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Neobanks & Fintechs: O que esperar da temporada de resultados do 4T23?

Prévia dos resultados do 4T23 para o setor financeiro - CASH3, INBR32 e NUBR33.

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Nesta segunda parte do nosso Preview do 4T23 apresentaremos nossas estimativas para Nu, Inter e Méliuz. Assim como nos trimestres anteriores, o 4T23 foi marcado por: i) altas taxas de juros; ii) sinais de estabilização da inadimplência, ainda que em patamar elevado; e iii) melhoria do índice de eficiência através do controle de custos e alavancagem operacional. Espera-se que os neobanks continuem a monetizar a sua base de clientes, com a reprecificação das carteiras de crédito e a implementar iniciativas para melhorar os custos de financiamento e o custo de serviço (CTS). No geral, os neobanks deverão reportar resultados sólidos, com a Nu e a Inter&Co ainda em alta velocidade. A Méliuz nos surpreendeu no 3T em grande parte pelo controle de custos, atingindo o ponto de equilíbrio operacional mais rápido do que prevíamos. Assim, esperamos outra ligeira melhoria nas finanças, alimentada pelo controle de custos, compensando parcialmente o GMV mais fraco.

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Neobanks:

  • Inter: Seguindo o follow-on (FO) anunciado recentemente, a empresa apresentou números preliminares para o quarto trimestre. Entre outras métricas a Inter&Co apontou: i) faixa de R$ 150-155 milhões de lucro líquido; ii) ROAE de 8,0-8,3%; e iii) crescimento de 24,3-29,3% na Carteira de Crédito. Com base apenas nestes resultados preliminares vemos o trimestre como positivo. No entanto, devemos compreender a qualidade dos resultados do quarto trimestre. Todavia, espera-se que esta melhoria seja impulsionada principalmente por iniciativas eficazes de controle de custos e por uma melhoria no crédito. Caso a dinâmica positiva de lucros se sustente, as ações INBR32 poderão sofrer uma reavaliação de múltiplos, apesar de alguns questionamentos em relação às decisões recentes, incluindo o FO concluído este ano.
  • Nu: Esperamos outro trimestre sólido liderado por uma aquisição de clientes ainda sólida. No entanto, esperamos que o crescimento comece a dar sinais de mudança do Brasil para outras geografias. Vale lembrar que embora os novos clientes tenham inicialmente uma ARPAC menor, a evolução das safras antigas deverá mais que compensar, mantendo o crescimento da ARPAC. Embora prevejamos provisões ainda elevadas (ligadas ao crescimento do portfólio) e custos mais elevados ligados ao ramp-up do México e da Colômbia, a Nu deverá imprimir mais um quarto de ROE ascendente. Por último, embora esperemos um crescimento do NPL, acreditamos que a expansão do NII da Nu se sobressaia e mantenha a dinâmica positiva dos lucros.

Fintechs:

  • Méliuz: Espera-se que o e-commerce seja afetado negativamente pelo ambiente macro por mais um trimestre. Como resultado, prevemos que a receita estará sob pressão devido ao fraco desempenho do GMV no Brasil e ao estágio inicial de acordos comerciais com o BV. Contudo, o controle rigoroso dos custos e despesas deverá continuar a ser o principal fator. Além disso, espera-se que a robusta posição de caixa da empresa contribua para resultados financeiros sólidos, melhorando ainda mais os resultados numa base trimestral. Por último, reafirmamos que, embora nós e o mercado estejamos ansiosos por alguma visibilidade em relação à dinâmica do negócio principal, a dinâmica do preço de CASH3 deverá continuar a ser ditada pela evolução da parceria BV.

Neobanks

Inter & Co (INBR32) | Compra; Preço-alvo R$ 34,0/ação

Esperamos resultados positivos para Inter & Co no 4T23. Receita deve atingir R$ 1.346 milhões (+34% A/A e +6% T/T). A tendência positiva nos resultados deve ser impulsionada, em grande parte, pelo crescimento da carteira de crédito (+29% A/A), que ainda está concentrada em linhas mais defensivas como home equity (hipotecas) e consignado. A carteira de cartões de crédito deverá manter o bom momento iniciado no terceiro trimestre. Isto, aliado a uma qualidade de ativos ligeiramente melhor, deverá impulsionar os resultados financeiros. As taxas de inadimplência devem manter a tendência deste ano e atingir 4,8% (-10bps T/T). Conforme dito anteriormente, a empresa já divulgou números preliminares do trimestre. Caso a qualidade destes números seja boa, prevemos uma reação positiva do mercado.

Nubank (NUBR33) | Neutro; Preço-alvo R$ 7,9/ação

Mesmo depois de três trimestres consecutivos de bons resultados, não esperamos que o Nu perca o fôlego. Em termos de aquisição de clientes, nos parece razoável assumir uma desaceleração marginal no Brasil, mas antecipamos uma aceleração em outras geografias, especialmente no México. Adicionalmente, a alavancagem operacional (aumentando o Receita por Cliente e mantendo o Custo de Servir abaixo de US$ 1) deverá manter o ritmo de crescimento recente. Prevemos um crescimento robusto da carteira de crédito de +9% T/T e +60% A/A, à medida que o banco vê os spreads compensando adequadamente o atual nível de inadimplência. Assim, esperamos um ligeiro aumento do NPL > 90 para 6,3% (+20bps T/T). Do lado das despesas com juros, prevemos um aumento devido ao sucesso da estratégia adotada no México (maior remuneração na NuCuenta visando incentivar a aquisição de clientes e depósitos). No geral, prevemos um lucro líquido, beneficiado mais uma vez pela menor alíquota efetiva de imposto devido à distribuição de JCP intragrupo, de US$ 371 milhões, implicando um crescimento de 23% T/T e um ROAE saudável de 27%.

Fintechs

Méliuz (CASH3) | Neutro; Preço-alvo R$ 11,2/ação

Embora a empresa tenha nos surpreendido, atingindo o ponto de equilíbrio operacional mais rápido do que prevíamos, esperamos uma dinâmica ainda fraca no lado da receita. Ainda assim, isso deverá ser parcialmente compensado pelo controle de custos, levando a resultados um pouco melhores no trimestre. A receita líquida deve apresentar queda de -21% A/A, mas aumento de 13% T/T, impulsionada pela queda no GMV (-9% A/A e maior +17% T/T). Nas compras internacionais (Picodi) antecipamos, mais uma vez, um trimestre decrescente (-36% A/A). No segmento de serviços financeiros, esperamos um crescimento de 21% A/A, impulsionado pelas receitas decorrentes do acordo comercial com o BV. Como resultado, esperamos um lucro líquido de R$ 9,7 milhões. Vale ressaltar que prevemos algum impacto financeiro devido à conclusão da venda do Bankly, o que pode confundir as perspectivas para os próximos trimestres.

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