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Banco do Brasil (BBAS3): Abaixo das expectativas | Revisão 2Q20

Confira a opinião da nossa equipe de análise sobre os resultados do Banco do Brasil.

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O Banco do Brasil reportou resultados fracos no 2T20, com lucro 12% abaixo da nossa estimativa e 9% abaixo do consenso em R$ 3,3 bilhões, implicando um ROE de 11,4%. O resultado abaixo do esperado foi impulsionado principalmente por um grande impairment no valor de R$ 1,3 bilhão no trimestre (vs. R$ 378 milhões no 1T20 e R$ 373 milhões no 2T19), pois o banco decidiu contabilizar o impairment de operações de grandes empresas que já eram classificadas como ativos problemáticos. Contudo, ainda estamos à espera de confirmação sobre a escolha do Sr. Brandão como sucessor do Sr. Novaes na posição de CEO do banco. No entanto, reiteramos nossa recomendação de compra e preço alvo de R$ 43,00 baseado na posição defensiva do banco e em múltiplos atrativos.

Preparado para o pior. O Banco do Brasil aumentou seu índice de cobertura de 90 dias para 225% e melhorou seu índice de capital nível I para 14,7%, o maior entre os bancos incumbentes. Tendo isto em mente e, combinando a uma tesouraria passiva, uma carteira de empréstimos defendida e uma posição líquida, acreditamos que o banco esteja bem preparado para um futuro cenário com aumento de inadimplência.

Mantém digitalmente competitivo. O banco divulgou que sua base de clientes nativos digitais aumentou 69% A/A e 13% T/T para 5,1 milhões de clientes, ao passo que a participação das transações digitais passou de 72% em junho/2019 para 88,1% em junho/20. O banco também aprovou outros R$ 2,3 bilhões em investimentos em tecnologia pelos próximos 3 anos para continuar melhorando na área.

Ativos rentáveis. Prudentemente, o banco reduziu suas operações de crédito em 1% no trimestre para R$ 657 bilhões, principalmente em empréstimos no exterior, PF e PME. Por outro lado, o banco continuou se beneficiando da liquidez proporcionada pelo movimento de fuga para segurança, já que outros ativos rentáveis ​​expandiram 14% no trimestre, para R$ 808 bilhões.

Captação. Os depósitos continuaram crescendo, com os depósitos em poupança, a vista e a prazo crescendo 8%, para R$ 193 bilhões, 17% para R$ 79 bilhões e 20%, para R$ 109 bilhões, respectivamente.

Margem financeira bruta (NII) e Margem financeira sobre os ativos rentáveis (NIM). A NII veio exatamente como o esperado em R$ 14,5 bilhões, crescendo 4% na comparação trimestral e 8% na comparação anual. No entanto, NIM do banco diminuiu devido a: i) um mix pior de carteira com mais Grandes Empresas e menos PF e PME; e ii) uma maior proporção de TVM menos rentável, que cresceu 14% no trimestre, do que os empréstimos que caíram 1% no trimestre. O NIM do banco ficou em 4% (vs. 4,2% no 1T20 e 4,4% no 4T19).

Receitas não decorrente de juros. A receita de serviços veio 14% acima de nossas expectativas em R$ 7 bilhões, impulsionada principalmente pela linha de conta corrente acima do esperado, que ficaram estáveis T/T em R$ 1,9 bilhão, e também por taxas de administração de fundos, que caíram apenas 3% no trimestre para R$ 1,7 bilhão. Nós esperávamos que o isolamento reduziria a linha de conta corrente, houvesse queda nos ativos sob administração e houvesse margem para redução nas taxas de administração de fundos.

Despesas. O destaque negativo vai para os custos, que cresceram 2% no trimestre e ficaram 6% acima das nossas estimativas, totalizando R$ 10 bilhões. As despesas com pessoal cresceram 2% no trimestre devido ao contrato firmado entre o banco e a Cassi, e outras despesas administrativas cresceram 3% no trimestre, enquanto as outras despesas operacionais cresceram 7% no trimestre, totalizando R$ 1,2 bilhão.

Qualidade dos Ativos. Embora as provisões tenham reduzido 8% no trimestre para R$ 5,9 bilhões, a qualidade dos ativos melhorou consideravelmente, pois o banco estatal melhorou seu índice de inadimplência em 33bps para 2,8%. Como resultado, sua taxa de cobertura aumentou 25pps no trimestre para 225%. Lembramos que o banco decidiu contabilizar um grande impairment no valor de R$ 1,3 bilhão no trimestre (vs. R$ 378 milhões no 1T20 e R$ 373 milhões no 2T19), elevando assim o custo de risco do banco em 13bps no trimestre e 94bps para 3,6%.

Payout e impostos. Os impostos ajudaram, a alíquota efetiva de impostos chegou a 23% (vs. 26% esperado). O índice foi ajudado pelo pagamento de R$ 1,3 bilhão em JCP no trimestre.

Adequação de capital. Os destaques positivos do trimestre vão para o índice de capital de nível I, que melhorou 86 bps no trimestre para 14,7%, ao passo que a empresa reduziu a porção arriscada dos ativos, obtendo assim um melhor mix de risco (mais TVM e grandes empresas, menos PF e PME) e aumentou seu capital de nível I em 4% para R$ 112 bilhões.

ESG. Na frente de ESG, para combater os efeitos da crise, a Fundação Banco do Brasil (FBB) destinou R$ 40 milhões de recursos do BB Seguros e R$ 15 milhões do BV, em doações para compra de alimentos, produtos de higiene e limpeza. Dentre as iniciativas da FBB: i) lançamento de um site para arrecadar doações; ii) financiamento de importação de EPI e ventiladores; iii) ações para reduzir o desperdício de alimentos e ajudar agricultores; iv) distribuição de cestas agroecológicas para as pessoas vulneráveis; v) incentivo de técnicas agrícolas sustentáveis pelo Programa Agricultura de Baixo Carbono (Programa ABC).

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