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Bradesco (BBDC4): Retomada ganha consistência em meio à estabilidade da qualidade de crédito

Revisão dos resultados do 3T25

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O Bradesco reportou resultados sólidos no 3T25, amplamente em linha com as expectativas, com lucro líquido recorrente de R$6,2 bn (+2% T/T; +19% A/A) e ROAE de 14,7% (vs. 14,5% XPe). O NII subiu para R$18,7 bn (+17% A/A; +2% vs. XPe), apoiado por margens mais fortes de Clientes à medida que os spreads melhoraram, compensando um Custo de Crédito ligeiramente maior (+3% T/T). A receita de Serviços avançou +7% A/A, enquanto o segmento de Seguros permaneceu como destaque, mantendo a rentabilidade acima de 20% de ROE. O NPL+90 manteve-se estável em 4,1%, melhor do que o esperado, e as Despesas Operacionais aumentaram moderadamente, mantendo o Índice de Eficiência próximo a 50%. No geral, o Bradesco continua a consolidar a rentabilidade e melhorar a qualidade dos ativos, confirmando progresso consistente em seu turnaround e alinhamento com o guidance para 2025. A recuperação permanece gradual, mas o banco parece ter alcançado uma nova base de normalização dos lucros. Reafirmamos nosso rating Neutro, pois sustentar ROE acima de 15% com custo de crédito estável será fundamental para uma reavaliação positiva em meio a um cenário macroeconômico ainda desafiador.

A carteira de crédito expandida do Bradesco continuou a crescer no 3T25, embora em um ritmo mais moderado, refletindo a abordagem disciplinada do banco para uma expansão ajustada ao risco. A carteira total atingiu R$1,034 trilhão (+1,6% T/T; +9,6% A/A). Em PF, o crédito PF acelerou 2,5% T/T (acima dos 1,8% no 2T25) e 14,1% A/A, enquanto o crédito consignado permaneceu estável em +1,2% T/T. O financiamento imobiliário cresceu 3,2% T/T e 15,9% A/A, mantendo forte tração, e os empréstimos para veículos avançaram 2,7% T/T. Na carteira PJ, o crédito rural avançou 10,5% T/T (+20,6% A/A) e as operações BNDES/Finame cresceram 7,8% T/T, compensando a tendência mais fraca em Grandes Empresas (-1,2% T/T). Os empréstimos para PMEs seguiram se destacando, com crescimento de 4,6% T/T e 24,8% A/A. A participação de crédito com garantia subiu para 59,5% (ante 58,5% no 2T), reforçando a preferência do banco por crescimento com colateral à medida que avança em seu plano de reestruturação.

O NII totalizou R$18,7 bilhões (+3,7% T/T; +16,9% A/A), ligeiramente acima da nossa estimativa, marcando mais um trimestre de melhora nos spreads de captação. O NII com clientes cresceu 4,8% T/T e 19,0% A/A, impulsionado por mix e crescimento de volume, enquanto a NIM bruto médio expandiu 20 bps, para 9,0%. O NII de mercado encerrou o trimestre em R$99 milhões, impactado por resultados mais fracos de ALM, embora ainda em linha com o guidance. No acumulado do ano, o NII somou R$54,0 bilhões em 9M25, alta de 15,5% A/A, consistente com a recuperação gradual de margem do banco.

O foco do Bradesco em rentabilidade ajustada ao risco continua gerando resultados. O NII líquido de provisões (NII ajustado ao risco) atingiu R$10,2 bilhões no trimestre (+2,5% T/T; +14,4% A/A) e R$29,6 bilhões no acumulado de 9M25, sustentando a trajetória de alta iniciada no início de 2024. Essa trajetória mantém o banco no caminho para atingir sua meta anual de R$37–41 bilhões em NII ajustado ao risco em PJ.

Asset quality permaneceu estável. O NPL+90 ficou em 4,1% (-10 bps A/A; estável T/T), refletindo melhora em SMEs (-60 bps T/T), compensando um leve aumento em Corporates (+10 bps T/T) e a alta de 30 bps em PF.
O índice Stage 3 caiu 40 bps T/T para 7,5%, enquanto o Stage 2 aumentou marginalmente para 4,6%, em meio a efeitos de reclassificação da carteira. O banco reportou um cure de 4% dentro do Stage 3 e uma migração de 12% do Stage 2 para o Stage 1, refletindo melhores dinâmicas de recuperação.

