mostraram relativa recuperação na atividade, no Japão, a economia cresceu abaixo do esperado.

No Brasil, o Banco Central aumentou a taxa Selic em 1,00 p.p. para 14,25%, como previsto. Em relação aos próximos passos, o Copom “antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião".

No campo fiscal, o governo apresentou o projeto de lei que aumenta o limite de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil. Ademais, o Congresso aprovou o projeto de lei orçamentária para 2025. A proposta projeta superávit de R$ 15 bilhões.

Gráfico da Semana

Cenário Internacional

Banco Central dos Estados Unidos mantém juros, mas aponta maior incerteza econômica

O banco central dos Estados Unidos (Fed) manteve os juros de referência no intervalo de 4,25% e 4,50%. No comunicado pós-reunião, a autoridade indicou ser provável mais dois cortes de 0,25 p.p. nos juros até o fim do ano e revisou as projeções para esse ano: a expectativa de crescimento do PIB caiu de 2,1% para 1,7%, enquanto a previsão de inflação subiu de 2,5% para 2,8%. O ajuste muito provavelmente já reflete os efeitos das tarifas comerciais anunciadas pelo governo.

O mercado ficou atento como o Fed lidaria com a temática de uma possível recessão na principal economia do mundo. De fato, Jerome Powell, presidente do Fed, destacou que “a incerteza em relação às perspectivas econômicas aumentou”, em grande parte por conta da nova política comercial de Donald Trump. No entanto, disse que a postura correta para a autoridade é a de "esperar por maior clareza" e que, embora os economistas tenham aumentado a probabilidade de uma recessão, este cenário é improvável. Powell indicou ainda que a pressão inflacionária das tarifas seria “transitória”, mas não descarta a piora da inflação no longo prazo e disse que a autoridade monetária acompanha isso com "muito cuidado".

Dados os riscos inflacionários, esperamos que o Fed mantenha os juros no intervalo de 4,25% e 2,50% até o final do ano, visão fora do consenso de mercado.

Sinais de recuperação na atividade econômica da China

Na China, os dados do primeiro bimestre de 2025 trouxeram alguns sinais positivos. As vendas varejistas cresceram 4,0% quando comparadas ao mesmo período do ano passado. A produção industrial e os investimentos em ativos fixos – que incluem propriedades e infraestrutura – avançaram acima das expectativas. Por outro lado, os investimentos imobiliários contraíram e a taxa de desemprego atingiu o maior patamar em dois anos. Analistas de mercado esperam que a recuperação econômica continue, mas “ventos contrários” no cenário internacional podem pesar sobre a economia, com destaque às políticas tarifárias dos Estados Unidos.

Com relação à política monetária, o banco central chinês manteve o atual nível de juros. A autoridade afirmou que cortará as taxas de juros no momento apropriado. Entretanto, a fragilidade do yuan — pressionado pela diferença de juros em relação aos Estados Unidos — é vista como uma limitação para futuros cortes.

Após promessa de pausa, Rússia volta a atacar a Ucrânia; Alemanha se prepara para investimentos em defesa

Após o Presidente russo, Vladimir Putin, concordar com um armistício sobre alvos de energia e infraestrutura, a Rússia voltou a atacar a Ucrânia. Além disso, o governo russo afirmou que o acordo de amplo cessar-fogo de 30 dias continua fora de cogitação até que cumpram suas exigências – manter territórios conquistados e o fim de presença militar estrangeira no país vizinho.

Além disso, como resposta ao afastamento dos Estados Unidos do conflito europeu, a Alemanha concluiu a aprovação de um pacote fiscal histórico que abre espaço no orçamento para a ampliação de gastos. O pacote possibilita o aumento de despesas com defesa, em meio à preocupação generalizada com a segurança dos países europeus, e infraestrutura. A Alemanha e outras nações do bloco têm sido pressionadas a reforçar suas defesas diante do comportamento hostil do governo russo.

Banco Central do Japão mantém juros em 0,50%

Em decisão unânime, o Banco Central do Japão interrompeu o ciclo de alta de juros, mantendo a taxa básica em 0,50% - o maior nível desde 2008. No comunicado pós-reunião, a autoridade adotou posição cautelosa, afirmando que a economia cresceu aquém do esperado e a inflação projetada segue abaixo da meta de 2%. Ademais, apontou para os riscos globais associados à política comercial americana e não descartou voltar a subir juros. Segundo o comitê, embora a economia japonesa tenha recuperado moderadamente, ainda persistem algumas fragilidades.

Enquanto isso, no Brasil...

Banco Central aumenta a taxa Selic para 14,25% e antevê ajuste de menor magnitude na próxima reunião

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) realizou o amplamente esperado aumento de 1,00 p.p. na taxa Selic, que atingiu 14,25%. Foi a terceira e última etapa da alta previamente anunciada em sua reunião de dezembro. Parte do mercado temia que o Copom pudesse colocar maior peso sobre a atual desaceleração econômica. No entanto, o comunicado pós-reunião abordou essa questão de maneira equilibrada.

