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Economia em Destaque: Ata do Copom reforça cenário de inflação desafiador

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

Mercado de trabalho dos Estados Unidos continua sólido, com taxa de desemprego nas mínimas históricas e salários em alta. Além disso, membros do governo de Donald Trump afirmaram que o país segue comprometido com a política de dólar forte e com a implementação de tarifas comerciais. 

Na zona do euro, a medida de núcleo da inflação apresentou dinâmica benigna, sugerindo alívio para o Banco Central Europeu. 

No Brasil, a ata do Copom reforçou o cenário de inflação desafiador, com projeções acima da meta e balanço de riscos altista. Em relação aos indicadores econômicos, a produção industrial recuou pelo terceiro mês consecutivo, o que corrobora o quadro de desaceleração gradual da atividade.

No campo político, destaque para a eleição dos novos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, que comandarão as casas legislativas nos próximos dois anos.

Gráfico da Semana

Cenário Internacional

Mercado de trabalho dos Estados Unidos continua sólido

Nos Estados Unidos, o principal relatório do mercado de trabalho (Nonfarm Payroll) apontou para criação líquida de 143 mil empregos em janeiro, abaixo das expectativas. Apesar disso, a taxa de desemprego recuou de 4,1% em dezembro para 4,0% em janeiro, permanecendo em níveis historicamente baixos. Houve geração de quase 2,0 milhões de vagas em 2024, após 3,0 milhões em 2023. Em geral, o mercado de trabalho americano continua apertado, em que pese sinais de desaceleração gradual nos últimos meses.  

Não prevemos mais cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) este ano. A economia parece equilibrada com as atuais condições monetárias, e os riscos de inflação estão inclinados para cima.

Dólar forte e tarifas comerciais continuam no foco do Donald Trump

O Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou que o governo de Donald Trump continua comprometido com a política de dólar forte. Ademais, Jamieson Greer, indicado pelo Presidente para exercer o cargo de representante comercial, afirmou que vem analisando a implementação de tarifas de importação universais com o intuito de reverter o déficit comercial do país. Trump também prometeu anunciar tarifas sobre importações iguais às taxas que os parceiros comerciais impõem para os Estados Unidos. Não houve anúncio sobre quais países seriam afetados.

A introdução de tarifas comerciais sobre México e Canadá foi suspensa por 30 dias, após acordo com o governo americano. Tanto o Primeiro-Ministro canadense, Justin Trudeau, quanto a Presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, concordaram em reforçar medidas de fiscalização de fronteira em resposta à exigência de Trump para os países reprimirem a imigração e o contrabando de drogas. Nenhum acordo desse tipo ocorreu com a China, que enfrenta tarifas gerais de 10% impostas pelos Estados Unidos. O país asiático decidiu retaliar com tarifas de 15% sobre carvão e produtos de gás natural liquefeito, além de 10% sobre petróleo bruto, máquinas agrícolas, caminhonetes e alguns carros de luxo importados da economia americana (vigência a partir de 10 de fevereiro). Segundo a Casa Branca, os líderes dos Estados Unidos e da China agendaram uma ligação para o final de semana.

Inflação da zona do euro traz sinais de alívio

A inflação ao consumidor da zona do euro subiu de 2,4% em dezembro para 2,5% em janeiro, ligeiramente acima das expectativas (2,4%), como reflexo dos custos de energia mais elevados. No entanto, a medida de núcleo de inflação – que exclui os preços de itens voláteis – permaneceu em 2,7%, enquanto o componente de serviços desacelerou. Esses resultados sugerem alívio para o Banco Central Europeu, que vem enfrentando o desafio de ponderar entre aumento da inflação e baixo crescimento econômico na região.  

No Brasil...

Copom reforça compromisso com convergência da inflação à meta

O Copom publicou a ata de sua reunião de política monetária realizada em janeiro. O documento apresentou cenário desafiador para a inflação. As projeções de IPCA seguem acima da meta, e a ata reforçou que os riscos continuam assimétricos para cima. No cenário doméstico, o Comitê destacou que “o conjunto dos indicadores de atividade e do mercado de trabalho tem apresentado dinamismo”, e sugeriu cautela na leitura dos sinais incipientes de desaceleração econômica. Ademais, a autoridade demonstrou preocupação com a dinâmica das expectativas inflacionárias. Ainda segundo a ata, a guerra comercial global representa um risco altista para a inflação, mas seus desdobramentos podem reduzir as projeções à medida que “o cenário-base ora incorporado em preços possa não se materializar”.

Em nossa avaliação, a ata está alinhada com nosso cenário de taxa Selic terminal em 15,50%. Porém, caso a taxa de câmbio se estabilize em patamares mais baixos e a desaceleração econômica se intensifique, o Copom poderá encerrar o ciclo de alta de juros em maio, em vez de junho, como projetado atualmente em nosso cenário-base.

Produção industrial recua pelo terceiro mês consecutivo, porém menos do que o esperado

O cenário de desaceleração gradual da atividade econômica persiste. A produção industrial caiu 0,3% em dezembro em relação a novembro, resultado melhor que o esperado (estimativas apontavam para contração ao redor de 1,0%). Dito isso, o volume produzido pela indústria encolheu pelo terceiro mês seguido. 3 das 4 principais categorias econômicas e 15 das 25 atividades manufatureiras recuaram na comparação mensal. Consequentemente, a produção industrial teve queda de 0,1% no 4º trimestre em comparação ao 3º trimestre de 2024 (alta de 3,1% ante o 4º trimestre de 2023).  

Em nossa visão, as perspectivas para 2025 são mais desafiadoras. Condições financeiras mais restritivas, expansão mais moderada da renda disponível às famílias e maior percepção de risco devem provocar arrefecimento na maioria dos segmentos manufatureiros. Ainda assim, não prevemos queda brusca no setor.

Novos Presidentes na Câmara dos Deputados e no Senado Federal

A Câmara dos Deputados e o Senado Federal elegeram novos Presidentes. Hugo Motta assumiu a liderança na Câmara, sucedendo Arthur Lira, enquanto o Senado agora é comandado por Davi Alcolumbre - ambos venceram com ampla margem de votos. Na frente econômica, o governo busca aprovar o Orçamento de 2025 e avançar em medidas prioritárias para o Ministério da Fazenda, incluindo a regulamentação da reforma tributária sobre o consumo e a isenção do Imposto de Renda (IRPF) para quem ganha até R$ 5 mil por mês. No entanto, enfrenta desafios como o impasse em torno das emendas parlamentares bloqueadas no ano passado e as negociações a respeito da reforma ministerial.

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O que esperar da semana que vem

No cenário internacional, as divulgações da inflação ao consumidor e ao produtor dos Estados Unidos estarão no centro das atenções. Com isso, o mercado terá mais dados para ponderar sobre a intensidade da desinflação americana. Na Europa, a divulgação do PIB do 4º trimestre de 2024 mostrará o grau de desaceleração da economia, que vem preocupando os analistas.

No Brasil, destaque para a inflação ao consumidor medida pelo IPCA de janeiro. No campo da atividade, a Pesquisa Mensal de Serviços e a Pesquisa Mensal de Comércio serão relevantes para fornecer mais indicações sobre a desaceleração econômica. Veja nossas projeções abaixo.

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