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Grupo Pão de Açúcar (PCAR3): Resultados fracos no 1T20; Maiores vendas não suportam a rentabilidade

O GPA reportou resultado abaixo do esperado no 1T20, com EBITDA reportado 30% abaixo da nossa estimativa. O lucro operacional foi negativamente impactado principalmente pela linha de "Outras despesas" e pela rentabilidade abaixo do esperado na operação internacional (Grupo Éxito). Por ora mantemos a nossa recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 100 por ação, mas esperamos volatilidade no curto prazo. Veja mais detalhes abaixo.

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Resultado abaixo do esperado, com EBITDA reportado 30% abaixo da nossa estimativa. O lucro operacional foi negativamente impactado por (i) maiores despesas relacionadas tanto à integração dos ativos na América Latina quanto aos gastos associados aos ajustes operacionais em meio à pandemia, e (ii) uma rentabilidade abaixo do esperado na operação internacional (Grupo Éxito). Por ora mantemos a nossa recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 100 por ação, mas esperamos volatilidade no curto prazo. Veja mais detalhes e os nossos principais destaques abaixo.


O Grupo Pão de Açúcar (GPA) reportou resultados do primeiro trimestre de 2020 (1T20) abaixo das nossas estimativas. A receita bruta de R$19,7 bilhões no Brasil já havia sido divulgada em 22 de abril (para detalhes, acesse aqui). Por isso, focaremos nossa análise na rentabilidade das operações da companhia no Brasil e internacional (Grupo Éxito).

GPA Brasil (~75% do EBITDA)

Na operação do Brasil, o EBITDA ajustado de R$ 988 milhões (+8% na comparação anual) veio 3% abaixo da nossa estimativa com contração de margem em 0,4 pontos percentuais. Entretanto, o EBITDA reportado (incluindo "Outras despesas e receitas") veio 15% abaixo da nossa projeção, pressionados por maiores despesas relacionadas aos seguintes fatores: (i) o processo de integração dos ativos na América Latina (Grupo Éxito), (ii) contingências fiscais, e (iii) impactos não-recorrentes de ajustes operacionais em meio à pandemia

No geral, observamos desempenhos relativamente diferentes entre os dois segmentos:

Multivarejo (49% das vendas): O segmento (que inclui principalmente as bandeiras Extra Hiper e Pão de Açúcar)  mostrou uma queda anual de margem EBITDA ajustada mais suave em relação aos trimestres imediatamente anteriores (-1,2p.p A/A vs. -2,4p.p no 4T19), tendo atingido 7,2% - em linha com a nossa estimativa. Entretanto, os encargos com "Outras despesas" surpreenderam as nossas expectativas (R$ 102 milhões vs. R$ 61 milhões XPIe). Dessa forma, o EBITDA reportado de R$ 378 milhões da operação veio 12% abaixo da nossa projeção, com uma margem de 5,6% (-2,0p.p na comparação anual);

Assaí (51% das vendas): Apesar do resultado da operação ter sido uma surpresa negativa ainda maior, a evolução anual da rentabilidade permaneceu relativamente estável. O EBITDA ajustado de R$ 503 milhões (+31% na comparação anual) veio 5% abaixo da nossa estimativa, principalmente em função de uma menor diluição de despesas. Com isso, a margem ajustada permaneceu em 6,4% - 0,3p.p abaixo da nossa projeção, mas uma expansão de 0,5p.p em relação ao 1T19. Ainda assim, o EBITDA reportado de R$ 443 milhões veio 17% abaixo da nossa expectativa, também pressionado por maiores "Outras despesas" (R$ -60 milhões vs. R$ +8 milhões) .

Grupo Éxito (~25% do EBITDA)

A operação internacional seguiu uma tendência semelhante, com o EBITDA ajustado e reportado -24% e -58% abaixo da estimativa. No trimestre, a margem EBITDA ajustada alcançou 5,7%, -1,5p.p abaixo da nossa estimativa, enquanto a margem reportada atingiu 2,9% (-3,8p.p vs. XPIe), também impactada por "Outras despesas".

Consolidado

Por fim, o GPA reportou um prejuízo líquido de R$ 109 milhões, comparado com a nossa expectativa de um lucro de R$ 309 milhões (R$ 281 milhões para o consenso de mercado da Bloomberg). O resultado também foi impactado por maiores despesas financeiras no trimestre.

Esperamos uma reação negativa ao resultado. A surpresa negativa em relação à linha de "Outras despesas" e ao resultado da operação internacional serão temas importantes a serem discutidos com a administração durante a teleconferência de resultados. Por ora, acreditamos que o resultado reportado deva acarretar em revisões negativas de estimativas por parte do mercado.

Mantemos a nossa recomendação de Compra para as ações do GPA. Por ora, continuamos positivos em relação ao desempenho de vendas ainda positivo ao longo do 2T20 e à continuidade dos plano de expansão, otimização de portfólio de lojas e desalavancagem da companhia ao longo de 2020. Entretanto, no curto prazo esperamos volatilidade em função das preocupações em relação à evolução da rentabilidade da empresa.

Para mais detalhes sobre a nossa tese de investimento, acesse o link.

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