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“O mercado de capitais não está parado”, afirma Gilson Finkelsztain, CEO da B3

Fernando Ferreira e Bernardo Guttmann recebem Gilson Finkelsztain, CEO da B3, no Expert Talks - Na Mesa com CEOs. Assista ao episódio.

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Apaixonado por engenharia civil, a sua formação de origem, o CEO da B3 não imaginava que iria trocar as obras e o sonho de montar uma construtora por uma bem-sucedida carreira no mercado financeiro. Conheça mais sobre a trajetória de Gilson Finkelsztain, entrevistado nesta edição do Expert Talks – Na Mesa com CEOs.

Neste episódio Fernando Ferreira, estrategista-chefe e head do Research XP, e Bernardo Guttmann, head de TMT e do setor financeiro no Research da XP, conversam com o CEO para falar sobre carreira, liderança e o futuro do mercado de capitais no Brasil. Assista ao episódio completo no link abaixo:


Surgimento da B3: fusão entre Cetip e BM&F Bovespa

Finkelsztain já tinha mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro, quando, em 2013, recebeu o convite para ser CEO da CETIP (Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos Privados), empresa que, segundo o CEO, naquele momento nutria “uma certa guerra fria” com a BM&F Bovespa (antiga Bolsa de Valores do Brasil).

Em 2017, a BM&FBovespa comprou a CETIP e a fusão das duas empresas deu origem a B3 (Brasil, Bolsa e Balcão). Finkelsztain relata que neste momento da fusão, o conselho da Bovespa iniciou um processo de sucessão do antigo CEO e ele acabou sendo escolhido para liderar a nova companhia.

A Bolsa brasileira está parada?

O início de 2024 foi marcado por uma onda de otimismo, contudo o CEO afirma que “estava mais cético com esse ano”. Ele enxerga uma certa melhora de cenário e, apesar do ano turbulento, afirma que muitas empresas têm aproveitado o momento para se profissionalizar e fazer um IPO em um momento futuro mais propício.

Ainda que dentro da renda variável o mercado esteja mais desaquecido, ele destaca o grande avanço dentro do mercado de renda fixa e os incentivos para aumento da liquidez no mercado secundário de dívida. O CEO ainda reforça que a maior oferta de produtos tem contribuído para uma maior diversificação por parte dos investidores. “O mercado de capitais não está parado, esta mais sofisticado”, conclui.

Nova bolsa de valores e competição internacional

Em junho de 2024, a B3 presenciou um movimento inédito no mercado nacional, quando a empresa brasileira Vitru Educação (VITRU3) saiu da Nasdaq e passou a ser listada no Brasil. Na visão de Finkelsxtain, o mercado passou por momentos de incerteza que levaram a uma onda de IPO´s em bolsas estrangeiras. Mas ele acredita que “a B3 vem para desmistificar essa ideia de que listar lá fora é melhor” e aponta que a maior liquidez e o acesso mais facilitado aos investidores varejo e institucionais são as principais vantagens de se listar no Brasil.

Em relação aos movimentos recentes de estruturação de novos entrantes no mercado brasileiro, como a ATG/Mubadala, o CEO afirma que a competição faz parte do negócio e vai manter a B3 com o foco nos clientes e nas inovações.

Contudo “desafio um pouco a lógica de que eficiência significa ter bastante competição”, pois, na visão de Finkelsztian, essa já é uma área muito regulada e uma maior fragmentação pode ocasionar uma diminuição da liquidez, que é, hoje, a principal variável sobre os custo para o investidor.

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