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Meta pretende cortar custos em 10% nos próximos meses – 🌎 Radar Global

Spotify entra no mercado de audiobook, Salesforce anuncia novas metas de lucratividade e Meta anuncia corte de custos.

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MACRO

Mercados globais amanhecem sem direção definida (EUA +0,1% e Europa -0,8%) enquanto investidores digerem a decisão de política monetária do Federal Reserve. Nesta quarta-feira, a autoridade monetária dos EUA elevou a taxa básica de juros em 75 pontos-base e reiterou seu compromisso para controlar a inflação, mesmo que isso signifique colocar o país em uma recessão. Jerome Powell, presidente do Fed, complementou que poderá ter que aumentar a taxa de juros até 4,4% já ao final de 2022, o que deverá impactar a taxa de desemprego e desacelerar a economia local. Na Europa, o foco ficará por conta da decisão de política monetária do Banco da Inglaterra, o consenso dos analistas de mercado espera uma nova alta de 50 pontos-base. Na China, o índice de Hang Seng (-1,6%) encerra em baixa à medida que a autoridade monetária de Hong Kong teve que subir a taxa de juros para 3,5%, seu maior valor desde a crise de 2008, para manter o seu sistema de câmbio vinculado ao dólar. O movimento acaba exercendo pressão baixista nos ativos de risco e representa riscos de desaceleração também para a economia local.

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EMPRESAS

Ações da Salesforce sobem após anúncio de novas metas de lucratividade: As ações da Salesforce (NYSE: CRM, BDR: SSFO34) subiram quase 3% em negociações estendidas na quarta-feira, depois que a fabricante de software anunciou uma nova meta de lucratividade de longo prazo. Nesta quarta-feira, Amy Weaver, chefe de finanças da Salesforce, revelou novas metas para o ano fiscal de 2026 em conferência com investidores, que aconteceu em São Francisco. A empresa agora está buscando uma margem operacional ajustada de 25%, incluindo futuras aquisições, disse ela. Isso se compara à meta de 20% que a Salesforce anunciou há um ano para o ano fiscal de 2023. O novo número anunciado também é superior a margem operacional ajustada de 19,9% reportada no segundo trimestre.

Além disso, a Salesforce indicou que pretende reduzir os gastos com vendas e marketing como porcentagem da receita para abaixo de 35% até 2026 por meio de alianças com parceiros e melhorias de produtividade para os vendedores. Em termos de faturamento, Weaver reiterou a meta de receita de US$ 50 bilhões para o ano fiscal de 2026 anunciada há um ano, mas ela disse que o número agora leva em consideração um vento contrário de US$ 2 bilhões das taxas de câmbio desde a conferência do dia do investidor no ano passado.

Spotify entra no mercado de audiobook: O Spotify (NYSE: SPOT, BDR: S1PO34) está batendo de frente com a Audible da Amazon, com o lançamento de seu serviço proprietário de audiobook nos Estados Unidos. Os usuários do Spotify no país, terão acesso a mais de 300 mil títulos de audiobooks. Os usuários poderão navegar pelo catálogo no próprio aplicativo do Spotify e comprar os livros diretamente pelo site, em um processo semelhante à compra da assinatura do Spotify.

O mercado de audiobook foi estimado em US$ 4,8 bilhões em 2021 e deve crescer a uma taxa de crescimento anual de cerca de 14%, para US$ 9,3 bilhões até 2026, segundo a consultoria de mídia Omdia. O Spotify está à procura de novos motores de crescimento para complementar seu negócio principal de streaming de música com outros formatos geradores de receita, como podcasts, nos quais gastou mais de US$ 1 bilhão para adicionar nomes populares como Joe Rogan à sua lista e agora os audiobooks.

Meta anuncia corte de custos: A Meta (NASDAQ: META, BDR: M1TA34) pretende cortar custos em 10% nos próximos meses, de acordo com um relatório publicado nessa última quarta-feira pelo The Wall Street Journal. Os cortes de custos provavelmente incluirão reduções de empregos devido a reorganizações internas da empresa, em oposição a demissões mais formais. O corte de custos deve começar nos próximos meses. No relatório referente aos resultados do segundo trimestre, a empresa controladora do Facebook relatou um aumento de 22% a/a em custos e despesas, totalizando quase US$ 20,4 bilhões. A companhia vem investindo pesadamente no metaverso na esperança de que a tecnologia ainda a ser desenvolvida leve a vendas massivas.

A empresa também relatou sua primeira queda de receita em relação a um ano atrás e previu durante esse trimestre que suas receitas cairiam novamente no terceiro trimestre. O diretor de produtos, Chris Cox, disse anteriormente aos funcionários em um memorando que a empresa está passando por períodos desafiadores e que ventos contrários devem continuar. Ele acrescentou: “Precisamos executar com perfeição em um ambiente de crescimento mais lento, onde as equipes não devem esperar grandes fluxos de novos engenheiros e orçamentos”. Atualmente, a Meta está enfrentando desafios significativos em seus negócios devido principalmente a atualização de privacidade da Apple, anunciantes estão mudando para outras plataformas e a ascensão do TikTok, que afetou o crescimento de usuários da empresa.

ANÁLISE

Fonte: J.P Morgan

Produtos da Apple devem começar a reduzir dependência da China: O gráfico acima, do J.P Morgan, mostra que o banco vê planos mais agressivos para realocação de produção e prevê que cerca de 25% dos produtos da Apple serão fabricados fora da China até 2025 (em comparação com <5% hoje). O Vietnã está emergindo como o centro de produção de componentes (módulos de câmera) e já é um importante destino para a fabricação de AirPods. Para o iPhone, a Índia parece ser o local de escolha para diversificar a cadeia de suprimentos fora da China. O J.P Morgan acredita que a Apple provavelmente transferirá ~5% da produção do iPhone 14 para a Índia a partir do final de 2022 e atingirá 25% até 2025. Além disso, ~20% do iPad, ~5% do MacBook, ~20% do Apple Watch e ~65% da produção de AirPods será localizada no Vietnã até 2025, segundo projeções.

Com vantagens de custo de mão de obra e eficiência de produção na China continental, as empresas da cadeia de suprimentos da Apple estabeleceram uma forte presença de fabricação no país na última década. No entanto, com as tensões comerciais entre EUA e China continental no final desde 2018, essas empresas iniciaram um ciclo de realocação de produção. Essa estratégia visa diversificar a fabricação para longe da China continental, investindo em novos locais para compensar as crescentes incertezas geopolíticas. Países do sudeste e sul da Ásia (Índia, Vietnã, Tailândia, etc.)  devem ser os escolhidos.

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