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Fluxo em foco: Estrangeiros saem da Bolsa em julho, mas saldo continua positivo em 2021

Quais foram os principais fluxos e participantes da Bolsa brasileira no último mês? Neste relatório, destacamos as principais movimentações do mês.

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Em julho, a volatilidade retornou ao mercado brasileiro e global devido aos seguintes fatores: 1) aceleração dos casos de Covid-19 por conta da variante Delta; 2) pressões regulatórias do governo chinês ao setor privado, especificamente empresas de tecnologia e educação, que sofreram com uma venda generalizada recentemente, e 3) no Brasil, riscos políticos continuaram a pressionar os ativos.

Como resultado, mercados globais ficaram de lado em julho, de acordo com o índice MSCI Global, encerrando o rali de 8 meses seguidos. O Ibovespa, por sua vez, caiu -6,8% em dólares no mês de julho, em função do enfraquecimento do Real e a queda de -3,9% do índice em moeda local.

Dessa forma, o cenário mais negativo no último mês voltou a levar à uma piora da percepção de investidores, semelhantemente ao que ocorreu nos primeiros meses de 2021. Ainda assim, o índice brasileiro subiu +2,6% em dólares até agora neste ano, superando os Mercados Emergentes, que por sua vez registrou uma leve alta de +0,3% até o momento. Desde o começo da tese de reflação, que começou em novembro de 2020, o índice Ibovespa subiu +16,5% em dólares.

Quer saber a nossa visão dos acontecimentos recentes e visão para a Bolsa no Brasil? Clique aqui: Raio-XP da Bolsa: Entrando em outra fase do ciclo.

Além disso, o número investidores pessoas físicas continuou crescendo (link). Essa tendência, somada ao potencial de migração de renda fixa e poupança, que juntos somam mais de R$5 trilhões (levando em conta somente fundos investidos em renda fixa), para renda variável, nos deixam otimistas em relação ao potencial de crescimento da Bolsa no longo prazo.

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Fluxo de investidores ficou negativo em julho

O fluxo de capital estrangeiro na Bolsa brasileira foi negativo no mês de julho de 2021, com um saldo de -R$8,3 bilhões*. Este foi o primeiro saldo negativo mensal desde março, quando houve uma saída de -R$4,6 bilhões. Porém, o saldo total de 2021 continua positivo e acumula +R$62,3 bilhões*.

*Saldo não considera a entrada/saída de capital estrangeiro por IPOs e Follow Ons em julho, pois os dados ainda não foram divulgados pela B3.

Como mencionamos em relatórios anteriores, o retorno desses investidores se dará pelos seguintes fatores: i) melhor resolução sobre a trajetória fiscal e política do país; ii) avanço da vacinação contra o coronavírus e continuação da recuperação econômica; iii) cenário positivo para as commodities e os mercados emergentes, e iv) o avanço crescente das iniciativas ESG pelas empresas brasileiras.

Fundos investimento: Alocação em ações continuou com fluxo positivo

A alocação dos fundos de investimentos em ações teve um fluxo positivo em junho, último dado disponível, de +R$716 milhões (+0,1% M/M), chegando a R$819,9 bilhões alocados em ações. Porém, a alocação em ações diminuiu -0,2p.p. M/M no patrimônio líquido das gestoras, mas ainda representa apenas 15,3% do total.

Em contraste, os fundos têm R$4,5 trilhões alocados em renda fixa, correspondente a 84,4% do seu patrimônio. Em junho, vimos ainda uma leve alta de R$52,5 bilhões (+1,2% M/M) nessa classe de ativos no portfólio dos fundos.

Fundos de pensão: Alocação em fundos de renda variável diminuiu, mas aumentou em ações

Quando olhamos apenas para os fundos de pensão, segundo dados mais recentes disponíveis de março de 2021 da Abrapp, o fluxo de alocação em ações foi positivo em +R$43,2 bilhões em relação à dezembro do ano passado (+57,2%). Com isso, eles fecharam o mês de março com uma alocação de R$118,7 bilhões em ações.

Já o fluxo em fundos de renda variável foi negativo em -R$46,1 bilhões em relação ao final de 2020 (-35,2%), chegando a R$84,7 bilhões.

Juntos, investimentos em ações e fundos de renda variável representam 20,2% da carteira desses fundos de pensão, valor este que se compara aos 71,9% alocados em renda fixa, um saldo de R$725,3 bilhões no fechamento do primeiro trimestre deste ano.

Os dados acima revelam que a participação das instituições no mercado acionário ainda é baixa quando comparado à exposição à renda fixa, ou seja, ainda existe um grande potencial de migração da renda fixa para a variável.

Pessoas físicas voltaram a aumentar posição na Bolsa em julho

Como destacado em nosso relatório XP Monitor, em julho vimos um crescimento de +1,8% M/M na posição total dos investidores pessoas físicas de R$9,7 bilhões, chegando à R$548,6 bilhões.

Em termo absolutos, o crescimento continuou positivo em 71.804 pessoas, +1,9% M/M, atingindo 3.863.080 Comparado a 2020, quando encerramos o ano com 3.229.318 contas ativas na B3, continuamos a ver uma alta de +19,6%.

Esse movimento sugere que PFs que já estavam na Bolsa continuam investindo valores maiores.

Investidores estrangeiros, pessoas físicas e instituições possuem as maiores participações na Bolsa

Os principais investidores da Bolsa brasileira são: 1) investidores estrangeiros (49,0%), 2) instituições (23,6%) e 3) pessoas físicas (20,8%). Juntos, eles representam 93,5% dos participantes do mercado acionário.

Nessa publicação, considera-se apenas o fluxo do mercado à vista.

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