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Braskem (BRKM5) | Resultados do 3T25: Fraco, mas menos do que esperávamos

A Braskem reportou seus resultados referentes ao 3º trimestre de 2025. Veja nossos comentários.

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Resultados melhoraram sequencialmente e superaram a nossa expectativa, mas a alavancagem aumentou e a queima de caixa continua

Melhor do que esperávamos, mas ainda fraco. A Braskem divulgou os resultados do terceiro trimestre de 2025 na manhã desta terça-feira (11). O EBITDA recorrente foi de US$ 150 milhões (R$ 818 milhões), um aumento de +104% em relação ao segundo trimestre de 2025, que foi muito fraco, e acima das nossas estimativas (+22% em relação ao XPe de US$ 123 milhões; +5% em relação ao consenso). A linha do lucro ficou no zero a zero (prejuízo líquido de US$ 1 milhão), ajudada por ganhos cambiais, também melhor do que a XPe (-US$ 121 milhões). Embora os resultados tenham superado as expectativas, eles continuam em níveis deprimidos devido ao ciclo de baixa em curso no setor petroquímico. Acreditamos que os investidores se concentrarão na contínua queima de caixa e no aumento da alavancagem da Braskem, enquanto a empresa aguarda uma possível ajuda do PRESIQ e um eventual alívio nos spreads petroquímicos – que ainda não se materializou.

A queima de caixa continua. A dívida líquida aumentou US$ 309 milhões no trimestre, para US$ 7,1 bilhões no final do terceiro trimestre de 2025 (excluindo a Braskem Idesa). A Braskem queimou caixa no nível operacional, com o capex (-US$ 216 milhões) sozinho sendo maior que o EBITDA. Incluindo pagamentos de juros (-US$ 271 milhões), impostos (-US$ 10 milhões) e pagamentos a Alagoas (-US$ 71 milhões), parcialmente compensados pelo capital de giro e vendas de ativos (US$ 44 milhões), o consumo total de caixa no trimestre foi de -US$ 374 milhões em base consolidada (dos quais cerca de US$ 33 milhões na Braskem Idesa).

Maior alavancagem. No 2T25, escrevemos que a alavancagem da Braskem foi de mal a pior. No 3T25, a alavancagem aumentou ainda mais para 14,8x Dívida Líquida/EBITDA LTM (de 10,6x no 2T25). O aumento de +4,2x na alavancagem em relação ao trimestre anterior parece superlativo. No entanto, à medida que o EBITDA se aproxima de zero, a dívida líquida/EBITDA perde significado como medida de alavancagem. O aumento de 50% na alavancagem é melhor explicado por uma redução de -25% no EBITDA LTM no denominador, em vez de um aumento de cerca de 5% na dívida líquida (numerador). Para os mais interessados em matemática, este é um caso de f(x) = 1/x quando x -> 0, onde f(x) é a alavancagem e x é o EBITDA LTM.

Contando trimestres. Acreditamos que uma métrica mais relevante agora seria a medida da liquidez. Quanto tempo levará para a Braskem esgotar sua posição de caixa? A posição de caixa de US$ 2,3 bilhões da Braskem no final do terceiro trimestre de 2025 duraria sete trimestres a uma taxa de queima de caixa de cerca de US$ 300 milhões por trimestre. Incluindo os pagamentos da dívida (US$ 108 milhões em 2025, US$ 383 milhões em 2026), o caixa poderia se esgotar até o final de 2026 (ainda mais provável se levarmos em conta a linha de crédito rotativo de US$ 1 bilhão que expira no final de 2026). Para reverter o consumo de caixa e ganhar longevidade, a Braskem precisará contar com (i) uma recuperação dos spreads petroquímicos; e (ii) a aprovação do programa PRESIQ.

Brasil melhor, México e EUA/UE mais fracos. O resultado consolidado do EBITDA (USD 150 milhões) superou nossas estimativas (+USD 27 milhões contra XPe de USD 123 milhões), impulsionado principalmente por um EBITDA mais forte no Brasil (US$ 205 milhões, +US$ 23 milhões vs. XPe) e corporativo/eliminações (+US$ 54 milhões vs. XPe), mas parcialmente compensado por um desempenho mais fraco do que o esperado nos EUA/Europa (EBITDA de -US$ 15 milhões vs. XPe de US$ 10 milhões) e no México (EBITDA de -US$ 37 milhões vs. XPe de -US$ 12 milhões).

Mais provisões para Alagoas. Ontem (10), após o fechamento do mercado, a Braskem anunciou a assinatura de um termo de acordo com o Estado de Alagoas relacionado ao evento geológico na região. O acordo prevê pagamentos totais de R$ 1,2 bilhão, a serem feitos em 10 parcelas anuais variáveis ajustadas, principalmente após 2030. Desse montante, R$ 139 milhões já foram pagos. A empresa também informou que já havia provisionado R$ 467 milhões (até setembro de 2025) para indenização por danos materiais.

Spreads em queda. Como antecipamos, os spreads petroquímicos internacionais continuaram em queda, mais uma vez impactando negativamente os resultados da Braskem. No Brasil, os spreads das resinas caíram -8% no trimestre, pressionados por quedas generalizadas: PE -4%; PP -14% e PVC -13%. Os spreads de principais químicos também caíram -4% no trimestre. O spread médio dos EUA e da Europa diminuiu -4% no trimestre, enquanto o spread do PE no México ficou praticamente estável (+1% no trimestre).

Volumes estáveis, taxas de utilização mistas. O volume total de vendas atingiu 2.400 kt, um ligeiro aumento em relação ao 2T25 (+1% t/t), mas uma queda de -6% a/a. No Brasil, a taxa de utilização do etileno caiu para 65% (-9 p.p. t/t e -8 p.p. a/a), impactada por uma parada programada na fábrica do Rio de Janeiro. As vendas de resina diminuíram -4% t/t, impulsionadas por volumes domésticos mais baixos (-5% t/t), enquanto as vendas dos principais químicos aumentaram +11% t/t. A taxa de utilização do PE verde caiu substancialmente -31 p.p. t/t para 40%, refletindo os esforços de otimização de estoque. A taxa de utilização nos EUA e na Europa aumentou +5 p.p. t/t, embora as vendas de PP tenham diminuído ligeiramente (-2% t/t). Finalmente, no México, a taxa média de utilização subiu +3 p.p. t/t e as vendas totais caíram -6% t/t.

Mudanças no Comitê de Auditoria. A Braskem também anunciou ontem mudanças em seu Comitê de Conformidade e Auditoria Estatutário. O Sr. José Mauro da Cunha foi eleito para substituir o Sr. Roberto Faldini e exercerá o cargo até a primeira reunião do Conselho de Administração após a Assembleia Geral Anual de 2026. O Sr. Cunha é membro do Conselho da Braskem desde dezembro de 2019, nomeado pelo acionista Novonor. Ele é formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Católica de Petrópolis (RJ) e, mais recentemente, atuou como Presidente do Conselho (até janeiro de 2024) e CEO (até março de 2022) da Novonor.

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