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Aumenta o risco China, pílula da Merck ganha apoio e visão de Charlie Munger – 🌎Mundo em 60s

O que você precisa saber dos mercados globais nesta semana

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Bolsas: Mercados globais se encaminham para um fechamento negativo na semana (EUA -1,4% e Europa -0,2%) puxados principalmente por 1) preocupações com o alastramento da variante Ômicron e seus impactos nas políticas de confinamento, 2) Powell oficialmente "aposentando" a palavra 'transitoriedade' no que se refere à inflação, sinalizando medidas mais contracionistas por parte do Federal Reserve e 3) OPEC+ optando por manter seu plano de aumento de produção de petróleo em 400 mil barris diários a partir de janeiro, mesmo após anúncios da liberação coordenada de estoques dos EUA, bem como incertezas quanto a demanda futura em função da nova variante do coronavírus.

Setores: Nos EUA, a queda foi generalizada e sem padrão específico. O setor mais prejudicado foi o de comunicação (-3,8% na semana) enquanto o único com saldo positivo foi o de utilidades públicas (+0,4%), que também apresenta, lado-a-lado com o setor de bens de consumo (-1,0%), as performances mais fracas do ano.


As 5 histórias da semana

1. As duras palavras de Charlie Munger, sócio de Warren Buffett

Mão direita do Oráculo de Omaha e vice-presidente da Berkshire Hathaway, Charlie Munger teceu duras palavras sobre o atual momento do mercado. O investidor comentou que o mercado está "extremamente supervalorizado" e que o ambiente atual está "ainda mais insano" do que durante a Bolha Ponto Com do ano 2000, que acabou em desvalorização de -45% do índice S&P 500 em 2 anos.

Munger também elogiou a China por ter proibido as criptomoedas e citou que os EUA cometeram um erro ao permití-las. As preocupações do investidor surgem após uma valorização maior que 1.000% do Bitcoin desde março de 2020, S&P 500 multiplicando seu valor por mais de 2x desde o pico da pandemia e, segundo o Bank of America, um fluxo de US$ 900bi em fundos de ações em 2021, cifra que supera a soma do fluxo dos últimos 19 anos. Tendo em vista este cenário, a Berkshire Hathaway acumula ~US$ 150bi em caixa em busca de oportunidades de compra numa eventual correção do mercado.

Mas não são apenas notícias negativas: O investidor disse possuir uma visão bullish (construtiva) para o setor de energias renováveis, um dos poucos temas em que há praticamente um consenso por parte dos governos americano, europeus e chinês em termos de necessidade de investimento.

2. Risco de delistagem de empresas offshore chinesas aumenta

Autoridades da China trabalham num esboço de lei que deve alterar as regras dos IPOs de empresas chinesas em bolsas estrangeiras; o texto pode estar pronto ainda no final deste mês. Durante os últimos 20 anos, as companhias chinesas utilizaram estruturas chamadas VIEs para a listagem internacional para escapar das listas restritivas do governo, que impedem estrangeiros de possuirem controle em certos setores do país. Nessa estrutura, o investidor não possui legalmente os ativos das empresas que escolheu, mas sim um contrato que lhe daria direito aos lucros e aos ativos das investidas. A preocupação atual recai sobre a possibilidade do recrudescimento regulatório sobre as VIEs, mas atenção, a Comissão Regulatória de Ações da China desmentiu uma reportagem local sobre o "banimento" deste tipo de listagem.

Do lado americano, também surgem riscos: A SEC (CVM americana) anunciou seu plano de implementação de lei que obrigará empresas chinesas a abrirem seus números para auditoria das autoridades, sob o risco de serem expulsas das bolsas norte-americanas em até 3 anos. Esta discussão data de 2002 e pode afetar as mais de 200 ações chinesas listadas em bolsas nos EUA e a Comissão Regulatória de Ações da China afirmou "estar trabalhando arduamente" para resolver este dilema, uma vez que o governo chinês sempre proibiu a auditoria de suas empresas por estrangeiros.

Ações do Alibaba (BABA34) caem -15% na semana, Baidu (BIDU34) -8,5% e Bilibili (B1IL34) -22,7%.

3. Maiores margens de lucro desde 1950 nos EUA

Nos últimos 2 trimestres, empresas americanas (excluindo o setor financeiro), reportaram suas maiores margens de lucro desde 1950, o que também contribuiu para a renovação contínua das máximas históricas do S&P 500. Apesar das preocupações dos executivos com o aumento dos preços dos insumos (inflação), bem como do custo de mão de obra, os lucros vieram 37% maiores a/a, mesmo com empresas pagando 12% a mais para seus colaboradores.

Especificamente no setor petrolífero, as altas margens geraram reações políticas até mesmo no governo americano. Na semana passada, o presidente Biden realizou um discurso agressivo contra os lucros corporativos das petrolíferas, alegando que "Não aceita que americanos paguem mais caro pela gasolina por práticas anticompetitivas e/ou potencialmente ilegais", sem apresentar de fato as supostas ilegalidades. A tensão se dá em meio a um cenário de forte inflação, que pode ameaçar o poder de compra das famílias americanas.

4. Projetamos o S&P 500 em 4.900pts ao final de 2022

Nosso Estrategista Global, Alberto Bernal publicou seus preços-alvo do S&P 500 para o final de 2021 em 4.750pts (manteve) e em 4.900pts para o final de 2022. De acordo com seu artigo, a variante Ômicron é um risco, mas ainda não é a hora de realizarmos ajustes em nossa matemática, já que ainda não há informações disponíveis no momento para fornecer uma lógica atualizada.

Olhando para frente, o crescimento do lucro por ação em 2021 deve atingir +43% a/a após ter caído -13% a/a em 2020. Para 2022, estimamos que o crescimento voltará para próximo da tendência histórica. Os pilares para a continuidade da boa performance dos mercados continuarão sendo 1) a expansão lucros do S&P 500 em 2022 em +20% a/a, graças à recuperação econômica acima do potencial de crescimento, 2) os estoques massivos de poupança, ou “dry powder” (US$ 4,5 trilhões em money market funds e US$ 12,3 trilhões rendendo taxas negativas) dando suporte ao mercado acionário, 3) consideramos que 2022 marcará o fim de fato para a pandemia, em função da disponibilidade de medicamentos antivirais muito eficazes que manterão as baixas taxas de hospitalização e 4) a atratividade do S&P 500 vs. a renda fixa.

Lucros trimestrais das empresas do S&P 500

5. Tratamento contra COVID-19 da Merck ganha apoio nos EUA

A pílula de tratamento contra o coronavírus da Merck (MERCK34), que mostrou 30% de eficácia na redução de hospitalizações e fatalidades em pacientes de alto-risco recebeu apoio recente de um painel interno de conselheiros do FDA (ANVISA americana), para que a autoridade autorize a utilização experimental da droga molnupiravir para o tratamento de pacientes de alto-risco até o final de 2021.

Além disso, a Merck planeja realizar estudo de sua eficácia contra a variante Ômicron após apresentar dados encorajantes da manutenção de sua funcionalidade contra outras variantes, uma vez que seu sistema de proteção é focado em impedir a reprodução do vírus nas células, diferentemente das vacinas e outros antibióticos. De acordo com a empresa: "esperamos, baseado no que sabemos até agora, que o molnupiravir poderia ser eficaz contra esta variante em particular [Ômicron]".

Apesar da notícia positiva, BDRs da Merck caem -4,5% na semana.

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