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Vibra Energia (VBBR3) | 2T24: resultado em linha é bom, mas o fluxo de caixa livre poderia ter sido melhor

A Vibra divulgou seus resultados do 2º Trimestre de 2024. Veja nossos comentários.

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Boa DRE, geração de caixa sem brilho e melhores perspectivas para o 3T24

O EBITDA (lucro operacional) da Vibra no 2T24 ficou em linha com as estimativas da XP (+2,8%), com margens ajustadas de R$ 156/m³. O lucro líquido superou as expectativas da XPe devido a ganhos não recorrentes e a uma menor alíquota efetiva de impostos. Acreditamos que há razões para esperar que o 3T24 seja ainda mais forte. A Vibra continuou a reduzir o número de postos, e o capex (investimentos de capital) de embandeiramento permanece baixo. Tínhamos previsto que o fluxo de caixa seria um destaque positivo, mas acabou sendo fraco devido a várias partes móveis.

Outro trimestre em linha, mas bom. A Vibra divulgou os resultados do 2T24 nesta terça-feira (6) após o fechamento de mercado. O EBITDA de R$ 1,4 bilhão (+1,8% t/t, +88,3% a/a) ficou em linha com nossas estimativas (+2,8% vs. XPe), após ajuste para i) R$ 107 milhões (R$ 12,2/m³) de ganho com venda de ativos e ii) R$ 65 milhões (R$ 7,4/m³) de ganhos com crédito tributário. Esse EBITDA ajustado implica uma margem unitária de R$ 156/m³, estável em relação ao trimestre anterior e praticamente em linha com a previsão da XP de R$ 154/m³ discutida na prévia do 2T24: Margens estáveis. O lucro líquido (não ajustado) de R$ 867 milhões foi cerca de 76,9% maior que a previsão da XP devido a esses ganhos não recorrentes e a uma alíquota efetiva de impostos substancialmente menor no trimestre (c.14%).

Perspectivas positivas para o 3T24. Temos uma visão mais construtiva sobre o caso de investimento da Vibra, dado o que acreditamos ser uma dinâmica competitiva positiva no setor. Em nossa opinião, a Petrobras tem praticado preços de gasolina e diesel abaixo da paridade de importação na maior parte do 3T24 até o momento. Acreditamos que isso provavelmente levará à escassez no mercado e ajudará a impulsionar as margens para cima, já que os preços na bomba convergem para mais perto da paridade de importação para incentivar a oferta adicional necessária. No entanto, a recente queda nos preços do Brent nos leva a ter certa cautela, já que os preços internacionais mais baixos podem contrariar essa tese.

Menos postos, market share estável. O número de postos de serviço da Vibra diminuiu para 8.023, uma queda de 39 em relação ao trimestre anterior e 360 em relação ao ano anterior, já que a empresa continua a eliminar os postos que não estão funcionando bem de sua rede. Outra tendência a ser monitorada são os investimentos em branding da Vibra, que permanecem em níveis muito baixos – R$ 55 milhões no 2T24 comparado a R$ 35 milhões no 1T24. Esses números contrastam com a amortização de contratos de R$ 180 milhões/trimestre e investimentos em branding de R$ 217 milhões e R$ 141 milhões no 2T23 e 1T23, respectivamente. A Vibra está supostamente mudando seu mix para mais bônus de desempenho e menos investimento inicial, embora essa hipótese seja difícil de confirmar. Além disso, o volume de 8,8 milhões de metros cúbicos no 2T24 caiu -2,3% a/a, apesar do crescimento do mercado (+5,9% a/a). De acordo com nossos cálculos, a participação de mercado da Vibra no final do período foi relativamente estável em relação ao trimestre anterior.

Fluxo de caixa livre sem brilho. A dívida líquida (ex. leasing) aumentou ligeiramente (+R$ 140 milhões t/t) para c.R$ 10,05 bilhões no final do 2T24. Apesar do aumento da dívida líquida, a geração de FCFE (fluxo de caixa livre para o acionista) foi ligeiramente positiva no trimestre em c.R$ 0,2 bilhão após ajuste para i) dividendos (+ R$ 411 milhões), ii) vendas de ativos (- R$ 93 milhões), e iii) capital de giro (+ R$ 11 milhões). O FCFE no trimestre foi ainda prejudicado por acordos extrajudiciais (+ R$ 204 milhões) e maior capex em PPE (+ R$ 164 milhões t/t), o que leva o FCFE recorrente para c.R$ 0.4 – 0.55 bi. Esse é um rendimento anualizado de cerca de 6%-8,5%, que é pior do que esperávamos, dado: i) a margem de R$ 156/m³ no trimestre, ii) o baixo capex de marca e iii) a monetização contínua de créditos fiscais. O culpado parece ser uma conversão de EBITDA para caixa pior do que a esperada.

Diversos: capital de giro, aluguel de sede, ações em tesouraria. Três outras informações rápidas que achamos que merecem destaque nos resultados foram (i) o passivo de arrendamento diminuiu R$ 372 mi t/t, acreditamos que pode ser parcialmente explicado pela desconsolidação da obrigação de arrendamento relacionada à sede corporativa da Vibra; (ii) a Vibra cancelou c.4.6 mi de ações (c.0,4% do total de ações em circulação) no trimestre; (iii) o capital de giro não contribuiu positivamente no trimestre, apesar da normalização dos estoques (c.+R$ 0.9 bi de fluxo de caixa) e maiores recebíveis (+ R$ 287 mi), devido a uma redução nos recebíveis (- R$ 1.27 bi).

Vibra: Resultados do 2º Trimestre de 2024

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