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Economia em Destaque: China é boa notícia, entre riscos globais crescentes

Seu resumo semanal de economia no Brasil e no mundo

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Resumo

No cenário internacional, dados recentes da China indicam um ligeiro avanço em período de crescimento moderado. Nos Estados Unidos, o presidente do Fed, Jerome Powell, indica pequena probabilidade de uma nova alta nos juros americanos, dado a alta recente nas taxas dos títulos públicos.

 No Brasil, Petrobras anuncia reajuste de preços da gasolina e diesel com efeito baixista para o IPCA. Além disso, os indicadores de atividade econômica decepcionaram o mercado.

Cenário internacional

Conflito entre Israel e Hamas segue trazendo risco aos mercados e à economia mundial

Para além do profundo peso humanitário, a guerra entre Israel e o Hamas representa um importante risco à economia global. O principal canal de transmissão é o preço do petróleo, que, se voltar a escalar, pode elevar sensivelmente os custos de produção e a inflação. Por ora, os mercados se moveram pouco, inclusive pela elevada incerteza acerca da evolução do conflito. Especialmente na eventual participação de países vizinhos, e no papel dos Estados Unidos.

Crescimento da China se estabiliza em ritmo moderado

O PIB chinês do terceiro trimestre registrou um crescimento de 1,3% em relação ao trimestre anterior, superando a expectativa de mercado (0,9%).  O resultado sugere que a economia segue em expansão moderada, reduzindo o risco de uma desaceleração mais intensa – o que seria particularmente ruim para o mercado de commodities, afetando diretamente o Brasil.

Na mesma linha, as vendas no varejo avançaram 5,5% em setembro (contra o ano anterior), enquanto a produção industrial, cresceu 4,5%. Os dois resultados também vieram acima do esperado pelos analistas de mercado.  Os investimentos em ativos fixos urbanos, uma importante medida do investimento das empresas, avançou 3,1% em termos anuais. Os dados corroboram que as recentes medidas de estímulo do governo chinês vêm dando resultado. Nesse sentido, as taxas de empréstimos de 1 e 5 anos foram mantidas na última reunião do Banco Central da China (PBoC) na quinta-feira.

Fed sinaliza probabilidade reduzida de nova alta de juros

Em discurso no Clube de Economia de Nova York, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reforçou a baixa probabilidade de um aumento adicional nos juros no país. A principal razão é a expressiva alta recente dos juros dos títulos do tesouro de longo prazo, que resulta em maiores restrições nas condições financeiras dos EUA.

De fato, esta semana os juros dos títulos de 30 anos alcançaram 5.0% ao ano, maior nível desde a crise financeira de 2008.

A economia segue resiliente, o mercado de trabalho bastante aquecido e a inflação acima da meta de 2.0%. Assim, mesmo que os juros não subam mais, eles devem permanecer no atual patamar elevado por um longo tempo.

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Enquanto isso, no Brasil…

Projeções para a inflação de outubro e novembro caem com reajustes de combustíveis pela Petrobras

A Petrobras anunciou redução da sua parcela da gasolina nas refinarias de em R$0,12/litro e aumento no diesel em R$0,25/litro. O efeito líquido para o IPCA é baixista em 7bps, distribuídos em cerca de -3bps em outubro e -4bps em novembro. Com isso, nossa projeção para outubro cai de 0,37% para 0,34% e de novembro, de 0,27% para 0,23%. Nossa projeção para o IPCA de 4,8% em 2023 tem claro viés de baixa.

Dados sugerem perda de fôlego da economia no terceiro trimestre

No Brasil, a receita real do setor de serviços recuou 0,9% em agosto em relação a julho, muito abaixo das expectativas (XP: 0,6%; consenso do mercado: 0,4%). Quatro das cinco principais categorias caíram na base mensal. Em destaque, os serviços para as famílias despencaram, interrompendo uma sequência de quatro aumentos consecutivos (-3,8% na comparação mensal). Os próximos resultados serão cruciais para avaliar se a leitura de agosto significa uma reversão de tendência ou um ponto fora da curva em relação aos gastos pessoais com serviços.

Com relação às vendas no varejo, houve contração de 1,3% em agosto na comparação mensal – resultado também abaixo das expectativas de -0,7%. Por sua vez, as vendas no varejo restrito (excluem veículos, materiais de construção e atacarejo de alimentos e bebidas) recuaram 0,2% no período. A pesquisa mostrou que os gastos pessoais com bens vêm desacelerando, em linha com as condições de crédito restritivas e o alto endividamento das famílias, que pesam especialmente sobre os bens de consumo semiduráveis e duráveis.

Na mesma direção, o IBC-Br – uma proxy mensal para o PIB do Brasil – caiu 0,77% em agosto em relação a julho, um pouco abaixo das expectativas (a XP e o mercado esperavam -0,6%). O indicador cresceu 1,28% em relação a agosto de 2022 (XP: 1,4%; mercado: 1,3%). Vale dizer que houve revisões sutis para cima nos dados dos meses anteriores.

No geral, os indicadores apontam para uma perda de fôlego a partir do segundo semestre, em linha com o contemplado em nosso cenário base. Projetamos que o PIB do Brasil avançará 2,8% em 2023, e 1,5% e, 2024.

Obtenha maiores detalhes sobre as vendas no varejo e o setor de serviços de agosto.

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O que esperar da semana que vem

Na agenda internacional da semana que vem, destaque para a divulgação dos índices PMI de outubro nos Estados Unidos, zona do euro e Reino Unido, que serão divulgados na terça-feira. O índice PMI reflete uma sondagem com empresários sobre as condições econômicas e de negócios nos países. Na 5°-feira, haverá a decisão de política monetária do Banco Central Europeu, e a expectativa é de manutenção das taxas de juros de referência pela primeira vez após dez reuniões consecutivas de alta. Também na 5°-feira, a primeira estimativa do PIB dos EUA do terceiro trimestre será divulgada. Na 6°-feira, destaque para a inflação medida pelo núcleo do deflator das despesas de consumo pessoal (PCE) nos Estados Unidos relativa a setembro.

No Brasil, destaque para a divulgação do IPCA-15 de outubro (5ª-feira), para o qual estimamos alta mensal de 0,17% (5,00% em 12 meses). No mês, é esperada deflação moderada em alimentação no domicílio, em energia elétrica e em gasolina. Por outro lado, devemos ter inflação de serviços avançando em patamar similar ao visto em agosto, devido principalmente a alta em passagens aéreas, e aceleração moderada em bens industriais. Além disso, teremos a divulgação de indicadores de setor externo (5ª-feira), arrecadação federal (2ª-feira) e resultado primário do governo central (6ª-feira).

Na seara política, existe a possibilidade de o relatório da Reforma Tributária ser apresentado no Senado, mas a agenda da Casa pode fazer com que a apresentação seja postergada para o dia 1º de novembro. Na 3ª-feira, a Câmara dos Deputados deve votar o Projeto de Lei sobre a tributação de offshores e fundos exclusivos. No mesmo dia, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado deve aprovar o Projeto de Lei da desoneração da folha de pagamentos. Em entrevista, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que os futuros nomes para a diretoria do Banco Central serão apresentados nos próximos dias.

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