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Data Expert | Carrinho XP: Entenda o fenômeno “dupe” e suas implicações para o varejo

Na edição deste mês do Carrinho XP, trazemos uma rápida análise sobre o surgimento da cultura do "dupe".

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Uma tendência da Geração Z, mas ainda muito dependente do cross-border

Nesta edição do Carrinho XP, analisamos mais de perto o surgimento do fenômeno “dupe” e os seus riscos para as marcas de vestuário. O termo “dupe”, que tem ganhado força através do TikTok, é a abreviação de “duplicate” (duplicado, em ingês) e refere-se a roupas inspiradas no estilo de design de marcas premium, mas posicionadas em faixas de preço mais baixas e comercializadas em plataformas de e-commerce internacionais. Como referência, a Quince se destaca como uma das maiores marca dupe nos EUA, com vendas atingindo US$ 300 milhões em 2023. No Brasil, os vendedores de dupe inspirados na Farm e na Zara já comercializam peças por quase metade do preço no AliExpress e na Shein. Embora a cultura do “dupe” ainda seja incipiente no Brasil, acreditamos que vale a pena monitorá-la, pois ela pode se tornar um obstáculo para a demanda de vestuário, principalmente para os players de baixa e média renda. No entanto, vemos as recentes mudanças na taxação de compras internacionais como um atenuante, enquanto as varejistas brasileiras estão buscando cada vez mais formas de melhorar a sua proposta de valor através de uma melhor relação custo/benefício, oferta de produtos e UX.

A cultura do “dupe” como uma tendência da Geração Z. O setor de vestuário, já muito competitivo, enfrenta agora o desafio das marcas dupe. O termo “dupe” é a abreviatura de “duplicado” e refere-se a vestuário inspirado no estilo de design de marcas premium (por exemplo, Zara, Farm, etc.), mas posicionado em faixas de preço mais baixas e comercializadas maioritariamente em plataformas de e-commerce internacionais, como a AliExpress e a Shein. Ao contrário dos artigos falsos, os produtos “dupes” não exibem marcas, com o estilo sendo mais importante do que os logotipos. A tendência tem ganhado força entre os consumidores da Geração Z, sobretudo através do Tiktok – como referência, o termo “dupe” tem mais de 500 mil vídeos e +6 mil milhões de visualizações na plataforma. De acordo com uma pesquisa da Morning Consult e da CNBC, a economia de dinheiro foi a principal motivação (~70% dos consumidores) por trás do crescente interesse nos “dupes”.

Um olhar mais atento sobre os players de “dupes”. O surgimento desta tendência abriu espaço para a expansão de vários vendedores especializados online. Olhando para o mercado dos EUA, a Quince está entre os maiores players, atingindo US$ 300 milhões de dólares em vendas em 2023, atraindo consumidores com SKUs de luxo a preços acessíveis. Nos marketplaces, marcas chinesas como CRZ Yoga, QQQ e BALEAF, inspiradas na Lululemon, são grandes vendedores em plataformas importantes como Amazon e AliExpress. No Brasil, a Traf é uma conhecida vendedora no AliExpress inspirada em SKUs da Zara – como referência, nossa análise de preços aponta que um modelo bastante similar de uma jaqueta da Zara de R$ 359,00 é vendido por R$ 128,81 (considerando custos de frete e impostos) na plataforma chinesa. Além disso, a Cajuni e a TRVLCHIC são lojas que vendem peças que se assemelham à identidade visual da FARM a uma faixa de preço de ~R$100-150.

Nossa visão: uma nova ameaça para os varejistas de vestuário. Vemos a cultura do “dupe” como uma tendência ainda relativamente de nicho e incipiente no Brasil, além de ser fortemente dependente de plataformas de marketplace internacionais. Neste sentido, a recente aprovação do imposto de importação para compras internacionais serve como um mitigador desse risco, enquanto as lojas de departamento brasileiras estão cada vez mais procurando maneiras de melhorar sua proposta de valor, UX e oferta de produtos (por exemplo, programa de fidelidade e crédito). No entanto, acreditamos que vale a pena monitorizar a evolução dos “dupes”, uma vez que podem ser um obstáculo à demanda por vestuário, principalmente para as empresas focadas no público de baixa e média renda. Embora também possa afastar alguns consumidores das varejistas de marca, dado o seu posicionamento de preço mais agressivo e um design semelhante, consideramos esse risco mais limitado, uma vez que deve atingir um consumidor aspiracional/de entrada e não a um público fiel.

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