Comentário Internacional: Guerra de preços no petróleo e bolsa americana ensaia recuperação

CENÁRIO GLOBAL

Guerra de preços no petróleo, somada ao atual pânico em torno do coronavírus (755 casos nos EUA e 114 mil globalmente), desencadearam a pior queda diária do S&P 500 desde 2008, -7,6%, com o índice de volatilidade VIX subindo 30% para 54, também o maior nível e maior incremento diário desde a crise financeira, e o petróleo cedendo o máximo desde 1991.

Hoje, após anúncio de pacote de estímulos fiscais do governo Trump (e possivelmente ao redor do mundo), o S&P 500 ensaia uma forte recuperação com os futuros subindo quase 5%, Europa sobe 4%, e a China fechou com ganhos de 2%.

Arábia Saudita escala a guerra de preços e indica aumentar produção (12.3mi barris/dia), enquanto a Rússia se diz confortável com a situação, pois afirma que poderá lidar com preços baixos de petróleo ($25-30) por 6 a 10 anos, dado o seu baixo nível de endividamento (menos de 20% dívida/PIB).

Macro EUA: Indicador da saúde financeira de pequenas empresas nos EUA, as 7h, amplamente em linha.

EMPRESAS

Disney: o mais recente filme da Pixar, “Onward” alcançou o primeiro lugar nas bilheterias no útimo fim de semana, US$ 40mi nos EUA e Canadá, em linha com estimativas. Mas comparando “Onward” com seus pares, o filme registrou a terceira pior abertura nacional entre os mais de 20 filmes lançados pela Pixar Animation Studios. “Onward” também arrecadou US$ 28mi adicionais em 47 mercados estrangeiros, elevando a arrecadação global para US$ 68mi. Devido a preocupações com coronavírus, a Disney não conseguiu estrear o filme em mercados importantes, como Japão, Coréia do Sul e Itália. Já o lançamento na China, segundo maior mercado em bilheterias no mundo, continua no ar mesmo com os quase 70.000 cinemas do país fechados devido ao surto de coronavírus.

AT&T: vem trabalhando com o Departamento de Justiça em um processo antitruste contra o Google que, segundo eles, sufoca a concorrência no setor de publicidade, onde a AT&T está tentando aumentar sua participação através de sua divisão chamada “Xandr”.

Tesco: a varejista britânica segue reduzindo seu endividamento, com venda de suas operações na Tailândia (2 mil lojas) e Malásia (74), por US$ 10,6bi. Isso permitirá que a empresa se concentre na geração de caixa e rentabilidade aos acionistas, com foco na Irlanda e Reino Unido, onde disputa com Amazon e Ocado Group. Desde 2011, a Tesco já desinvestiu do Japão, EUA, Coréia do Sul e parcialmente da China.

Análises de Mercado

 Mercado em pânico exagerado? Talvez.

Como capturar uma recuperação da China: Pode piorar antes de melhorar, dado que a propagação do vírus fora da China se refletirá de volta em menos atividade na China.Mas uma vez estabilizando, um possível veículo são ações das empresas de bens de luxo, dado que a China é o motor que move essa indústria hoje em dia. A China representa 35% do mercado de luxo globalmente (vindo de apenas 3% em 2003), e deve responder por 80% do crescimento dessa indústria nos próximos 5 anos. O setor vem sofrendo bastante com a redução de consumo devido ao surto de coronavírus, e tem como agravante as restrições de viagem, dado que boa parte do consumo de artigos de luxo é gerado por turistas internacionais durante viagens.

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