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16/09/2021 08:39:05 • Atualizado em 16/09/2021 08:57:19
2 minutos de leitura

Frigoríficos – Expectativa para a retomada da China

Embargo auto-imposto pelo Brasil deve cair nos próximos dias, sob risco de revisão nas margens caso não aconteça.

Leonardo Alencar
Leonardo Alencar
Head de Agro, Alimentos e Bebidas

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Após a confirmação de dois casos atípicos de EEB (Encefalopatia Espongiforme Bovina), ou doença da vaca louca, o Ministério da Agricultura do Brasil impôs a proibição das exportações de carne bovina para a China, conforme previsto anteriormente como parte do compromisso bilateral.

Na última vez que o Brasil registrou um caso atípico de BSE, a China levou 13 dias para verificar todos os documentos e retomar as importações. Hoje, 16 de setembro, é o 12º dia do auto-embargo, portanto seguimos otimistas com o apetite da China e com sua celeridade no encerramento deste caso.

No entanto, se esse problema levar mais tempo para ser resolvido, poderemos ver uma rápida deterioração nas margens dos frigoríficos brasileiros.

Dependência da China

A China foi responsável por 55% das exportações de carne bovina do Brasil em 2021. Além disso, devido à sazonalidade do consumo, as exportações de carne bovina para a China estavam em ritmo crescente e com perspectiva de aumentarem até dezembro, conforme os importadores aumentam seus estoques para o Ano Novo Chinês (1º de fevereiro de 2022).

Com isso, o volume embarcado pelo Brasil em agosto foi o maior já registrado (105,9 mil toneladas). Ainda no começo de setembro, diante do risco de embargo, alguns frigoríficos aceleraram os embarques dos contratos ainda válidos, as vezes inclusive assumindo riscos quanto à aceitação da carga na China. A estatística de setembro, apesar desse início forte, deverá ser afetada e esperamos um número mais baixo nas exportações esse mês.

Dependência do Brasil

O Brasil foi responsável por 39% das importações de carne bovina da China em julho. A Argentina, com 24% do total, também está sob restrições, deixando a China em uma situação difícil. Esta é a principal razão pela qual continuamos otimistas quanto à retomada dos embarques em breve, talvez até amanhã.

O risco, porém, é se essa retomada demorar mais para acontecer. O Brasil exportou em média 73,3 mil toneladas/mês para a China entre jan/20 e ago/21, volume maior do que todos os outros 9 países dos top 10 conseguiriam absorver no curto prazo, uma vez que seria um volume adicional à performance atual.

O mercado interno deve absorver a maior parte do que não for exportado, pelo menos no curto prazo, mas a preços menores.

Em nossa opinião, JBS e Marfrig devem ser parcialmente impactados, uma vez que as duas empresas possuem operações nos Estados Unidos, onde a indústria da carne bovina segue aquecida, e portanto compensaria parte do impacto. Ainda assim, quanto mais tempo o Brasil demorar para retomar os embarques para a China, maior o risco de revisão para baixo das projeções para 2021.

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16/09/2021 05:39:05 • Atualizado em 16/09/2021 05:57:19
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