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Natura (NATU3): 2º trimestre misto, mas melhor; Avon Intl. reclassificada como ativo mantido para venda em meio ao plano de desinvestimento da Natura, enquanto ganhos da Onda 2 continuam a aparecer

A Natura reportou os resultados do 2T25. Veja nossa visão sobre o resultado.

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Embora a Natura tenha apresentado resultados difíceis de interpretar mais uma vez, destacamos que vieram melhores do que o esperado, com os seguintes pontos principais: (i) Avon Intl. e CARD (América Central) foram reclassificados como ativos mantidos para venda, com a Natura informando que possuem um plano coordenado, com compradores e transações distintas que podem ocorrer cronologicamente, mas não necessariamente de forma sequencial; (ii) O desempenho da Natura LatAm foi impulsionado pelas eficiências da Onda 2, alinhado à nossa visão construtiva sobre a integração das marcas; (iii) Embora Avon Intl. tenha apresentado mais um trimestre de queima de caixa livre, esta parece ter diminuído fortemente trimestre a trimestre; (iv) Natura Brasil manteve-se sólida (+10% ano a ano) e ganhando participação de mercado; e (v) Os custos de transformação foram uma surpresa positiva na Natura LatAm, caindo 30% trimestre a trimestre. Contudo, a empresa trouxe uma visão mais cautelosa para frente, devido à forte desaceleração observada no Brasil a partir de junho, um cenário mais desafiador no México e uma potencial desvalorização na Argentina. No geral, os resultados estão alinhados com nossa visão construtiva sobre a Onda 2, enquanto a reclassificação da Avon Intl. apoia nosso cenário base de desinvestimento desse ativo até o final de 2025. Ainda assim, esperamos alguma volatilidade futura nos ajustes da Onda 2 e nos ventos contrários macroeconômicos, embora com resultados em melhoria sendo observados. Mantemos, portanto, nossa recomendação de COMPRA.

Primeiro, vamos falar sobre a Avon Intl

Avon Intl. e CARD (América Central) foram reclassificados como ativos mantidos para venda, o que ocorre se a empresa atender a todos os seguintes critérios: 1) o ativo está pronto para ser vendido; 2) existe um plano com alta probabilidade de conclusão nos próximos 12 meses; 3) há compromisso de venda; e 4) o ativo é mensurado pelo seu preço de mercado (valor líquido de R$ 3,2 bilhões, conforme demonstrações financeiras). Portanto, os resultados passados foram ajustados para remover as operações da Avon Intl. e CARD da Natura LatAm. Para comparar com nossas estimativas do 2T, assumimos que os resultados do CARD no 1T são uma referência justa. Enquanto isso, ao analisar o fluxo de caixa livre, notamos uma queima de caixa de R$ 1 bilhão no 1S25, com R$ 300 milhões decorrentes de ventos cambiais contrários. Como a Avon Intl. foi responsável pela maior parte da queima de caixa de R$ 625 milhões no 1T, podemos interpretar que a queima operacional de caixa do ativo diminuiu fortemente no 1T, para cerca de R$ 100 milhões no trimestre.

Tendências mistas na receita da Natura LatAm, conforme esperado

As vendas líquidas caíram 2% ano a ano (+5% em moeda constante), pois (i) Natura Brasil apresentou desempenho sólido (+10% ano a ano) com ganhos de produtividade por preço/mix; (ii) Natura Hispana cresceu 5% ano a ano (+18% em moeda constante, ou dígitos baixos excluindo Argentina), à medida que a Onda 2 começa a impactar os resultados, embora o crescimento da Argentina permaneça forte, contudo desacelerando; enquanto (iii) Avon foi o ponto negativo, caindo 13% no Brasil em meio a um pipeline de lançamentos ainda fraco e -14% na Hispana (-20,5% excluindo Argentina) devido aos impactos esperados da Onda 2; e (iv) Casa & Estilo sofreu impacto negativo na Hispana (-26%) devido à Onda 2, embora tenha apresentado leve crescimento no Brasil (+3%).

Superação do EBITDA impulsionada por melhor dinâmica de SG&A

A margem bruta subiu 0,80 pontos percentuais ano a ano, apoiada pela contribuição dos mercados maduros da Onda 2, já que todos os integrados apresentaram expansão de margem. Enquanto isso, embora a Natura continue a se beneficiar dos ganhos de eficiência da Onda 2, investimentos estratégicos em inovação (principalmente relacionados à Avon) e TI (novo planejamento integrado), aliados à desalavancagem operacional na Hispana devido aos desafios temporários da Onda 2, levaram a margem EBITDA ajustada (excluindo custos de transformação) a ficar praticamente estável (+0,1 pontos percentuais), embora 7% acima da nossa estimativa. Por fim, o prejuízo líquido ajustado foi de R$ 201 milhões, devido a resultados financeiros mais pressionados (excluindo um ganho cambial de R$ 396 milhões proveniente de um empréstimo intercompanhia), enquanto a alavancagem aumentou 0,8x trimestre a trimestre, para 2,5x, ainda impulsionada pela Avon Intl. (0,5x pela desconsolidação do caixa da Avon), já que a Natura LatAm gerou R$ 220 milhões, com redução de recebíveis.

Interessante notar que:

(i) A Natura reiterou que deve expandir a margem EBITDA ajustada ano a ano em 2025; (ii) A diretoria e o conselho estão comprometidos em vender a Avon Intl.; e (iii) Conforme antecipado por nossos monitores (junho e agosto), a Natura está implementando pedidos combinados flexíveis em todos os países até o 3T25, enquanto a demanda na Argentina foi fortemente impactada pela implementação de uma revista digital.

Tabela de comparação: Estimativas vs. Resultados Divulgados

A companhia realizará sua reunião de resultados amanhã às 9h (link)

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