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Short: o que é e como ‘operar vendido’ em ações

Já ouviu falar em operar vendido? Saiba o que é e como funciona a operação Short, que visa lucrar com a queda de um ativo.

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Short: o que é e como ‘operar vendido’ em ações

Quando falamos em investir em ações, muitas vezes o primeiro pensamento que vem à mente é comprar na baixa, vender na alta e ganhar com a valorização de um papel no longo prazo. Contudo, há muitas outras formas de lucrar usando ações e uma delas é a operação Short.

Nesse tipo de operação, também chamada de “operar vendido” ou “venda a descoberto”, a estratégia é feita esperando a queda do preço do ativo. Mas como lucrar com algo que eu, a princípio, teria que comprar para poder vender? A gente explica.

Como funciona a venda a descoberto

Ao realizar operação, a expectativa é que o preço de um ativo que você não possui caia durante o tempo do contrato. Assim, é necessário realizar o aluguel de ações, para que o investidor que pretende operar possa ter à disposição o ativo em sua carteira sem precisar comprar. Essa operação envolve dois lados, o tomador (quem aposta na queda) e o doador (a pessoa que tem a ação na carteira e oferece para o aluguel).

Por exemplo: em valores hipotéticos, se um ativo hoje é negociado a 100 reais e o investidor acredita que cairá para 50 reais, poderá apostar contra esse papel realizando a operação. Para tanto, o chamado tomador realizaria o aluguel da ação pelo tempo que entende necessário para a queda se concretizar (dentro dos limites de contrato que veremos abaixo), venderia o ativo por 100 reais e se ele estiver certo, no vencimento do prazo, recompraria a ação pelos 50 reais esperados, para, assim, devolver ao doador, a pessoa que alugou aquele papel para quem quer operar vendido.

Nesse caso, o lucro hipotético dessa pessoa foi de 50 reais (preço de venda subtraído do preço da compra ao final do período) menos a taxa do aluguel da ação, operação que explicaremos adiante.

Para realizar Short, é importante acompanhar e conhecer bem dados de papéis

Aluguel de Ações

Um dos movimentos envolvidos na operação Short é o aluguel de ativos mobiliários negociados em bolsa (como ações ou cotas de fundos imobiliários). Para que o investidor possa apostar na queda do preço de qualquer ativo, é preciso que ele alugue e realize a recompra posterior.

A ideia é pautada na realização de um contrato, que permitirá que o tomador (investidor que aluga o ativo) use o papel em questão em suas operações de mercado por um determinado prazo. Após esse período, deverá recomprar o ativo e devolver ao investidor doador, o dono original da ação.

A negociação envolve uma taxa e um período acordado entre as duas partes. Podendo solicitar o encerramento antecipado do contrato, em alguns casos. A transação é toda intermediada pela B3.

Para o doador, essa categoria se apresenta como uma maneira de ampliar a rentabilidade da carteira, com poucos riscos, e a única limitação seria a impossibilidade de realizar a venda do ativo no período de contrato. Já o tomador costuma focar em operações no curto prazo, caso da Short, normalmente buscando lucrar com a queda no preço das ações ou realizar um hedge de carteira. Este investidor deverá dispor de um depósito de garantia (devolvido ao final da operação) para arcar com os custos do aluguel da ação.

O aluguel de ações tem prazo mínimo de um dia e máximo de dois anos, mas permite encerramento antecipados por parte do tomador. Os proventos que o ativo pode gerar no período de aluguel compõem o direito do doador.

Riscos da operação Short

É importante destacar que operar vendido é uma estratégia que exige muito conhecimento e deve ser feita considerando os altos riscos envolvidos.

Em primeiro lugar, deve-se ter em mente que a taxa de aluguel pode ser elevada e que deve ser calculada na projeção do retorno. Dependendo do ativo escolhido, mesmo que se obtenha lucro com a operação Short, ao considerar o retorno real é possível que o investidor se frustre ao perceber que ficou no prejuízo.

Outro ponto a ser considerado é que é necessário ter certeza sobre as expectativas de queda porque, se ao final do contrato, a ação estiver valorizada, o prejuízo pode ser muito grande para o investidor. Vale lembrar que, enquanto o limite da queda de um ativo é zero (ou seja, uma pessoa que compra uma ação só pode perder exatamente aquilo que pagou), o limite da alta é infinito. É por isso que uma pessoa que opera vendido numa estratégia equivocada pode acabar devendo muito dinheiro. Trata-se de uma das operações mais arriscadas do mercado financeiro.

Acompanhar os dados de vendas a descoberto podem fornecer informações valiosas sobre o mercado e sobre o sentimento institucional em relação a uma ação, como fazemos no relatório quinzenal XP Short Scout. Em geral, quando o interesse por aluguel de uma ação está acima do normal, isso indica que os investidores institucionais estão esperando que as ações caiam ou que estão aumentando suas apostas contra as ações.

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