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Banco do Brasil (BBAS3): recuperação de BBAS – uma maratona, não um sprint

Confira nossa análise sobre o Investor Day do Banco do Brasil

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Durante seu Investor Day, realizado hoje (24) em Nova York, o Banco do Brasil reforçou 2025 como um ano de transição. De modo geral, o BB posiciona 2025 como um ponto de inflexão, com o objetivo de restaurar a rentabilidade, a flexibilidade de capital e o ímpeto de crescimento a partir de 2026. O banco reiterou sua meta de crescimento no segmento de PF, especialmente por meio de empréstimo consignado privado, enquanto a MP 1314 oferece alívio regulatório e ferramentas para ajudar a restaurar a capacidade de pagamento dos produtores. Além do crédito, a diversificação de receitas em todo o conglomerado tem sustentado a resiliência diante do estresse na carteira agro. O banco também destacou sua transformação cultural e aceleração digital. Em relação ao capital, os executivos reiteraram que a geração orgânica de lucros é a principal alavanca, enquanto a política de dividendos permanece ancorada em um payout mínimo de 30%. Conforme discutido em nossa última atualização, o P/L parece esticado em relação à sua média histórica, e a combinação de recuperação lenta, ROE abaixo do Ke e DY modesto (5,5% para 2026) nos leva a manter o rating Neutro enquanto aguardamos sinais mais claros de melhorias.

Reforçando nossa visão Neutra

O evento de hoje reforçou nossa visão de que os NPLs do agronegócio devem continuar sob pressão, com uma melhora atrasada e mais gradual, e uma normalização provavelmente em níveis piores do que nos últimos anos. O apoio governamental por meio de Medidas Provisórias pode beneficiar o BBAS, potencialmente reduzindo a inadimplência no agronegócio e ajudando os indicadores de capital, mas é improvável que seja suficiente para levar a uma forte recuperação no curto prazo. Além disso, a desaceleração macroeconômica e as altas taxas de juros continuam a afetar as carteiras de PF e PMEs, adicionando mais pressão aos níveis de provisões. Por fim, não esperamos melhorias significativas na otimização de despesas no curto prazo. Nesse cenário, vemos outros nomes com melhor posicionamento geral no setor, como ITUB, enquanto o BBAS deve continuar enfrentando uma assimetria negativa de riscos e entregando uma recuperação lenta e incerta. Portanto, preferimos manter nossa visão neutra para o BBAS.

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Cenário e Resiliência

O Banco do Brasil caracterizou 2025 como um dos anos mais desafiadores de sua história, marcado por um forte aumento da inadimplência, especialmente no segmento agro, e a necessidade de uma revisão tática das operações. O banco destacou sua capacidade de absorver choques e manter a robustez do balanço, embora tenha suspendido seu guidance no início deste ano após observar uma divergência entre as taxas de inadimplência reais e as esperadas. O banco reforçou a criação de uma “matriz de resiliência”, com uso intensivo de inteligência artificial na concessão de crédito, revisão dos processos de cobrança e maior seletividade nos desembolsos, visando alinhar risco e retorno em cada operação. A visão é que 2025 será um ponto de inflexão: um período de ajustes para retomar a trajetória de rentabilidade a partir de 2026.

Carteira de Crédito e NII

O NII foi pressionada pelos custos de captação devido ao aumento da taxa Selic. Ainda assim, o crescimento da carteira de crédito, especialmente em PF, ajudou a sustentar as margens. Nos empréstimos consignados privados, o Banco do Brasil já superou o Santander e disputa a liderança com o Itaú. A carteira atingiu R$8,8 bilhões, com 728 mil clientes, dos quais 15% são novos. O BBAS processa metade das folhas de pagamento do setor público, o que proporciona uma vantagem competitiva no segmento de consignados. No agronegócio, a gestão reiterou que a qualidade das novas safras de crédito, mais seletivas, deve contribuir para uma queda consistente da inadimplência em 2026. Para o 3T25, a expectativa é manter os níveis pressionados de inadimplência atuais.

