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Selic atinge 9,25% ao ano, e Banco Central indica mais altas

A Selic, taxa básica de juros da economia do país, é o principal instrumento de política monetária do BC para controlar a inflação

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Selic atinge 9,25% ao ano, e Banco Central indica mais altas

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira (8), elevar a nossa taxa básica de juros, a Selic, a 9,25% ao ano. Esta foi a última decisão do ano para os juros. Na última reunião, em outubro, a taxa havia sido elevada para 7,75% ao ano.

A taxa está em processo de elevação desde março deste ano, quando subiu de 2,00% para 2,75% ao ano.

A decisão veio em linha com as nossas expectativas e da maior parte dos analistas de mercado. Esperamos que o Banco Central siga elevando a Selic nas próximas reuniões (em fevereiro e março), até que ela chegue em 11,50% ao ano – onde deve ficar até o final do ano que vem, quando o Banco Central deve passar a reduzi-la gradualmente.

O que é Taxa Selic?

A Selic, taxa básica de juros praticada no Brasil, é o principal instrumento de política monetária do Banco Central (BC) para controlar a inflação, e serve de referência para todas as outras taxas de juros na economia – como empréstimos, financiamentos e investimentos.

Assim, apesar de muitas outras questões impactarem a definição de juros de diferentes investimentos e modalidades de crédito no geral, como o risco de inadimplência e não pagamento (por parte de uma empresa, ou de uma pessoa), movimentos de alta ou baixa na Selic tendem a serem refletidos em todas as taxas da economia.

A taxa Selic é apurada nas operações de empréstimos de um dia entre as instituições financeiras que utilizam títulos públicos federais como garantia, informa o BC. Entenda aqui como ela é calculada.

Como é definida a taxa Selic?

A taxa de juros é determinada pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central – o Copom. A cada 45 dias, o Copom se reúne para definir a meta da taxa Selic, em uma reunião que dura dois dias. Saiba mais sobre a reunião do Copom.

O nível e inflação é o principal determinante da decisão do Copom, sendo o objetivo principal do BC o controle de preço na economia, de acordo com sua meta de inflação. Quanto mais alta a inflação, maior a Selic. Quanto mais baixa a inflação, menor a Selic.

O impacto da elevação ou queda na taxa Selic ocorre especialmente por meio do crédito, que tende a desaquecer / aquecer a economia e reduzir / manter o comportamento dos preços.

Outro canal de transmissão dos juros para controlar a inflação é a taxa de câmbio. Juros mais altos / baixos aumentam /reduzem a atratividade relativa de ativos brasileiros em relação a ativos de outros países – o chamado diferencial de juros. Com maior /menor atratividade de capital, nossa moeda tende a valorizar / desvalorizar, o que por sua vez impacta nossa inflação (real mais fraco impulsiona a inflação; exemplo: preço da gasolina no Brasil sobe, se o real cai).

Finalmente, os juros também impactam os preços por meio das expectativas (sobre os próprios preços no futuro). De maneira simplificada, isso ocorre de acordo com a percepção daqueles determinam os preços finais para o consumidor (seja um pequeno prestador de serviços ou o dono de uma rede de restaurantes ou fábricas). Com juros mais altos / baixos, os chamados “fazedores de preço” entendem que a alta de preços perderá /ganhará força, e então reajustam seu preço de acordo com o movimento esperado.

Ou seja, as expectativas são um dos principais fatores por trás da disseminação da alta de preços de um bem ou de um serviço pontual, para todos os outros na economia.

O que esperar para a Selic em 2022?

Após cada reunião, o Copom divulga um comunicado detalhando sua decisão, e sinalizando ao mercado os próximos passos que devem ser tomados pelo Banco Central em relação à taxa Selic.

Com base no comunicado de hoje, esperamos que o Banco Central dê continuidade no processo de alta da taxa Selic nas próximas reuniões do início do ano que vem. O tom majoritariamente mais duro contra a inflação usado na comunicação do Comitê reforça essa expectativa.

Por exemplo, o Comitê destacou no documento sua preocupação não somente com a inflação atualmente pressionada (muito influenciada por questões como os desequilíbrios das cadeias de produção, o preço de commodities e o clima), mas também com o patamar das expectativas de inflação para os próximos anos.

Expectativas de inflação

As expectativas dos agentes sobre os preços futuros são um dos principais fatores por trás da disseminação da alta de preços de um bem ou de um serviço pontual, para todos os outros na economia.

De maneira simplificada, isso ocorre quando aqueles que determinam os preços finais para o consumidor (seja um pequeno prestador de serviços de casa ou o dono de uma rede de restaurantes ou fábricas) acreditam que os preços seguirão em elevação rápida, eles não “esperam para ver”, e já reajustam seus preços.

Caso contrário, se acreditarem que a política do Banco Central será suficiente para reverter a pressão sobre os preços, eles não elevarão seus preços em antecipação, por receio de perderem demanda.

Assim, essa verdadeira profecia autorrealizável é um dos principais fatores determinantes da inflação e da política monetária, especialmente no Brasil – um país com histórico inflacionário.

Na mesma linha, o Copom também destacou em seu comunicado a importância de seguir com uma política monetária “significativamente” contracionista. Em outras palavras, um nível de juros que seja suficientemente alto para reduzir a pressão sobre os preços – por meio dos canais de transmissão, discutidos acima.

Diante de tudo isso, esperamos que o Copom siga elevando a Selic até que ela chegue em 11,50% ao ano em março. A Selic deve permanecer nesse patamar até o fim de 2022, quando vemos espaço para que o Banco Central passe a reduzi-la gradualmente (com a inflação cedendo).

Assista a análise dos especialistas sobre a decisão do Copom:

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