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Bancos e Instituições Financeiras: Melhorando a lucratividade sem perder de vista os ajustes necessários para enfrentar um ano desafiador

Balanço da Temporada de Resultados do 4T24

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O quarto trimestre foi marcado por forte volatilidade nos mercados, especialmente em dezembro. Embora isso tenha impactado os números do período, a incerteza deve ter um efeito mais significativo nos resultados de 2025. Assim, embora vejamos o último trimestre de 2024 como positivo, prevemos um 2025 desafiador, principalmente devido ao ambiente de juros domésticos mais elevados. Esse cenário deve: i) desacelerar o crescimento da carteira de crédito; ii) reduzir a atividade nos mercados de capitais; e iii) aumentar modestamente a inadimplência, especialmente no segundo semestre do ano. Vale destacar que, em 2025, entra em vigor a Resolução 4.966 do Banco Central, alinhando as práticas contábeis ao IFRS 9. No quarto trimestre, alguns bancos compartilharam estimativas, mas prevemos que essa mudança adicionará complexidade à comparação dos números de 2025 com os anos anteriores. No geral, o 4T24 foi caracterizado por: i) carteiras de crédito e TPVs continuando a crescer a taxas de dois dígitos; ii) melhora nos indicadores de qualidade de crédito; iii) resiliência na atividade dos mercados de capitais; iv) melhora no índice de eficiência; e v) manutenção de índices de capital saudáveis. Diante de um cenário macroeconômico potencialmente mais difícil, reforçamos nossa preferência por empresas capazes de aumentar seus lucros apesar dos desafios. ITUB4 continua sendo nossa principal escolha.

Crescimento inercial. Apesar do aumento da incerteza devido ao ruído político, o trimestre refletiu tendências observadas ao longo do ano: crescimento da carteira de crédito, leve melhora na inadimplência, disciplina de custos e preservação dos índices de capital como um pilar da sustentabilidade de longo prazo. Em nossa visão, embora os bancos tenham interpretado corretamente o agravamento do cenário macroeconômico, há um descompasso entre a redução do apetite por risco e a desaceleração do crescimento do crédito. Esse entendimento foi confirmado por guidances mais modestos para 2025.

Cenário macro pressionando os mercados de capitais. Os volumes de negociação e as ofertas de ações permaneceram fracos, sendo parcialmente compensados pela forte atividade em derivativos, Emissão de Dívida (DCM) e renda fixa. Os ganhos de eficiência e a diversificação das receitas contribuíram para a resiliência tanto da receita quanto do lucro líquido, mesmo nesse cenário desafiador. No entanto, observamos um aumento das preocupações com as possíveis consequências negativas de um ambiente de juros mais altos. Como resultado, tornamo-nos mais céticos em relação à probabilidade de uma recuperação sólida em 2025.

Mesmo com ritmo levemente mais lento, os neobanks mantiveram o crescimento da lucratividade. Enquanto Nubank e Inter continuaram a melhorar a rentabilidade, o ritmo de crescimento desacelerou levemente. Vemos isso como um movimento natural, especialmente para o Nu, dado seu alto nível de penetração no mercado brasileiro. Por outro lado, essa desaceleração traz benefícios para o custo do risco. O crescimento e a melhora da qualidade do crédito combinados favoreceram o lucro líquido e, consequentemente, o ROE. No caso do Nu, as preocupações agora giram em torno do ritmo de crescimento, uma vez que a possível saturação do mercado bancário brasileiro tem ganhado atenção. Embora essa preocupação seja válida, vemos a tese de alavancagem operacional ainda intacta e capaz de manter a trajetória ascendente do ROE para Inter e Nu.

Empresas de pagamentos mantiveram o momento positivo dos lucros. As empresas de pagamentos continuaram apresentando crescimento robusto tanto em TPV quanto em depósitos. Paralelamente, à medida que expandem seus negócios para além dos pagamentos, observamos esforços para impulsionar o crescimento do lucro bruto consolidado, em vez de focar apenas na taxa de antecipação. A Stone mais uma vez se destacou na concessão de crédito. Embora a inadimplência tenha aumentado, ela permaneceu dentro das projeções de seus modelos de risco de crédito. No geral, vemos a dinâmica competitiva do setor como saudável, o que deve permitir que STNE e PAGS ajustem seus preços para compensar a alta dos juros. Além disso, com o forte crescimento no setor de banking, ambas as empresas estão cada vez mais diversificadas em suas fontes de financiamento. Isso deve permitir a otimização da estrutura de capital, impulsionando os ROEs enquanto mantêm índices de capital saudáveis.

Caixa Seguridade: Forte tração comercial. A atividade comercial permaneceu forte por mais um trimestre consecutivo. Esse desempenho robusto da receita levou a empresa a registrar um lucro líquido trimestral recorde. Olhando para frente, esperamos resultados financeiros ainda mais sólidos, impulsionados pelo ambiente de juros mais altos. Como resultado, reforçamos nossa visão positiva sobre a empresa.

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