Para nossa cobertura de Utilities, esperamos que os resultados do 2T22 sejam mistos. O destaque positivo deve permanecer nas distribuidoras, que esperamos que apresentem bons resultados em termos de controle de custos, redução de perdas, inadimplência e crescimento do consumo. Por outro lado, os geradores hídricos, apesar da excelente hidrologia observada no trimestre, devem apresentar resultados mais negativos devido ao hedge implementado no ano passado a preços elevados. Na fonte eólica, chuvas mais fortes no Nordeste levaram a ventos mais fracos, e as empresas devem apresentar resultados mais sutis. Em relação ao segmento de saneamento e transmissão, esperamos que as empresas apresentem resultados estáveis em relação ao trimestre anterior.
O que esperamos para os setores
Transmissão. Esperamos que as empresas apresentem resultados estáveis em relação ao trimestre anterior. Apesar da discussão da RBSE sobre o contrato 059/2001 da Isa CTEEP, não vemos impacto de curto prazo nos resultados.
Geração:
Eólica. As chuvas mais fortes no Nordeste levaram a ventos mais fracos, e as empresas com alta concentração de ativos nessa região (CE, RN, PE, MA) devem consequentemente apresentar resultados mais fracos. Consulte o relatório [ link ] para obter mais informações sobre geração eólica. A mesma lógica se aplica aos projetos solares.
Hidro. Apesar da excelente hidrologia observada no trimestre, as empresas devem apresentar resultados quase neutros devido ao hedge implementado no ano passado a preços elevados. Uma exceção seria a Cemig, que seguiu em outra direção e iniciou 2022 vendida em futuros de energia. Consulte o relatório [ link ] para mais informações sobre os reservatórios e a matriz energética brasileira.
Térmicas. A boa hidrologia reduziu o PLD para um valor abaixo do CVU da maioria das termelétricas; assim, o despacho foi zero durante este período. Usinas com contratos de disponibilidade devem ficar estáveis, no entanto usinas com contratos comerciais podem sofrer perdas relacionadas a custos fixos.
Distribuição. As empresas devem continuar apresentando bons resultados em termos de controle de custos, redução de perdas e inadimplência. Temos uma leitura neutra do crescimento do consumo e esperamos que permaneça estável em relação ao trimestre passado. Apesar dos bons resultados operacionais, um ponto a ser mencionado é a recente decisão da ANEEL de utilizar integralmente o crédito do PIS/COFINS para redução tarifária. Algumas empresas não fizeram provisões para créditos anteriores a dez anos e podem ter um impacto no lucro líquido. A Equatorial é a menos afetada com uma provisão potencial de ~R$ 200 milhões, enquanto Copel, Cemig e EdP sofreriam um impacto de ~R$ 1,1 bilhão, ~R$ 1,3 bilhão e ~R$ 800 milhões, respectivamente. Vale lembrar que isso ainda está em discussão legal e pode não se concretizar neste trimestre ou no próximo.
Saneamento. Esperamos que os resultados operacionais permaneçam estáveis, enquanto energia e outros custos atrelados à inflação devem pressionar os resultados.
O que esperamos para as empresas da nossa cobertura
AES Brasil (AESB3)
Nos resultados do 2T22, a AES Brasil deve continuar sofrendo com o impacto negativo das compras de energia do ano passado a preços mais elevados. Apesar da excelente hidrologia observada no trimestre do 2T22, esse hedge implementado em 2021 deve pressionar os resultados da companhia durante todo o ano de 2022. Em relação ao segmento eólico, chuvas mais fortes no Nordeste levaram a ventos mais fracos no 2T22 A/A. Além disso, o atual nível de alavancagem da companhia junto a uma deterioração do cenário macro, devem impactar o resultado financeiras no trimestre.
Auren (AURE3)
Auren deverá continuar a ser penalizada pelo impacto negativo das compras de energia do ano passado a preços mais elevados. Apesar da excelente hidrologia observada no trimestre do 2T22, esse hedge implementado no ano passado deve pressionar os resultados da empresa ao longo de 2022. No segmento eólico, a melhora na disponibilidade de Ventos do Araripe III devido à regularização de problemas com transformadores deve refletir uma maior geração A/A. Além disso, neste trimestre a empresa deve continuar apresentando maiores despesas devido ao evento não recorrente da reorganização societária.
Omega Energia (MEGA3)
Como pudemos ver em nosso Relatório Mensal de Monitoramento de Ventos, a Omega teve um trimestre mais fraco em termos de recursos eólicos. Durante o 2T22, o bloqueio atmosférico prendeu a chuva na costa Nordeste, contribuindo para o aumento da precipitação e menor geração de energia eólica. Apesar da menor geração eólica no 2T22, a companhia continua reiterando seu guidance de EBITDA para o ano.