Carteira reestruturada continua a melhorar, caindo T/T (-6%), A/A (-22%) e como % da carteira de crédito para 3,7% (de 4,0% no 2T). Ao observar a razão entre provisões e carteira reestruturada, vemos uma queda significativa de -990 bps, enquanto o NPL+90 aumentou 60 bps no mesmo período, levando a relação entre ambos a cair de 2,1x no 3T24 para 1,7x no 3T25. A companhia atribui essa tendência à “estratégia de qualidade de ativos e recuperação de crédito”, considerando esses níveis como “adequados”.No entanto, vemos isso como um ponto de atenção, já que a companhia continua crescendo significativamente em meio à deterioração do cenário macroeconômico.

A provisão expandida para perdas com crédito atingiu R$8,6 bilhões (+20,1% A/A; +5,1% T/T), impulsionada por um aumento de +15,7% A/A (+4,8% T/T) nas despesas de provisão devido ao mix de crescimento, com maior participação em atacado e massificado (R$354 milhões e R$64 milhões em ALL, respectivamente), e menor contribuição da recuperação de créditos baixados (8,6% no 3T vs. 8,9% no 2T). Como resultado, o Cost of Risk subiu para 3,3% (+30 bps A/A; +10 bps T/T), enquanto o Coverage Ratio caiu para 168,9% (-430 bps A/A; -890 bps T/T).
Se ajustarmos a metodologia como provisão Estágio 3 sobre empréstimos Estágio 3, vemos um Coverage Ratio de 60,2% (-39 bps T/T). Segundo a companhia, esses números mais suaves estão relacionados a (i) menor carteira reestruturada e (ii) mix de originação.

A operação de seguros apresentou outro desempenho sólido, com lucro líquido de R$2,5 bilhões e ROE de 22,4%. O segmento de Previdência e Capitalização se beneficiou de melhores índices de sinistralidade e resultados financeiros, enquanto o segmento de Saúde (que já responde por mais de 1/3 dos resultados de seguros do banco) registrou outro trimestre de crescimento em vidas seguradas, mas com novo aumento sequencial nos índices de sinistralidade.

Receitas de serviços totalizaram R$10,6 bilhões (+6,9% A/A; +2,8% T/T; -4% vs. XPe). O aumento A/A foi impulsionado principalmente por Card Income (+13,8%, refletindo +10% no volume transacionado A/A) e Consórcios (+22,3%, impulsionado por maiores cotas de consórcios imobiliários). Segundo a companhia, excluindo o aumento da participação na Cielo, o crescimento A/A teria sido de 5,1%. No lado negativo, vemos Conta Corrente (-4,1%) e Cobrança e Pagamentos (-11,1%), refletindo outra queda consecutiva no número de correntistas, enquanto Capital Market / Financial Advisory Services apresentou queda de -29,9% T/T (-7,5% A/A).

As despesas operacionais totais atingiram R$16,5 bilhões (+9,6% A/A; +3,7% T/T). Excluindo os efeitos de Cielo e John Deere Bank, as despesas teriam aumentado 8,4% A/A. No lado de pessoal, o aumento foi impulsionado por maiores despesas com participação nos lucros (+50,5% A/A) e salários e benefícios reajustados em 5,7% em set/25 (vs. 4,6% em set/24). Enquanto isso, as despesas administrativas totais aumentaram levemente +0,9% A/A (+2,5% T/T), o que vemos como continuidade dos sinais de que a revisão estratégica de footprint do Bradesco e a otimização do cost-to-serve estão gerando resultados positivos, com menores despesas com Facilities e outros serviços compensando maiores custos com Processamento de Dados e Comunicação. Como resultado, o índice de eficiência melhorou 50 bps sequencialmente, encerrando o trimestre em 50,7%.

Tudo isso combinado levou a um lucro líquido recorrente de R$6,2 bilhões no 3T (+18,8% A/A, +2,3% T/T e em linha com XPe). Vale destacar que o banco se beneficiou de uma menor alíquota de imposto de renda de 20% no trimestre (vs. 21% no 2T25). No geral, essa sólida rentabilidade implicou um ROAE acumulado de 14,6% (estável sequencialmente e +10 bps vs. XPe). O Bradesco apresentou um CET1 de 11,4%, estável sequencialmente, e um Índice de Basileia de 15,9% (+40 bps T/T).

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