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Fluxo em foco: Cenário mais favorável traz estrangeiros de volta à Bolsa

Quais foram os principais fluxos e participantes da Bolsa brasileira em março? Neste relatório, destacamos as principais movimentações do mês.

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O mês de abril foi marcado por uma redução dos riscos fiscais com a aprovação do orçamento de 2021, sinalizando responsabilidade fiscal pelo governo que, juntamente com um cenário externo mais favorável, levou o dólar a ver o primeiro recuo do ano (-3,6% frente ao real). Quanto ao Ibovespa, o índice terminou o mês com uma alta de +1,9% em moeda local e, com um real mais valorizado, viu ganhos de +6,9% em dólares.

Porém, quando olhamos no acumulado de 2021 até o final de abril, a Bolsa brasileira foi uma das piores considerando os principais mercados globais, com um retorno acumulado de -0,1% em reais e -4,7% em dólares. Uma série de preocupações macroeconômicas e políticas levaram a uma piora da percepção de investidores, causando uma saída de estrangeiros nos primeiros meses do ano: 1) o recrudescimento da pandemia; 2) o cenário eleitoral de 2022; 3) as incertezas quanto à trajetória fiscal; 4) a percepção de maior intervenção política nas estatais, dentre outras.

Quer saber a nossa visão dos acontecimentos recentes e visão para a Bolsa no Brasil? Clique aqui: Raio-XP da Bolsa: Revisando o target do Ibovespa para 145.000 pontos

Mesmo nesse cenário, o número investidores pessoas físicas continuou crescendo (link). Essa tendência, somada ao potencial de migração de renda fixa e poupança, que juntos somam mais de R$5 trilhões (levando em conta somente fundos investidos em renda fixa), para renda variável, nos deixam otimistas em relação ao potencial de crescimento da Bolsa no longo prazo.

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Fluxo de estrangeiros volta a ser positivo em abril depois de dois meses de saída de capital

Depois de dois meses registrando saída de capital, o fluxo de capital estrangeiro na Bolsa brasileira foi positivo no mês de abril e nos primeiros dia de maio de 2021, com um saldo de +R$7,9 bilhões¹*. O ritmo de entrada de capital desacelerou nesse ano quando comparamos com a entrada expressiva entre novembro do ano passado até janeiro deste ano, quando o saldo médio foi de +R$28,6 bilhões mensalmente. Ainda assim, o saldo em 2021 aumentou e permanece positivo, em +R$ 23,9 bilhões*.

¹ de 01/04/2021 até 06/05/2021
*Saldo não considera a entrada/saída de capital estrangeiro por IPOs e Follow Ons em março e abril, pois os dados ainda não foram divulgados pela B3.

Reforçamos a nossa visão de que o retorno duradouro desses investidores à Bolsa brasileira depende principalmente de quatro pontos-chave:

  1. Melhor resolução sobre a trajetória fiscal e política do país;
  2. Avanço da vacinação contra o coronavírus e continuação da recuperação econômica;
  3. Cenário positivo para as commodities e os mercados emergentes;
  4. Avanços na responsabilidade socioambiental e de governança (ESG) no Brasil, sendo essa uma condição quase sine qua non para o estrangeiro voltar a ter grandes alocações no país.

Fundos investimento: Alocação em ações volta a aumentar em março

A alocação dos fundos de investimentos em ações teve um fluxo positivo em março, último dado disponível, de +R$23,4 bilhões (+3,2% M/M), chegando a R$746,9 bilhões alocados em ações. Com isso, a alocação em ações subiu +2,7% no patrimônio líquido das gestoras, mas ainda representa apenas 14,5% do total.

Em contraste, os fundos têm R$4,4 trilhões alocados em renda fixa, correspondente a 85,4% do seu patrimônio. Em março, vimos ainda uma leve alta de R$50,9 bilhões (+1,2% M/M) nessa classe de ativos no portfólio dos fundos.

Fundos de pensão: Saldo positivo em ações em 2020

Quando olhamos apenas para os fundos de pensão, segundo dados mais recentes disponíveis de dezembro de 2020 da Abrapp, o fluxo de alocação em ações também foi negativo em -R$1,7 bilhões (-2,2% M/M). Apesar disso, eles fecharam o ano com um saldo positivo de R$810,0 milhões e terminaram 2020 com uma alocação de R$75,5 bilhões em ações.

Já o fluxo em fundos de renda variável foi positivo em R$11,3 bilhões (+9,4% M/M) no último mês de 2020, chegando a R$130,8 bilhões, porém foi menor do que o movimento no mês anterior (R$16,6 bilhões, +16,2% M/M).

Juntos, investimentos em ações e fundos de renda variável representam 20,4% da carteira desses fundos de pensão, valor este que se compara aos 72,6% alocados em renda fixa, um saldo de R$734,1 bilhões em dezembro de 2020.

Os dados acima revelam que a participação das instituições no mercado acionário ainda é baixa quando comparado à exposição à renda fixa, ou seja, ainda existe um grande potencial de migração da renda fixa para a variável.

Pessoas físicas voltam a aumentar posição na Bolsa em abril

Como destacado em nosso relatório XP Monitor, em abril, vimos um crescimento de +4,7% M/M na posição total dos investidores pessoas físicas em R$22,7 bilhões, chegando à R$505,0 bilhões. Houve uma desaceleração em relação ao crescimento de +7,2% em março, mas esses dois últimos meses contrastam com a queda de fevereiro de -R$3,6 bilhões, equivalente a -0,8% M/M.

Na nossa visão, a diminuição no ritmo de crescimento da posição de PFs no começo do ano pode ser relacionada à queda do Ibovespa durante o período, quando o índice caiu -12,0% entre pico no dia 08/01 e o final de fevereiro decorrente de preocupações fiscais e o aumento dos riscos políticos. Já em março e abril, a Bolsa brasileira voltou a subir e acumulou uma alta de +8,1% nesses dois meses.

número de investidores PFs na Bolsa brasileira (B3), por sua vez, atingiu 3.687.026, um aumento de 125.730 pessoas, +3,5% em relação à março, e uma alta expressiva de +119,3% quando comparado com 2019. Além disso, vale destacar que o número de mulheres investindo na Bolsa atingiu, pela primeira vez, a marca de 1 bilhão.

Investidores estrangeiros, pessoas físicas e instituições possuem as maiores participações na Bolsa

Os principais investidores da Bolsa brasileira são: 1) investidores estrangeiros (48,7%), 2) pessoas físicas (20,4%) e 3) instituições (25,4%). Juntos, eles representam 94,6% dos participantes do mercado acionário.

Nessa publicação, considera-se apenas o fluxo do mercado à vista.

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