A nota manteve tom vigilante, destacando a "desancoragem adicional das expectativas de inflação, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho”, e concluiu que o cenário "exige uma política monetária mais contracionista". Em outras palavras, um esforço adicional – ou seja, uma taxa Selic mais alta do que a atual mediana do boletim Focus (15,00%) – será necessária para atingir os objetivos do Copom.

Em relação aos próximos passos, o Copom “antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de menor magnitude na próxima reunião". Dado o cenário desafiador descrito no comunicado, consideramos a decisão e o comunicado consistentes com nossa projeção de taxa Selic terminal em 15,50%, após aumentos de 0,75 p.p. em maio e 0,50 p.p. em junho.

Para detalhes, leia o relatório completo “Copom: Ainda há trabalho a fazer”.

Governo anuncia proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil

O presidente Lula enviou ao Congresso o projeto de lei que aumenta o limite de isenção do imposto de renda (IR) para pessoas físicas que ganham até R$ 5.000 por mês. Na prática, o país passará a ter quatro grandes grupos de tributação:  i) contribuintes com rendimentos de até R$ 5 mil ficam isentos; ii) contribuintes com renda entre R$ 5 mil e R$ 7 mil pagarão menos imposto do que atualmente; iii) contribuintes com rendimentos acima de R$ 7 mil permanecem com as regras atuais; e iv) contribuintes com rendimentos acima de R$ 50 mil por mês, deverão pagar um IR mínimo. A isenção até R$ 5 mil e os descontos para quem recebe até R$ 7 mil terão um custo fiscal de R$ 25,8 bilhões em 2026, segundo informações do governo.

Para compensar a perda de receita, o governo propôs: i) uma alíquota mínima de imposto efetivo para indivíduos de alta renda – aqueles que recebem mais de R$ 50 mil por mês; e ii) a tributação de dividendos enviados ao exterior. Como a alíquota mínima de imposto efetivo só será conhecida em 2027 (quando ocorre o ajuste anual do IR), o governo estabeleceu uma retenção de imposto de renda sobre dividendos acima de R$ 50 mil recebidos de uma mesma empresa no mês.

A proposta segue para discussão no Congresso, e pode sofrer alterações ao longo dos próximos meses.

Para mais detalhes, leia o relatório “Reforma do Imposto de Renda: O que muda para você?

Congresso aprova projeto de lei orçamentária para 2025 com superávit estimado de R$ 15 bilhões

Depois de três meses de atraso, o Congresso Nacional aprovou o projeto de lei com o orçamento para 2025. A proposta mantém a meta de déficit zero e projeta superávit de R$ 15 bilhões (equivalente a 0,1% do PIB). O cálculo desconsidera o pagamento de precatórios (dívida que o governo precisa pagar por determinação da Justiça), que são excluídos da meta fiscal.

A pedido do governo, a proposta incluiu: (i) aumento de R$ 3 bilhões nas despesas para o Vale-Gás, (ii) aumento de R$ 8,3 bilhões nas despesas previdenciárias, e (iii) aumento de R$ 338,6 milhões no seguro-desemprego. Houve também pedido para redução de R$ 7,7 bilhões com cadastros irregulares no Bolsa Família e R$ 4,8 bilhões em ações de apoio à implementação de Escolas de Tempo Integral. De acordo com o relator, essas mudanças somam R$ 40 bilhões. O relatório também fixa o valor destinado às emendas parlamentares em cerca de R$ 50 bilhões. O texto segue agora para sanção presidencial.

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Destaques da próxima semana   

No cenário internacional, o principal destaque será a divulgação do núcleo do PCE nos Estados Unidos de fevereiro – trata-se do principal indicador de inflação do país. Além disso, PMIs de serviços e industriais serão divulgados na Zona do Euro e nos Estados Unidos – PMIs são sondagens com empresas que visam medir o clima da atividade econômica.

No Brasil, outra semana relevante para a política monetária. Serão divulgados a ata da última reunião do Copom e o Relatório Trimestral de Inflação – ambos os documentos trarão detalhes sobre a última decisão de juros e poderão dar pistas sobre os próximos passos da autoridade monetária. Do lado da inflação, o IPCA-15 de março será divulgado pelo IBGE e esperamos moderação ante fevereiro, embora com composição ainda desafiadora. Sobre a atividade econômica, conheceremos o saldo de empregos formais (relatório Caged) e a taxa de desemprego (PNAD Contínua) de fevereiro. Por fim, o BCB divulgará as estatísticas do setor externo, também referentes a fevereiro. Veja nossas projeções abaixo.

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