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Caixa Seguridade (CXSE3): Um trimestre desafiador marcado por eventos não recorrentes | Resultados 2T24

Confira nossa revisão do resultado do 2T24 para a Caixa Seguridade

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A Caixa Seguridade (CXSE) apresentou resultados mais fracos, porém esperados, no 2T, principalmente devido a dois itens não recorrentes: chuvas intensas e inundações em municípios do Estado do Rio Grande do Sul, e a notificação de uma lista extraordinária de sinistros de prestamista não informados, conforme anunciado anteriormente em fato relevante. No entanto, os resultados do 2T24 foram ligeiramente melhores do que o esperado. O lucro líquido foi de R$ 770 milhões, representando uma redução de 17% T/T e uma redução de 6% A/A, mas ainda 9% acima de nossas expectativas. Em nota positiva, a atividade comercial apresentou aceleração, levando ao crescimento dos prêmios emitidos (+8,6% vs +6,3% no 1T24). No geral, os números do 2T foram amplamente antecipados, resultando nos resultados de hoje sendo considerados um "não-evento". Mantemos uma visão positiva da empresa e de nossa recomendação de compra, reforçando nossa crença de que os efeitos negativos relacionados aos eventos do trimestre devem ser limitados aos resultados deste trimestre.

Os prêmios emitidos totalizaram R$ 2.441,2 milhões no trimestre, 8,6% superior ao 2T23 e +3,6% T/T. Embora outros segmentos tenham apresentado maiores aumentos percentuais, o segmento Imobiliário apresentou o maior crescimento nominal, R$ 83,3 milhões (ou 10,4%). O segmento residencial também merece destaque, pois apresentou o maior volume histórico para um trimestre, R$ 229,5 milhões, saltando (+18,2% A/A). Vale ressaltar que o segmento Imobiliário está ligado ao crescimento da carteira de crédito habitacional da Caixa Econômica Federal.

Os prêmios ganhos também aumentaram, 2,8% e 1,8% T/T e A/A, respectivamente. Encerrou o trimestre em R$ 2.303,2 milhões.

A sinistralidade no trimestre foi impactada pelo envio pela CEF à Caixa Vida e Previdência, de uma base de dados contendo a relação de falecidos que compareceram como titulares de contratos de crédito, sem aviso prévio de sinistro até então. Este evento resultou em uma provisão para sinistros no valor de R$ 342,2 milhões, conforme Fato Relevante divulgado em 8 de julho de 2024, impactando o lucro líquido da CXSE em R$ 123,2 milhões no 2T24. Portanto, a sinistralidade foi de 59,4% no 2º trimestre, aumentando 38,8 p.p. A/A. Excluindo os sinistros relacionados às inundações no Rio Grande do Sul e o reconhecimento da base de vida de crédito de acordo com o período da perda, a relação para o trimestre seria de 24,2%, aumentando 3,6 p.p. e 2,6 p.p. A/A e T/T, respectivamente.

Os recursos captados caíram 0,8% A/A, totalizando R$ 7,3 bilhões. Destaca-se o desempenho positivo do negócio de Cartas de Crédito, que registrou um aumento de 86,6% nos recursos captados entre os períodos. A Previdência Privada continua como o maior contribuinte, representando 82,5% dos recursos captados no 2º trimestre.

As contribuições de Previdência Privada, impactadas pela concorrência com outros produtos de captação da rede de distribuição da CAIXA, reduziram 7,9% e 6,8% A/A e T/T, respectivamente. As reservas cresceram 12,8% de junho de 2023 a junho de 2024, e as taxas de administração ficaram estáveis em T/T e caíram 7 bps A/A, devido a uma maior alocação em fundos conservadores.

Para os Títulos de Capitalização, os recursos captados cresceram 6,7% A/A e diminuíram 14,7% T/T, com aumento de 43,3% nos fluxos de pagamentos mensais entre os períodos, modalidade que gera recursos recorrentes em períodos mais longos.

Para as Cartas de Consórcio, foram comercializados R$ 3,8 bilhões no 2T24, um aumento de 2,2% em doze meses. O estoque de cartas de crédito atingiu R$ 24,7 bilhões no 2T24, um aumento de 66,2% A/A.

A Receita Operacional totalizou R$ 1.076,0 milhões, -0,9% A/A, -13,9% T/T, e em linha com nossas estimativas.

O Negócio de Distribuição inclui os resultados referentes às receitas de acesso à rede de distribuição e uso da marca Caixa (BDF) e receitas de corretagem ou intermediação de produtos de seguros.

As receitas de corretagem totalizaram R$ 545 milhões, 13% superior ao 2T23. Este desempenho deveu-se, em grande parte, aos segmentos Crédito Imobiliário (+36,4%), Habitação (+20,5%), Vida (+13,6%) e Cartas de Crédito (+8,3%).

Do total de comissões pagas no 1S24, 70% foram retidos na corretora, enquanto 18% foram destinados ao pagamento de honorários de premiação a funcionários e sócios, e 11% à taxa de serviço da Caixa, incluindo os valores dos segmentos vida, vida creditícia e previdência privada pagos diretamente pela seguradora à Caixa. Para os demais segmentos, os custos são pagos pela corretora.

O Índice de Despesas Administrativas (IDA) encerrou o trimestre em 10,5%, 20 bps acima do trimestre anterior. Paralelamente, o Índice Combinado (CI) saltou 12,4 p.p., para 67,4%, pressionado pelo volume de sinistros não recorrentes decorrentes dos eventos no Rio Grande do Sul e das apólices de vida de crédito. Excluindo esses eventos não recorrentes, o CI seria de 56,3% no 2T24. Com isso, o Índice Combinado Expandido (ICA) encerrou o trimestre em 60,8%, 10,8p.p. superior ao 1T24.

O Resultado Financeiro totalizou R$ 17,8 milhões (-44% A/A), impactado pelo aumento das despesas financeiras com o ajuste dos dividendos mínimos obrigatórios para 2023, no valor de R$ 14,8 milhões. As Receitas Financeiras reduziram 10,1% vs. 2T23, devido às variações nos volumes médios de aplicações financeiras e à redução da taxa SELIC.

A carteira de investimentos consolidada em junho cresceu 9,9% em relação ao mesmo período de 2023 e caiu 4,4% em relação ao 1T24. Dos R$ 12,8 bilhões em aplicações financeiras, 44% foram alocados em títulos pós fixados, 37% em títulos prefixados, 15% em índices de inflação e 4% em outros tipos de fundos. Na visão consolidada, o retorno total anualizado da carteira foi de 10,9%, correspondendo a 93,3% do CDI.

Dito tudo isso, o Lucro Líquido atingiu R$ 770 milhões, -16,7% T/T, -6,4% A/A e +9,6% vs XPe. O resultado financeiro foi responsável por 33% do lucro líquido gerencial da CXSE no 2T24, um aumento de 9 p.p. T/T. Excluindo os efeitos dos sinistros não recorrentes, a relação entre os resultados financeiros e operacionais seria de 28% e 72% no trimestre

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