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Nova mutação da COVID-19, delistagem da Didi e inundação de petróleo – 🌎Mundo em 60s

O que você precisa saber dos mercados globais nesta semana

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Bolsas: Mercados globais reagiram negativamente às notícias sobre a nova variante sul-africana do Coronavírus. Na Europa (-6,1%), as altas taxas de contágio somadas às sinalizações de novos lockdowns e restrições trouxeram as bolsas para baixo. Nos EUA (-2,2%), que beiravam suas máximas históricas, Dr. Fauci afirmou que ainda necessita de mais dados sobre a variante B.1.1.529 antes de recomendar novas medidas restritivas. O preço do petróleo (-10,4% na semana) acelerou as perdas e segue na sua 3ª semana consecutiva de queda, uma vez que, além da liberação dos estoques dos EUA, os efeitos de novos confinamentos podem interferir na demanda pela commodity.

Setores: Nos EUA, a queda foi generalizada e puxada por papéis com múltiplos mais elevados, como nos setores de consumo discricionário (-3,5%), comunicação (-3,1%) e tecnologia (-3,1%). Parte da queda destes setores também foi justificada por um discurso mais hawkish (contracionista) do Federal Reserve, que sinalizou estar disposto a acelerar o processo de tapering (redução das compras bilionárias de ativos), bem como adiantar o início do ciclo de alta nos juros, caso haja necessidade, num cenário de inflação persistente e recuperação do mercado de trabalho.


As 5 histórias da semana

1. Pedidos de auxílio desemprego nos EUA caem para mínimas históricas

De acordo com o divulgado nesta semana pelo Departamento de Trabalho dos EUA, os pedidos de auxilio desemprego caíram em 71 mil para 199 mil durante a semana passada vs. uma expectativa de 260 mil do consenso. O número registrado é o menor desde 1969 e indicaria uma forte recuperação do mercado de trabalho americano. Apesar da notícia aparentemente positiva, economistas da Wrightson e Contingent Macro alertam para os ajustes sazonais que podem ter distorcido os dados, trazendo uma volatilidade que deve ser corrigida nas próximas semanas.

Na verdade, a tendência de recuperação do mercado de trabalho permanece lenta e, quando não ajustado, o dado aponta para um aumento de pedidos de auxílio desemprego em 18 mil. Para comparação, antes do pico pandêmico, em fevereiro de 2020, as aplicações estavam em 216 mil para, em abril, alcançarem os 6.1 milhões.

2. Coronavírus, o que se sabe sobre a nova mutação:

A nova variante B.1.1.529 proveniente da África do Sul aumentou ainda mais a preocupações do mercado que já vinham se intensificando desde a semana passada por conta do anúncio de confinamento na Áustria e declarações de autoridades alemãs sobre o possível aumento de restrições na principal economia da União Europeia. Sobre a nova variante, 1) é possível que seu alto número de mutações aumente a trasmissibilidade/fatalidade, mas pesquisadores ainda precisarão de mais dados, 2) 90% dos 1.100 casos em uma província Sul-Africana foram causados pela B.1.1.529 e 3) BioNTech (B1NT34) espera resultados de testes contra a nova variante em 2 semanas.

Anthony Fauci disse que ainda precisa de mais dados antes de recomendar restrições, mas os impactos de curto-prazo mais claros serão os fechamentos das fronteiras, principalmente com países africanos e restrições de viagens internacionais e, em caso de alastramento de confinamentos, voltaremos a ver impactos negativos para "empresas de reabertura" vs. recuperação de "empresas fique em casa". Para nosso Estrategista Global, Alberto Bernal, "não deveremos voltar para um cenário de confinamentos generalizados" e que a adoção das pílulas de tratamento da Pfizer (PFIZ34) e Merck (MRCK34) se provarão a solução final para a crise do coronavírus.

3. Delistagem da Didi das bolsas americanas

O governo chinês solicitou aos executivos da Didi (dona do 99 Táxi) que apresentem um plano de retirada das ações listadas na New York Stock Exchange. O pedido se dá em função de preocupações com a segurança dos dados, uma vez que a autoridade de segurança cibernética na China não ficou satisfeita com o IPO bilionário da empresa antes que esta garantisse as suas demandas de proteção de dados.

A saída da companhia desperta preocupações com um possível êxodo de outras gigantes de tecnologia chinesas que também estão listadas em bolsas americanas, como o Alibaba (BABA34), Baidu (BIDU34), JD.com (JDCO34), Nio e Tencent. As ações da Didi já caem 45% desde o seu IPO em junho deste ano e, junto com as outras Big Techs da China, registra múltiplos em contração, uma vez que investidores não estão confortáveis em manter alta exposição na região por conta dos riscos de medidas governamentais, apesar de serem companhias com boas perspectivas de crescimento.

4. EUA devem liberar suas reservas de petróleo

A administração Biden anunciou a liberação coordenada de parte dos estoques de combustíveis fósseis americanos em conjunto com a China, Japão, Reino Unido, Índia e Coreia do Sul como tentativa de aliviar os altos preços do barril de petróleo. A medida irá disponibilizar 50 milhões de barris no mercado, mas pode despertar uma resposta negativa da OPEP+ ao passo que oficiais do grupo, que se reúnem na próxima semana, alertaram que possivelmente cancelarão seus planos de aumento da produção, atualmente estimado em +400 mil barris/mês.

A liberação supera outras emergências que ocorreram no passado: Em 2011, durante a crise na Líbia, foram 30 milhões de barris e, em 1991, foram 17,5 milhões de barris liberados durante a Guerra do Golfo. Hoje, a tentativa dos governos em derrubar os preços do barril servirá para mitigar a alta inflação registrada em 2020 e 2021, ocasionada principalmente por 1) Gargalos globais nas cadeias produtivas, 2) Impressão monetária dos Bancos Centrais e 3) Expansão fiscal dos governos. Os preços do petróleo continuam caindo dos seus US$ 85/barril em outubro para os atuais US$ 73/barril, também refletindo as novas preocupações com a implementação de novos confinamentos na Europa.

5. Jerome Powell deve permanecer na presidência do Federal Reserve

Joe Biden optou por dar o 2º mandato a Powell, bem como elevar Brainard (o segundo nome mais cogitado) à vice-presidente, em substituição a Richard Clarida. O início do mandato se iniciará em 31 de janeiro de 2022 e, de acordo com o nosso time econômico, vale notar que vários dirigentes do Fed vêm discutindo no período recente a possibilidade de uma redução mais rápida das compras de ativos – tapering, atualmente a um ritmo de US$ 15 bilhões/mês – e elevação antecipada da taxa básica de juros, tendo em vista o cenário de inflação persistentemente alta (embora o cenário base da autoridade continue a apontar desinflação importante na economia americana ao longo do próximo ano).

Nosso Estrategista Global, Alberto Bernal, manteve, por enquanto, sua expectativa de início do ciclo de alta dos juros americanos para o 4º trimestre de 2022 e vê possibilidade de aumento da intensidade do tapering (redução do programa de compra de ativos) de US$ 15bi/mês para US$ 20bi/mês durante o 1º trimestre de 2021.

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