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Inter & Co (INBR32): Crescimento de Lucratividade; Resultado do 1T24

Confira nossa revisão do resultado do 1T24 da Inter & Co

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O Inter & Co (INBR32) apresentou bons resultados, em linha com as expectativas, mas com um lucro mais forte. Por mais um trimestre, o ritmo de melhoria nas métricas de custos operacionais superou os indicadores de receita, especialmente o ARPAC bruto, que registrou uma queda de 1,7% T/T. O custo para servir continua sua tendência de queda (-16%), bem acima das expectativas em sua orientação de longo prazo, de acordo com o banco. Como resultado, o banco reportou um lucro líquido de R$195 milhões (16% acima de nós), mostrando um crescimento significativo de 22% T/T. O ROE continua sua consistente trajetória ascendente, com 9,7%. Também vale destacar: i) o crescimento da base de clientes ativos; ii) o crescimento consistente da carteira de crédito, com um aumento de 28% A/A, impulsionado principalmente por Imóveis e Cartões. Como ponto de atenção, vale ressaltar a piora na qualidade do crédito devido à pior sazonalidade no 1T. A inadimplência acima de 90 piorou 24 pontos-base, atingindo 4,8%. Embora o banco tenha mencionado que essa piora foi menor do que a observada no 1T23, a inadimplência 15-90 teve uma piora maior de -40bps T/T. Em resumo, reiteramos nossa recomendação de compra e preço-alvo de R$ 34,0/sh.

A base de clientes atingiu 31,7 milhões (+21% A/A e +4% T/T), mantendo uma sólida taxa de crescimento. Os clientes ativos atingiram 17,4 milhões (29% A/A), imprimindo um aumento de 86bps e 340 na taxa de atividade em relação ao 4T23 e 1T23, respectivamente.

A carteira de crédito aumentou 28% A/A e 3,6% T/T, totalizando R$ 32,1 bilhões. Esse forte desempenho T/T e A/A foi liderado por FGTS, Imóveis e Cartões de Crédito. Em uma nota positiva, a taxa de juros all-in sobre empréstimos aumentou 1,0 p.p. T/T, uma vez que o banco continua com sucesso seu movimento de reprecificação do portfólio de crédito. Como resultado de spreads mais altos, o NIM no IEP atingiu 9,23%.

Tanto o NPL>90 quanto o 15-90 dias registraram um aumento significativo sequencialmente (20bps para 4,8% e 40bps para 4,4%, respectivamente), revertendo a tendência de redução positiva observada nos últimos trimestres. Embora pareça haver um impacto negativo sazonal, observaremos atentamente se essa reversão de tendência se confirmará nos próximos trimestres.

No primeiro trimestre, o Inter alcançou R$ 1,4 bilhão em receita líquida, um aumento de 6,7% T/T e 36,8% A/A. Esse crescimento foi distribuído entre Receita Líquida de Juros e comissões. Com relação à Receita Líquida de Juros, o crescimento de 36,4% A/A reflete o melhor mix da carteira de crédito, juntamente com a reprecificação da carteira, o que aumentou a receita de juros, e maior receita de títulos e derivativos. Com relação às taxas, o maior impulsionador foi o intercâmbio (+38,3% A/A). Como resultado, a receita líquida de tarifas como porcentagem da receita líquida total diminuiu para 30,7% (33,3% no 4T23), o que consideramos positivo. Embora a mudança de mix (em direção a uma Receita Líquida de Juros mais alto) possa ser diluidora do ROE no curto prazo, no longo prazo aumenta a exposição da Inter a negócios com maior receita e lucro.

O ARPAC bruto diminuiu sequencialmente para R$ 45,9, o que, de certa forma, é inesperado. Embora isso não seja particularmente recente, essa métrica tem se mantido praticamente estável nos últimos dois anos, e a tese de alavancagem operacional se baseia nisso. Portanto, esperamos abordar essa questão durante a teleconferência. O ARPAC líquido permaneceu estável T/T como resultado de um controle de custos disciplinado.

O custo do risco permaneceu estável T/T, registrando 5,2%. Embora a sazonalidade tenda a pressionar as taxas de inadimplência e a demanda por crédito no 1T, o banco conseguiu navegar bem durante o período. As provisões para devedores duvidosos foram de R$ 411 milhões, 10% abaixo de nossa estimativa (7% maior T/T e +17% A/A). Como resultado, o Índice de Cobertura diminuiu marginalmente para 131%, o que ainda consideramos saudável.

As despesas totais atingiram R$ 628 milhões (estável T/T e +2,4% A/A). O banco ainda está focado no controle de custos e essas iniciativas estão produzindo resultados sólidos. Como consequência, o Inter também registrou um índice de eficiência menor, de 47,7%.

O CTS diminuiu tanto sequencialmente (-6,5% T/T) quanto em uma base anual (-27% A/A), terminando o 1T24 em R$ 11,7.

Como uma combinação de aumento de receitas com custos e despesas sob controle, o Inter entregou um lucro líquido de R$ 195 milhões (+22,2% T/T e R$ 171 milhões acima do 1T23!) Esse nível implica um ROE de 9,7%, 110 bps e 830 bps acima do 4T23 e 1T23, respectivamente. Vale ressaltar que esse lucro líquido veio 16% acima de nossas estimativas para o trimestre, o que pode levar o mercado a revisar para cima suas estimativas para o ano. Reiteramos nossa visão de que, embora vejamos o banco na direção certa para melhorar sua rentabilidade, o ritmo atual ainda parece estar abaixo do nível necessário para atingir as metas de 2027.

O Inter registrou uma queda nos indicadores de capital. CET1, Tier 1 e BIS, que são todos iguais, encerraram o primeiro trimestre em 20,3% (23,0% no trimestre anterior). Essa queda se deve, em grande parte, ao aumento dos Ativos Ponderados pelo Risco (RWA) para risco de mercado e risco operacional, que esperamos ter mais informações durante a teleconferência para discussão dos resultados. Ainda assim, vemos a queda nos indicadores de capital como positiva, pois desde o IPO do Inter a empresa vem operando com índices de capital bem acima do que consideramos eficiente.

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