Gestão de Riscos e Provisões

O aumento abrupto da inadimplência no agronegócio levou o banco a antecipar ajustes nos modelos de risco e nas políticas de garantias. Houve intensificação das ações judiciais, cobrança mais firme das garantias e diálogo com reguladores (CMN, Banco Central, Ministério da Fazenda) para ajustes regulatórios e medidas de apoio, como a MP 1314. Além disso, o banco está incorporando garantias de alienação fiduciária para as novas safras de crédito agrícola (espera-se que aumentem de 31% para 60% do mix de garantias na próxima safra). Nas PMEs, o banco reportou deterioração correlacionada ao agronegócio, mas espera melhora estrutural com a migração gradual da carteira para operações lastreadas em recebíveis e fundos garantidores. Essa estratégia deve ajudar a reduzir as taxas de inadimplência nos próximos trimestres e proporcionar maior previsibilidade ao fluxo de caixa dos clientes.

MP 1314

A primeira linha de crédito permite que as instituições financeiras estendam operações de crédito por até 9 anos, potencialmente trazendo os produtores de volta à adimplência ao recuperar seu fluxo de pagamentos. Não há limite para essa linha de crédito. Possui carência de 1 ano, mas os juros são cobrados desde o primeiro ano. A expectativa é atuar com grandes produtores que operam com taxas livres. A segunda linha tem teto de até R$3 milhões, com juros entre 6% e 10%, ofertada a todo o mercado. É focada em produtores de municípios com problemas climáticos, podendo atender até 1.100 municípios. O BBAS espera captar 40-50% desses R$12 bilhões. O BNDES ainda precisa distribuir os recursos, mas o banco espera que, além de recuperar a inadimplência, a primeira linha permita a recuperação de capital. Executivos compartilharam durante a sessão de perguntas e respostas que os benefícios de capital previstos na MP 1314 devem compensar parcialmente o impacto de 60 pontos base no capital esperado para 2026 devido ao CGPE.

Diversificação de Receitas e Conglomerado

Um dos pilares de resiliência destacados foi a diversificação dos negócios do conglomerado Banco do Brasil. Além da forte posição em seguros (BB Seguridade), que responde por uma parcela significativa do equity income, o banco é líder em consórcios, segmento que ganhou relevância em ambiente de juros altos. A operação de meios de pagamento via ELO (adquirência, vales, bandeira de cartões) também cresceu, representando já 12% do equity income. Outras frentes incluem asset management (com parcerias como a JGP e um fundo de terras raras em parceria com a Vale e o BNDES), banco de investimento (UBS-BB), presença internacional (BB Américas, Banco Patagonia) e BBTS, focada em soluções digitais e eficiência operacional. Essas operações têm sido fundamentais para fortalecer o negócio do banco em meio ao estresse na carteira do agronegócio.

Digitalização, Cultura e Eficiência

O banco enfatizou a transformação cultural em curso, com a expansão do modelo de aceleração digital em todas as áreas. A estratégia envolve upskilling e reskilling, com mais de 65 mil funcionários engajados, academia de IA e foco em eficiência e satisfação de clientes e colaboradores. Foram reportados ganhos de produtividade (2 a 5 vezes mais resultados em soluções digitais) e maior satisfação dos clientes. O CRM omnichannel, integrando canais digitais e físicos (incluindo WhatsApp transacional com mais de 20 milhões de usuários), foi citado como diferencial competitivo global. Em relação à Cielo, o banco vê a operação como vetor importante para fidelização da base de clientes corporativos. 2025 foi um ano de desenvolvimento tecnológico na Cielo, e agora eles pretendem avançar em recebíveis e atividades principais — o 4T25 e 2026 devem mostrar sinais desse ecossistema de negócios.

Capital, Monetização de Ativos e Dividendos

Na sessão de perguntas e respostas, os executivos reforçaram que a principal forma de fortalecer a base de capital é por meio da geração orgânica de lucros. Vendas potenciais de participações societárias são vistas apenas como “seguro” para situações excepcionais e não estão no radar de curto prazo. O banco avalia oportunidades futuras, como um possível IPO da BB Consórcios, mas mantém o foco em preservar o controle das subsidiárias estratégicas. A internacionalização, via Banco Patagonia, foi reafirmada apesar dos desafios na Argentina. Sobre dividendos, o payout mínimo permanece em 30%, com possibilidade de dividendos extraordinários dependendo do desempenho. A expectativa é que a rentabilidade seja retomada a partir de 2026, o que sustentaria o reforço de capital e maior flexibilidade na política de distribuição.

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