Engie (EGIE3)
A Engie deverá continuar a ser penalizada pelo impacto negativo das compras de energia do ano passado a preços mais elevados. Apesar da excelente hidrologia observada no trimestre do 2T22, esse hedge implementado no ano passado deve pressionar os resultados da empresa ao longo de 2022. Os resultados da Engie no 2T22 devem refletir: (i) a entrada em operação do sistema de transmissão Gralha Azul, (ii) a aquisição dos complexos solares Paracatu e Floresta em março de 2022, e (iii) o inicio da operação parcial (50%) do sistema de transmissão Novo Estado.
ISA CTEEP (TRPL4)
Não esperamos grandes surpresas nos resultados do 2T22 da CTEEP além da entrada em operação de Aimorés (maio de 2022). Com os atuais níveis de alavancagem da companhia e a deterioração do cenário macro, esperamos que as despesas financeiras sejam significativamente maiores no trimestre. Notamos que as receitas devem ser menores devido ao reperfilamento da RBSE.
Taesa (TAEE11)
Não esperamos grandes surpresas nos resultados da Taesa no 2T22 além da entrada em operação da ESTE (Fev 2022) e Aimorés (Maio 2022). Com os atuais níveis de alavancagem da companhia e a deterioração do cenário macro, esperamos que as despesas financeiras sejam significativamente maiores no trimestre
Alupar (ALUP11)
Em relação ao segmento de transmissão, não esperamos grandes surpresas nos resultados da Alupar no 2T22 além da entrada em operação da ESTE (Fev 2022). Além disso, também não esperamos grandes surpresas no segmento de geração devido ao risco reduzido de GSF pelo portifólio coberto por seguros.
EdP (ENBR3)
Projetamos mais um bom trimestre para a Usiminas em Para o 2T22, no segmento de distribuição de energia, os resultados devem refletir o aumento de +3,0%% no volume de energia, dividido em +2,2% para a EDP São Paulo e +4,3% para a EDP Espírito Santo. Quanto ao segmento de geração, esperamos que os resultados da EdP sejam negativamente impactados por menores volumes devido à estratégia de alocação de energia da empresa.
Copel (CPLE6)
Para o 2T22, na distribuição de energia, os resultados devem ser pressionados em função de alguns reajustes contratuais negativos. No segmento de geração, o GSF positivo contribuiu para a geração hidrelétrica. Por outro lado, o resultado deve ser negativamente compensado pela termelétrica que despachou pouco e tem custos fixos elevados. Além disso, em relação ao imbróglio de créditos tributários de PIS/COFINS, a Copel já havia reconhecido R$ 1,1 bilhão em seu balanço. Considerando a decisão da ANEEL de utilizar o volume total de créditos para reduzir as tarifas, esperamos um potencial impacto na provisão neste trimestre.
Equatorial (EQTL3)
Os resultados do 2T22 da Equatorial devem refletir: (i) a consolidação integral da Echoenergia; (ii) a entrada em operação de Echo 8, 9 e 10; e (iii) maiores volumes no segmento de distribuição A/A. Além disso, a Equatorial deve continuar apresentando bons resultados em termos de controle de custos, redução de perdas e inadimplência.
Cemig (CMIG4)
Em relação ao segmento de geração, esperamos que a Cemig se beneficie de sua estratégia de comercialização. Diferente da maioria das empresas de geração, a Cemig seguiu em uma direção diferente e iniciou 2022 vendida em futuros de energia. No segmento de distribuição, esperamos que a Cemig apresente bons resultados em termos de controle de custos, redução de perdas e inadimplência. Por outro lado, em relação ao imbróglio de créditos tributários de PIS/COFINS, a Cemig já havia reconhecido R$ 1,3 bilhão em seu balanço. Considerando a decisão da ANEEL de utilizar o volume total de créditos para reduzir as tarifas, esperamos um potencial impacto na provisão neste trimestre.
Copasa (CSMG3)
Para o 2T22, no setor de saneamento, esperamos que os resultados operacionais permaneçam estáveis, enquanto os custos de energia e outros indexados à inflação devem pressionar os resultados.
Sabesp (SBSP3)
Para o 2T22, no setor de saneamento, esperamos que os resultados operacionais permaneçam estáveis, enquanto os custos de energia e outros indexados à inflação devem pressionar os resultados. Além disso, os resultados da Sabesp devem refletir o reajuste tarifário de 12% em maio de 2022.
Sanepar (SAPR11)
Para o 2T22, no setor de saneamento, esperamos que os resultados operacionais permaneçam estáveis, enquanto os custos de energia e outros indexados à inflação devem pressionar os resultados.
Orizon (ORVR3)
Os resultados da Orizon no 2T22 devem refletir: (i) a consolidação integral dos ativos da Estre; (ii) a consolidação integral do aterro de Cuiabá; e (iii) volumes estáveis em termos de gestão de resíduos.
Ambipar (AMBP3)
Não esperamos grandes surpresas nos resultados da Ambipar no 2T22 além da consolidação integral das 4 empresas adquiridas no primeiro trimestre.
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