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Expresso Alimentos & Bebidas #6

Confira os destaques do setor de Alimentos e Bebidas nesta semana.

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Confira os destaques do setor de Alimentos & Bebidas nesta semana de 21 de setembro: às segundas, falamos dos preços dos animais vivos, para entender como estão as margens dos produtoresÀs terças, abordamos exportações semanais (margens dos exportadores); já às quartas, discutimos o preço da carne (margens dos frigoríficos e dos varejistas) . Às quintas, analisamos as margens nos Estados Unidos e, por fim, às sextas, comentamos alguns dados de fluxo e performance das ações.

Confira a edição mais recente do Expresso Alimentos & Bebidas clicando aqui.

Por que esses dados são importantes? Porque eles impactam os preços de ações como MRFG3, BRFS3 e ABEV3. Vale lembrar que, no setor de Alimentos & Bebidas, esperamos performance melhor para frigoríficos expostos às carnes bovina e suína, ao passo que a carne de frango passa por um momento mais delicado em 2020, tanto no mercado interno quanto no mercado externo.

Quaisquer críticas, dúvidas ou sugestões de tema são bem vindas: basta deixar um comentário no final do post.


Segunda-feira: Preços dos Animais Vivos

O preço do boi gordo novamente rompeu recordes, atingindo R$ 251/@ na quarta-feira passada. Esperamos que os preços sigam fortes pelo menos até o final de novembro devido à sazonalidade da oferta. Tanto o preço do suíno quanto o do frango vivo se mantiveram estáveis na semana, respectivamente, em R$ 8/kg R$ 4,10/kg. Mantemos nossa visão favorável a frigoríficos expostos a suínos e bovinos que, apesar da alta dos custos, tem conseguido repassar essa alta nos preços por conta da demanda aquecida.


As reservas estatais da China de carne suína estariam acabando, diz consultoria inglesa

Segundo notícia do Financial Times, as reservas estatais chinesas de carne suína estariam acabando. Vale lembrar que o país é o maior produtor, consumidor e importador de carne suína do mundo, e que o nível de suas reservas é tratado com sigilo. Ainda assim, a Enodo Economics, uma consultoria com sede em Londres focada no país asiático, estima que a China tem menos de 100.000 toneladas de reservas restantes de carne suína atualmente, diz Diana Choyleva, economista-chefe da instituição. “Nesse ritmo, dentro de dois a três meses elas terão acabado”, acrescentou ela.

As reservas de carne suína atuam para estabilizar preços elevados, mas não chegam a substituir a oferta restrita. O declínio nas reservas significaria, portanto, que a capacidade de Pequim de intervir diretamente no mercado de carne suína será mais limitada no segundo semestre de 2020 e em 2021. Tal escassez na oferta forçou a China a importar quantidades recordes da carne este ano dos principais produtores globais, incluindo os EUA. Consequentemente, as importações de carne suína atingiram 430.000 toneladas em julho, mais do que o dobro do ano anterior.


Terça-Feira: Exportações de Proteínas

Exportação de suínos cresce 44% em volumes A/A até a 3ª semana de setembro

De acordo com os dados preliminares da SECEX, até a 3ª semana de setembro, as exportações de suínos e bovinos seguem robustas (+44% e +10% A/A em volumes, respectivamente), enquanto as exportações de frango passam por momento delicado (-17% em preços em dólares);

Vale destacar que, após atingirem vales em junho/julho, os preços das três proteínas vem se recuperando sequencialmente, e podem seguir em alta até o Ano Novo Chinês. Seguimos entendendo que, neste momento, frigoríficos exportadores expostos sobretudo à carne bovina e à carne suína devem ser os mais beneficiados.

Bovinos: usando a média diária da terceira semana de agosto como parâmetro, estimamos que, no mês fechado, sejam exportadas 160 mil toneladas de carne bovina (+15% A/A). Já o preço deve cair cerca de 3% na comparação anual, ficando na casa dos 4.091 dólares por tonelada. Assim, o faturamento deve chegar em US$ 653 milhões (+12% A/A).

Aves: partindo da mesma metodologia, estimamos que, no mês fechado, sejam exportadas 356 mil toneladas de carne de frango (+6% A/A). Já os preços devem seguir caindo até os 1.354 dólares por tonelada (-17% A/A), mas com melhora sequencial versus agosto (US$ 1.335/ton). Consequentemente, o faturamento deve ficar em US$ 482 milhões (-12% A/A).

Suínos: grande destaque deste terceiro trimestre, as exportações de suínos devem seguir fortes, atingindo 85 mil toneladas de carne suína (+51% A/A), com preços praticamente estáveis na casa dos 2.327 dólares por tonelada, totalizando um faturamento de US$ 197 milhões, 51% acima do mesmo mês no ano anterior.


Quarta-feira: Preços das Carnes


Bebidas (ABEV3): volta à tona potencial tributação de refrigerantes

Segundo o Valor Econômico, foi realizado mais um estudo sobre o efeito elasticidade-preço de uma nova tributação sobre bebidas não alcoólicas adoçadas, categoria que inclui refrigerantes, sucos de caixinha, isotônicos e bebidas à base de leite e chocolate. Para conferir todos os detalhes, acesse o Expresso Alimentos & Bebidas desta semana.

Coordenado pelo economista Cláudio Lucinda e realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) a pedido da ACT Promoção da Saúde, o estudo concluiu que uma tributação de 20% sobre a categoria geraria R$ 4,7 bilhões de arrecadação tributária adicional por ano e um acréscimo de R$ 2,4 bilhões ao PIB, em valores de 2018.

Tal tributação de 20% se daria por meio de uma Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e poderia implicar em uma variação da quantidade e do valor consumido de, respectivamente, -20% e -21%; caso a tributação fosse de 35%, esses valores seriam atualizados para -35% e -37%.

Entendemos que, por enquanto, se trata da divulgação de um novo estudo, sem efeitos diretos em termos de política pública. Ainda assim, como a ideia converge com o “sugar tax” já mencionado pelo ministro Paulo Guedes, seguiremos monitorando a situação, uma vez que o segmento brasileiro de bebidas não alcoólicas da Ambev representa cerca de 7% do EBITDA da empresa.


Quinta-feira: Proteínas nos EUA


Bebidas (ABEV3): Ambev coloca em operação a sua primeira fábrica de latas

Segundo o Valor Econômico, a Ambev colocou em operação a sua primeira fábrica de latas, em Sete Lagoas (MG). A unidade tem capacidade para produzir 1,5 bilhão de latas por ano e demandou investimentos de cerca de R$ 700 milhões. A unidade abriga duas linhas de produção de latas, uma linha de tampas e funcionará com energia 100% renovável. De acordo com a Ambev, todo o alumínio usado na produção é brasileiro, sendo que 75% é reciclado.

“Há um ano, quando começamos a construir essa nova unidade, queríamos aumentar nossa capacidade. Era um projeto olhando o longo prazo. Assim que vimos a alta demanda por latas, aceleramos as obras para conseguir atender a essa demanda crescente”, disse Mauricio Soufen, vice-presidente fabril da Ambev;

Enxergamos a notícia como positiva pois ela demonstraria, (ii) no curto prazo, a agilidade da empresa em se adaptar para um cenário de pandemia em que o consumo de cerveja em latas cresceu em detrimento do consumo de garrafas retornáveis e (ii) no longo prazo, a manutenção da preocupação da empresa em controlar custos e margens, sobretudo em meio a cenário competitivo desafiador.

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