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Fluxo em foco: Estrangeiros retiram R$ 4,8 bilhões da Bolsa em setembro

Quais foram os principais fluxos e participantes da Bolsa brasileira no último mês? Neste relatório, destacamos as principais movimentações do mês.

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Em setembro, fatores domésticos e externos pesaram sobre a Bolsa brasileira, que recuou de 120 mil para 110 mil pontos ao final do mês. Por aqui, o mercado foi impactado por projeções menores de crescimento em 2022, inflação em alta, crise hídrica e eleições se aproximando. No cenário externo, a volatilidade aumentou por conta da crise no setor imobiliário na China, uma crise energética e desaceleração no crescimento global, e a sinalização de que o Federal Reserve deve dar início da retirada dos estímulos (“tapering”) ainda esse ano.

As incertezas acima parecem ter sido em grande parte precificadas pelo mercado, à medida que o índice Ibovespa caiu quase -18% do pico de 130 mil pontos em junho para os atuais 110 mil pontos. Em setembro, o Ibovespa continuou apresentando desempenho inferior ao de seus pares internacionais, com retorno de -6,6% em moeda local e, com o real mais fraco, -11,7% em dólar. Em comparação, as ações globais, medidas pelo MSCI ACWI, registraram perdas de -4,3% no mês passado.

Quer saber a nossa visão dos acontecimentos recentes e visão para a Bolsa no Brasil? Clique aqui: Raio-XP da Bolsa: Encontrando oportunidades na turbulência.

Apesar disso, o número investidores pessoas físicas continuou crescendo (link). Essa tendência, somada ao potencial de migração de renda fixa e poupança, que juntos somam mais de R$5 trilhões (levando em conta somente fundos investidos em renda fixa), para renda variável, nos deixam otimistas em relação ao potencial de crescimento da Bolsa no longo prazo.

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Fluxo de investidores estrangeiros foi negativo em setembro

O fluxo de capital estrangeiro na Bolsa brasileira foi negativo no mês de setembro de 2021, com um saldo de -R$4,8 bilhões*. O saldo mensal voltou a ser negativo, em comparação com o mês anterior que registrou um saldo positivo de +R$8,5 bilhões. Quanto ao saldo total de 2021 até agora, ele continua positivo e acumula +R$71,8 bilhões*.

*Saldo não considera a entrada/saída de capital estrangeiro por IPOs e Follow Ons em setembro, pois os dados ainda não foram divulgados pela B3.

Como mencionamos em relatórios anteriores, a continuação do retorno desses investidores para a Bolsa brasileira se dará pelos seguintes fatores: i) melhor resolução sobre a trajetória fiscal e política do país; ii) a continuação da recuperação econômica; iii) cenário positivo para as commodities e os mercados emergentes, e iv) o avanço crescente das iniciativas ESG pelas empresas brasileiras.

Fundos investimento: Alocação em ações apresentou fluxo negativo

A alocação dos fundos de investimentos em ações teve um fluxo negativo em agosto, último dado disponível, de R$15,0 bilhões em comparação com o mês anterior, chegando a R$ 805,3 bilhões alocados em ações. Essa foi a maior saída mensal dessa classe de ativos desde janeiro de 2021, quando houve um fluxo negativo de R$ 35,7 bilhões. Além disso, a alocação em ações caiu -0,4p.p. M/M no patrimônio líquido das gestoras, representando apenas 14,8% do total.

Em contraste, os fundos têm R$4,6 trilhões alocados em renda fixa, correspondente a 84,9% do seu patrimônio. Em agosto, houve um fluxo de R$46,8 bilhões (+1,0% M/M) nessa classe de ativos no portfólio dos fundos.

Fundos de pensão: Alocação em fundos de renda variável e ações aumentaram no início do ano

Quando olhamos apenas para os fundos de pensão, segundo dados mais recentes disponíveis de maio de 2021 da Abrapp, o fluxo de alocação em ações foi positivo em +R$51,3 bilhões em relação à dezembro do ano passado (+68,0%). Com isso, eles fecharam o mês de maio com uma alocação de R$126,8 bilhões em ações.

Já o fluxo em fundos de renda variável foi negativo em -R$35,1 bilhões em relação ao final de 2020 (-26,8%), chegando a R$ 95,7 bilhões.

Juntos, investimentos em ações e fundos de renda variável representam 21,0% da carteira desses fundos de pensão, valor este que se compara aos 71,1% alocados em renda fixa, um saldo de R$754,3 bilhões em maio deste ano.

Os dados acima revelam que a participação das instituições no mercado acionário ainda é baixa quando comparado à exposição à renda fixa, ou seja, ainda existe um grande potencial de migração da renda fixa para a variável.

Pessoas físicas registram queda na posição na Bolsa em setembro

Como destacado em nosso relatório XP Monitor, o crescimento de investidores Pessoas Físicas continuou positivo em setembro com uma adição de 51.328 pessoas na Bolsa, +1,3% M/M, atingindo 3.970.384. Comparado a 2020, quando encerramos o ano com 3.229.318 contas ativas na B3, continuamos a ver uma alta expressiva de +22,9%.

Porém, vimos uma queda de -4,3% M/M na posição total dos investidores pessoas físicas de -R$23,4 bilhões, chegando à RS$513,9 bilhões. Ainda assim, quando comparamos esse valor de setembro com a posição no final de 2020 (R$452,6 bilhões), houve um aumento de +13,5%, o que reflete a evolução do mercado de ações brasileiro nos últimos anos.

Acreditamos que esse crescimento de longo prazo está alinhado com a melhora da educação financeira no país. A leve queda mensal na posição total de investidores pode ser atribuída à queda na Bolsa no último mês, com o aumento da taxa Selic, bem como a percepção de riscos aumentando, dado as incertezas políticas e fiscais que estamos vivendo.

Investidores estrangeiros, pessoas físicas e instituições possuem as maiores participações na Bolsa

Os principais investidores da Bolsa brasileira são: 1) investidores estrangeiros (50,6%), 2) instituições (26,4%) e 3) pessoas físicas (16,9%). Juntos, eles representam 94,0% dos participantes do mercado acionário.

*Dados acima até 30/09/2021.

Nessa publicação, considera-se apenas o fluxo do mercado à vista.

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