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Fluxo em foco: Estrangeiros aportam R$ 1,5 bilhão na Bolsa em novembro, e saldo de 2021 acumula R$ 90 bilhões

Quais foram os principais fluxos e participantes da Bolsa brasileira no último mês? Neste relatório, destacamos as principais movimentações do mês.

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Em novembro, fatores domésticos e externos continuaram pesando sobre a Bolsa brasileira, que continuou recuando e atingiu 101 mil pontos ao final do mês.

Entre os motivos que afetaram o desempenho da Bolsa durante o último mês, está a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios que possibilita a adiamento do pagamento das dívidas judiciais do governo. Inicialmente, a proposta para a flexibilização do teto de gastos incluída na PEC pra endereçar esses pagamentos e acomodar gastos adicionais, em particular o novo programa social Auxílio Brasil, não foi bem recebida pelo mercado por sinalizar um enfraquecimento do atual quadro fiscal do país. Porém, no mês passado, a aprovação da PEC pela Câmara foi vista com otimismo por remover um pouco das incertezas fiscais. Mesmo assim, essas incertezas continuaram a pressionar os mercados ao longo do mês por conta de dúvidas quanto à tramitação do Senado.

No cenário externo, surgiram novas preocupações globais com a variante Ômicron do coronavírus, identificada inicialmente na África do Sul e mais contagiosa do que a variante Delta. Além disso, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, afirmou que o risco de uma maior inflação aumentou, e sinalizou acelerar a redução da compra de títulos públicos, conhecido como tapering, na próxima reunião.

Diante desse cenário, o Ibovespa teve novamente um desempenho mensal negativo de -1,5% em moeda local, enquanto a taxa de câmbio subiu +0,2% em relação ao dólar. Em comparação, o índice de ações globais, medido pelo MSCI ACWI, também registrou uma queda, de -2,5% no mês passado em dólares.

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Fluxo de investidores estrangeiros foi positivo em novembro

O fluxo de capital estrangeiro na Bolsa brasileira foi positivo no mês de novembro de 2021, com um saldo de +R$ 1,5 bilhões* e, se contarmos com os dados de dezembro que já foram disponibilizados (até o dia 7), entraram +R$ 6 bilhões* de fluxo estrangeiro. O saldo mensal continuou então a ser positivo em comparação com o mês anterior que registrou uma entrada de +R$12,4 bilhões. Quanto ao saldo total de 2021 até agora, ele continua positivo e acumula +R$90,2 bilhões*, um número bem acima dos R$ 7,4 bilhões em 2020.

*Saldo não considera a entrada/saída de capital estrangeiro por IPOs e Follow Ons a partir de outubro, pois os dados ainda não foram divulgados pela B3.

Como mencionamos em relatórios anteriores, a continuação do retorno desses investidores para a Bolsa brasileira se dará pelos seguintes fatores: i) melhor resolução sobre a trajetória fiscal e política do país; ii) a continuação da recuperação econômica; iii) cenário positivo para as commodities e os mercados emergentes, e iv) o avanço crescente das iniciativas ESG pelas empresas brasileiras.

Fundos investimento: Alocação em ações apresentou fluxo negativo

A alocação dos fundos de investimentos em ações teve um fluxo negativo em outubro, último dado disponível, de R$-57,7 bilhões em comparação com o mês anterior, chegando a R$ 707,5 bilhões alocados em ações. Essa foi a maior saída mensal dessa classe de ativos no ano, que antes havia atingido um recorde em setembro, quando houve um fluxo negativo de R$ -40,1 bilhões. Além disso, a alocação em ações caiu -7,5p.p. M/M no patrimônio líquido das gestoras, representando apenas 13,1% do total.

Em contraste, os fundos têm R$4,7 trilhões alocados em renda fixa, correspondente a 86,7% do seu patrimônio. Em outubro, houve um fluxo de R$24,8 bilhões (+0,5% M/M) nessa classe de ativos no portfólio dos fundos.

Fundos de pensão: Alocação em ações diminuiu juntamente com aplicação em fundos de renda variável

Quando olhamos apenas para os fundos de pensão, segundo dados mais recentes disponíveis de setembro de 2021 da Abrapp, o fluxo de alocação em ações foi de -R$27,7 bilhões em relação à dezembro do ano passado (-23,3,%). Com isso, eles fecharam o mês de setembro com uma alocação de R$91 bilhões em ações.

Já o fluxo para fundos de renda variável foi levemente negativo em -R$0,8 bilhões (-1,0%), chegando a R$83,9 bilhões.

Juntos, investimentos em ações e fundos de renda variável representam 16,9% da carteira desses fundos de pensão, valor este que se compara aos 74,6% alocados em renda fixa, um saldo de R$769,9 bilhões em setembro deste ano.

Os dados acima revelam que a participação das instituições no mercado acionário ainda é baixa quando comparado à exposição à renda fixa, ou seja, ainda existe um grande potencial de migração da renda fixa para a variável.

Pessoas físicas registram queda na posição na Bolsa em outubro

Como destacado em nosso relatório XP Monitor, o crescimento de investidores Pessoas Físicas continuou positivo em outubro, último dado disponível, com uma adição de 45.273 pessoas na Bolsa, +1,1% M/M, atingindo 4.015.657. Comparado a 2020, quando encerramos o ano com 3.229.318 contas ativas na B3, continuamos a ver uma alta expressiva de +24,4%.

Porém, vimos uma queda de -5,5% M/M na posição total dos investidores pessoas físicas de -R$28,1 bilhões, chegando à RS$485,8 bilhões. Ainda assim, quando comparamos esse valor de outubro com a posição no final de 2020 (R$452,6 bilhões), houve um aumento de +7,33%, o que reflete a evolução do mercado de ações brasileiro nos últimos anos.

Acreditamos que esse crescimento de longo prazo está alinhado com a melhora da educação financeira no país. A leve queda mensal na posição total de investidores pode ser atribuída à queda na Bolsa no último mês, com o aumento da taxa Selic, bem como a percepção de riscos aumentando, dado as incertezas políticas e fiscais que estamos vivendo.

Investidores estrangeiros, pessoas físicas e instituições possuem as maiores participações na Bolsa

Os principais investidores da Bolsa brasileira são: 1) investidores estrangeiros (50,1%), 2) instituições (25,6%) e 3) pessoas físicas (18,9%). Juntos, eles representam 94,6% dos participantes do mercado acionário.

Nessa publicação, considera-se apenas o fluxo do mercado à vista.

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