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Economia em Destaque: Agência S&P melhora perspectiva da nota de crédito do Brasil

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

No cenário internacional, o Fed deixou sua taxa básica de juros estável, conforme amplamente esperado pelo mercado, mas sinalizando que pode ser apenas uma pausa. Atrasado frente a seus pares, o Banco Central Europeu elevou suas taxas de referência em 0,25pp, e mais aperto pode vir adiante. Já na China, os dados de atividade econômica seguem surpreendendo para baixo e elevam apostas sobre mais incentivos fiscais e monetários.

No Brasil, a agência S&P revisou a perspectiva da nota de crédito soberana de estável para positiva, ajudando a impulsionar os ativos brasileiros. Além disso, dados de varejo e serviços de abril mostraram arrefecimento da economia brasileira no início do 2º trimestre. Destaque ainda para a revisão das projeções de IPCA realizada pelo time macro da XP, de 5,4% para 4,9% em 2023, e de 4,7% para 4,5% em 2024.

Cenário internacional

Fed mantém a taxa de juros, em meio à atividade ainda forte e inflação com sinais de acomodação

O comitê de política monetária do banco central dos Estados Unidos (Fed) deixou sua taxa de juros de referência estável pela primeira vez desde janeiro de 2022, no intervalo entre 5,00% e 5,25%. A comunicação pós-reunião, no entanto, indicou que essa pode ser apenas uma pausa. Na coletiva de imprensa que sucedeu o anúncio, o Presidente do Fed, Jerome Powell, enfatizou que “quase todos os participantes acreditam que apertos adicionais serão necessários”.

De fato, as vendas no varejo cresceram 0,3% em maio ante abril, frente a uma queda de 0,1% esperada pelo mercado. A demanda interna sólida e o mercado de trabalho aquecido tendem a retardar a queda da inflação.

Em contrapartida, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA subiu 0,1% no mês passado, após elevação de 0,4% em abril. No acumulado dos últimos 12 meses, a inflação recuou de 4,9% para 4,0%, o menor nível desde março de 2021. Mesmo os itens mais resistentes, como os preços de serviços, têm mostrado alguma descompressão.

Assim, acreditamos que o Fed vai acabar se convencendo de que não precisará mais subir juros neste ano.

Atrasado frente ao seu par da América, o Banco Central Europeu sobe juros e avisa que não vai parar

O Banco Central Europeu (BCE) elevou suas três taxas de juros de referência em 0,25pp, em linha com as expectativas do mercado. A taxa de juros de refinanciamento atingiu 4,00%, o patamar mais alto em 22 anos. As projeções para o núcleo da inflação nos próximos três anos foram revisadas consideravelmente para cima, o que sugere mais altas pela frente, sinalização que foi reforçada pela Presidente do BCE, Christine Lagarde.

Na China, os dados de maio mostraram desaceleração da atividade econômica

Na China, as vendas no varejo de maio avançaram 12,7% a/a (exp. 13,7%), ante 18,4% em abril. Os investimentos em propriedades cederam 7,2% a/a, enquanto a produção industrial avançou 3,5% a/a (de 5,6% em abril), em linha com as expectativas do mercado. O banco central da China (PBoC, na sigla em inglês) reduziu a taxa de juros de empréstimos de 1 ano para 2,65%, também conforme esperado pelos analistas. A expectativa agora fica por conta de pacotes fiscais que revertam o cenário de desaceleração, o que poderia trazer repercussões positivas para mercados emergentes.

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Enquanto isso, no Brasil...

Perspectiva positiva, embora a nota permaneça baixa

A agência internacional de rating S&P revisou a perspectiva da nota de crédito do Brasil de estável para positiva, o que não acontecia desde 2019. A nota segue BB-, ainda três níveis abaixo do chamado "Grau de Investimento". A agência diz que a mudança reflete uma certeza maior de que políticas monetária e fiscal estáveis possam beneficiar as perspectivas ainda baixas para o PIB do Brasil. Conforme apurou o time de estratégia macro da XP, considerando as 7 vezes em que a S&P colocou viés altista ao rating brasileiro, em 6 delas o rating realmente foi elevado. A exceção foi exatamente na ocasião mais recente, em dez/19. Ativos financeiros brasileiros responderam positivamente ao anúncio.

Varejo e serviços perdendo força

As vendas no varejo ampliado caíram 1,6% m/m em abril, em linha com a nossa estimativa e acima das expectativas de mercado (-2,2% m/m). A categoria 'Materiais de Construção' apresentou a terceira queda consecutiva na comparação mensal, enquanto 'Veículos, Motocicletas, Partes e Peças' interrompeu uma sequência de cinco ganhos consecutivos. Do lado positivo, a categoria de ‘Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo' avançou 14,5% frente a abril do ano passado.

As receitas reais do setor de serviços, por sua vez, recuaram 1,6% em abril ante março, abaixo das expectativas de virtual estabilidade no período. Este resultado interrompeu uma sequência de dois ganhos consecutivos na comparação mensal, levando a uma queda de 0,3% no trimestre móvel encerrado em abril. No que diz respeito aos dados desagregados, quatro entre as cinco categorias principais da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços) registraram queda.

Em geral, os números mostram que o consumo interno segue enfraquecendo. Vale dizer que as revisões altistas recentes nas projeções de PIB refletiram, em grande medida, a produção agrícola recorde em 2023.

Com combustíveis e veículos em queda, reduzimos a projeção para o IPCA de 2023, de 5,4% para 4,9%

A inflação corrente segue em queda.

Os preços de alimentos vêm recuando de forma mais intensa do que o esperado, como mostram as últimas leituras dos IPAs (Índice de Preços ao Produtor Amplo) divulgados pela FGV.

Adicionalmente, a Petrobras anunciou, nesta semana, o corte de R$ 0,13/litro de gasolina nas distribuidoras, que consideramos como medida perene com impacto de -0,1pp sobre a inflação do ano.

Por fim, nossas coletas indicam que os preços de veículos vêm caindo para além do calculado na esteira do programa de subsídios do Governo Federal.

Assim, reduzimos a projeção de alta do IPCA em 2023, de 5,4% para 4,9%. Com a inercia menor oriunda deste ano, reduzimos também a projeção para o IPCA de 2024, de 4,7% para 4,5%.

O que esperar da semana que vem

Na seara internacional, a agenda de indicadores estará relativamente mais tranquila. Destaque para a divulgação dos PMIs - índices de gerente de compras - nas economias desenvolvidas, como Estados Unidos, Zona do Euro, Reino Unido e Japão (na sexta-feira). Também relevantes para os preços de ativos, os dados de inflação no Reino Unido (quarta-feira) e no Japão (quinta-feira) serão conhecidos. Na segunda-feira à noite, os agentes de mercado estarão atentos à decisão sobre taxas de empréstimos na China, que tendem a movimentar os mercados de commodities e moedas emergentes.

No Brasil, destaque ao anúncio da decisão do Copom para a taxa Selic na quarta-feira à noite. O mercado espera manutenção no patamar de 13,75% a.a.. As projeções divulgadas pelo Boletim Focus na segunda-feira serão monitoradas de perto, uma vez que são inseridas na modelagem preditiva do Copom e podem mover os preços de ativos financeiros ao longo do dia. O cenário da XP prevê o início de um ciclo de cortes de juros na reunião do Copom em agosto - a taxa Selic deverá atingir 12,00% no final de 2023. Por fim, na seara política, o mercado estará atento à apresentação do relatório do Arcabouço Fiscal e sua tramitação no Senado Federal.

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