Data Expert | Carrinho XP: Entenda as medidas em discussão para conter a inflação de alimentos

Nesta edição do Carrinho XP, resumimos as potenciais medidas do governo que estão sendo discutidas para lidar com o aumento da inflação alimentar, que, segundo notícias, devem ser anunciadas nos próximos dias. Com base nas informações, a redução da tributação parece ser a alternativa mais provável, embora acreditamos que isso não teria um efeito material nos resultados das varejistas, dado o espaço limitado do governo para flexibilizar as receitas fiscais. Restrições às exportações também foram abordadas, embora notícias recentes mencionem que essa opção está fora de questão. Por fim, vemos a potencial redução/eliminação da taxa dos vales-refeição como algo positivo, embora esse tema tenha perdido força recentemente.

Alimentos pesando no bolso do consumidor. A inflação alimentar subiu consistentemente em 2024, encerrando o ano em +8%, à frente da inflação geral (IPCA em 4,8%). Como os alimentos são uma das categorias mais básicas (se não a mais básica), tal aumento já foi percebido pelos consumidores, com pesquisas realizadas pela Bain e Genial/Quaest destacando que a maioria dos entrevistados (70-90%, respectivamente) notou que os alimentos se tornaram mais caros.

Não se deixe enganar pelos dados recentes do IPCA. Embora os dados recentes do IPCA-15 tenham mostrado, mais uma vez, uma desaceleração na inflação alimentar, com +0,6% MoM em fevereiro, após +1,1% em janeiro e +1,5% em dezembro, nossa equipe macro continua prevendo uma aceleração à frente, com o IPCA acelerando para 0,9% em fevereiro e alcançando +9% em dezembro (LTM), com bebidas, vegetais, ovos e carnes sendo os principais responsáveis pelo aumento. Além disso, observamos que, em termos de regiões, as cidades do Nordeste tiveram um aumento de preços superiores à média nacional, o que está alinhado com o discurso do GMAT em sua teleconferência de resultados do 4T sobre dinâmicas de renda mais desafiadoras na região.

Governo ao resgate. A inflação alimentar surgiu como uma questão crítica para o governo, especialmente à medida que sua popularidade continua diminuindo. Como resultado, o governo e as associações do setor têm engajado em debates para discutir potenciais medidas para conter sua tendência de alta. Assim, analisamos as notícias recentes em busca de medidas potenciais para abordar questões de curto prazo, que podem ser divididas em dois grupos: (i) redução da tributação (sobre fertilizantes, itens essenciais e/ou embalagens); ou (ii) restrições às exportações (tributação ou cotas). O setor agro também propôs outras medidas de médio prazo, principalmente relacionadas ao acesso ao crédito e custos de produção (frete, armazenamento, combustível etc.).

Medidas podem ser um vento favorável de curto prazo. Como mencionado em nosso relatório (link), temos uma perspectiva mais cautelosa para a dinâmica de consumo em 2025, que já está sendo sinalizada pelos varejistas nas teleconferências de resultados do Q4. No varejo alimentar, esperamos que os volumes permaneçam pressionados devido à crescente inflação alimentar e ao poder de compra limitado. Nesse sentido, medidas potenciais poderiam aliviar a inflação, embora não esperemos um impacto material nos resultados, pois vemos espaço limitado para o governo flexibilizar as receitas fiscais. No entanto, vemos a potencial redução/eliminação da taxa de vales-refeição como uma medida que poderia ter um impacto positivo para os varejistas alimentares, embora temos notado menos notícias sobre esse tema recentemente. Por fim, observamos que notícias recentes mencionam que restrições às exportações e congelamento de preços estão fora de questão.

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