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Com perspectivas de queda nas taxas de juros, Ibovespa encerra o semestre em alta de 7,6%

Não conseguiu acompanhar de perto o mercado durante a semana? Resumimos para você os principais destaques!

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Ibovespa: -0,75% | 118.087 pontos

Na semana que marca o final do primeiro semestre de 2023, o Ibovespa encerrou a semana em queda de -0,8% aos 118.087 pontos, porém encerra o semestre em alta de 7,6%. Como destaque da semana, Gol (GOLL4) subiu 8,7%, impulsionada pela maior expectativa da queda de juros. Em contrapartida, Via (VIIA3) caiu -9,7%, após o empresário Michael Klein, da família fundadora da Casas Bahia, entrar com um processo contra a companhia, para obter a liberação de lojas e outros imóveis dados como garantia em pagamentos de passivos fiscais e trabalhistas para a empresa.

No Brasil, o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu a meta de inflação para o ano de 2026 em 3,0%, mantendo a mesma meta já estabelecida para 2024 e 2025. Além disso, o CMN anunciou uma importante mudança no horizonte de convergência da meta, que passará a ser contínua a partir de 2025, não mais baseada no ano-calendário. O Copom divulgou a ata de sua última reunião, na qual sinaliza que sua estratégia poderia contemplar cortes de juros daqui para frente. O IPCA-15, considerado a prévia da inflação, registou deflação em relação ao mês anterior, reforçando o cenário de arrefecimento da inflação brasileira. A sinalização do Banco Central e os dados de inflação corroboram com o cenário projetado pelo time de Economia da XP, que considera um corte de 0,25 p.p. em agosto, seguido de cortes sequenciais de 0,50 p.p, encerrando o ano de 2023 com juros em 12,00% e 2024 em 11,00%.

Nos EUA, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reforçou em discurso que os juros nos Estados Unidos devem subir nas próximas duas reuniões, caso os dados econômicos reforcem que a inflação do país pode seguir resiliente. Além disso, os 23 bancos dos EUA que foram submetidos ao teste de estresse anual do Fed demonstraram resiliência diante de um cenário de recessão severa. O teste era bastante aguardado principalmente depois da turbulência bancária há alguns meses atrás e impulsionou os ganhos do índice na semana, que encerrou em +2,4%. Na parte de dados econômicos, o PCE – a medida de inflação preferida do Fed - subiu 0,1% em maio, abaixo do esperado pelo consenso, e 3,8% no acumulado de 12 meses, o menor número desde abril de 2021. O Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 2,0% no primeiro trimestre de 2023, de acordo com a terceira estimativa, ficando acima do esperado. O número levantou preocupações adicionais sobre o ciclo de aumento das taxas de juros nos EUA e elevou os rendimentos dos títulos do Tesouro americano.

Por fim, na China, foi registrado o terceiro mês consecutivo de contração nos dados da atividade fabril da China em junho. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) industrial subiu de 48,8 em maio para 49,0 em junho, enquanto o PMI de serviços recuou de 54,5 para 53,2 neste mês. Valores abaixo de 50 indicam contração na atividade econômica. Os dados decepcionantes de crescimento econômico do país continuam impactando na queda de preços das commodities, principalmente o minério de ferro.


Mercados

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados até 30/06/2023.


Câmbio e juros

O Dólar fechou a semana estável em +0,01% em relação ao Real, em R$ 4,78/US$. Já a curva DI para o vértice de janeiro/31 fechou -13 bps na semana, atingindo 10,84%.

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados até 30/06/2023.


Fluxo de estrangeiros na Bolsa brasileira

Nessa semana, o saldo acumulado da movimentação dos investidores estrangeiros na Bolsa foi negativo em cerca de -R$ 400 milhões.

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados de fluxo até 28/06/2023.


O que esperar para semana que vem?

Na seara internacional, teremos no centro das atenções a ata da última reunião de política monetária do Fed, a ser divulgada na quarta-feira. Na sexta-feira, destaque para o relatório de emprego dos Estados Unidos, que trará a criação de empregos, a taxa de desemprego e informações relevantes acerca da evolução de salários. Ainda na agenda norte-americana, serão relevantes as publicações dos índices ISM de serviços e da indústria.

No Brasil, agenda política cheia na semana que vem. A Câmara dos Deputados deve fazer um esforço concentrado para votar três projetos de interesse do governo: o novo arcabouço fiscal, as mudanças no CARF e a reforma tributária. Os dois primeiros projetos são considerados fundamentais pela equipe econômica para, respectivamente, dar previsibilidade à trajetória fiscal e ampliar a arrecadação neste e nos próximos anos e, assim, cumprir as metas de resultado primário. Já a reforma tributária é considerada um projeto estruturante, com impactos de longo prazo no crescimento econômico.

Fonte: Bloomberg, Research XP.

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