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Neobanks & Fintechs: O que esperar da temporada de resultados do 1T23?

Prévia dos resultados do 1T23 para o setor financeiro - CASH3, INBR32 e NUBR33.

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O cenário para o 1T23 foi ainda mais desafiador do que o esperado. Isso se deve principalmente à combinação de: i) altas taxas de juros; ii) taxas de inadimplência ligeiramente maiores; iii) incertezas em relação ao setor financeiro, após a falência de bancos estrangeiros; iv) eventos adversos no mercado de crédito; e v) rumores de que um teto está sendo estabelecido para o rotativo dos cartões de crédito. No entanto, apesar dos desafios, vemos os neobanks mantendo o crescimento e avançando na monetização da base de clientes. Quanto ao Méliuz, vemos outro trimestre com prejuízo, devido à parceria comercial com o Banco BV ainda em estágio inicial.

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Neobanks:

  • Inter: Esperamos outro trimestre de expansão na base de clientes. No entanto, não projetamos um aumento significativo do ARPAC no 1T23. Como resultado, ainda vemos um aumento no NII no 1T23, o que deve sustentar uma melhoria marginal no lucro líquido no período (R$ 34,8). Embora o ritmo de crescimento da rentabilidade pareça abaixo das expectativas geradas pela meta de 5 anos (ROE de 30% e lucro líquido de R$ 5 bilhões), vemos o banco promovendo os avanços necessários para melhorar a alavancagem operacional e, consequentemente, o lucro líquido e o ROE.
  • Nu: Esperamos que a aquisição de clientes do Nu continue forte no 1T23, consolidando ainda mais sua posição como uma das maiores instituições financeiras do Brasil em termos de clientes e apresentando um ROE crescente na operação brasileira. No segmento financeiro, apesar da sazonalidade negativa do 1T, prevemos uma melhora contínua em seu NII, contribuindo cada vez mais para seu resultado final, apesar da deterioração marginal em NPL no trimestre.

Fintechs:

  • Méliuz: Esperamos um trimestre fraco para o Méliuz. A receita líquida deve registrar um aumento moderado de 10% em relação ao ano anterior, impulsionado principalmente por um take rate mais alto (+60 pbs em relação ao ano anterior para 2,6% no 1T23). que compensou o fraco crescimento do GMV (+6% em relação ao ano anterior). Em relação às compras internacionais (Picodi), antecipamos um trimestre de queda (-72% em relação ao ano anterior). Este deve ser o último trimestre antes do lançamento do acordo comercial com o BV, o que deve impulsionar as receitas de serviços financeiros no futuro. Como resultado, esperamos outro trimestre com perda líquida (R$ 12,7 milhões).

Neobanks

Inter & Co (INBR32) | Compra; Preço-alvo R$ 18,00/ação

Esperamos outro conjunto de resultados modestos para Inter & Co no 1T23. Antecipamos ainda um crescimento de receita de dois dígitos, embora em um ritmo mais lento do que nos trimestres anteriores. Esse aumento deve ser impulsionado em grande parte pelo crescimento da base de clientes (para 26,0 milhões), bem como pelo recente reajuste de preços de seus produtos. Assim, esperamos que a Receita Bruta alcance R$ 1.861 milhões (+47% A/A e +11% T/T) e a Receita Líquida atinja R$ 1.059 milhões (+27% A/A e +6% T/T). Antecipamos que o crescimento do GMV para o Inter Shop desacelere de forma semelhante ao da indústria. As taxas de inadimplência devem aumentar ligeiramente no 1T23 para 4,5% (+10bps T/T), o que vemos como saudável. Como resultado, esperamos um lucro líquido recorrente de R$34,7 milhões no trimestre, o que implica um ROE de +0,3% (XPe) para Inter & Co.

Nubank (NUBR33) | Neutro; Preço-alvo R$ 4,00/ação

Esperamos resultados positivos para o Nu no 1T23. A aquisição de clientes deve manter seu bom ritmo aliada a uma maior alavancagem operacional (aumentando o ARPAC e mantendo o Custo de Atendimento estável), consistente com sua estratégia de maior rentabilidade por meio da manutenção de alta relação de atividade combinada com a monetização desses clientes. O reajuste de suas linhas de crédito combinado com um custo de financiamento mais baixo deve impulsionar seu NII (+104% A/A e +3% T/T). Além disso, prevemos um aumento marginal na inadimplência (+10bps para 5,3%), impulsionado por um ritmo mais lento em NPLs acima de 15 dias e uma maior deterioração nos cartões de crédito. Como resultado, esperamos uma margem bruta melhor e, consequentemente, um lucro líquido de US$ 30,5 milhões.

Fintechs

Méliuz (CASH3) | Neutro; Preço-alvo R$ 2,00/ação

Esperamos um trimestre fraco para a Méliuz. A receita líquida deve registrar um modesto aumento de 10% em relação ao ano anterior, em grande parte impulsionado por um net take rate maior (+60 bps A/A para 2,6% no 1T23) que compensou o crescimento modesto do GMV (+6% A/A). No comércio internacional (Picodi), esperamos, mais uma vez, um trimestre de queda (-72% A/A). Este deve ser o último trimestre antes do lançamento do acordo comercial com o BV, que deve impulsionar as receitas dos serviços financeiros no futuro. Como resultado, esperamos mais um trimestre de prejuízo líquido (R$ 12,7 milhões). No entanto, os resultados não devem ditar a ação do preço das ações no curto prazo.

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