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Banrisul (BRSR6): sem surpresas, fraco | Revisão do 3T19

O resultado veio em linha com nossas estimativas, mas esperamos que o papel reaja negativamente aos resultados devido ao consenso de mercado, que tinha lucro 5% maior do que o reportado.

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O Banrisul acaba de reportar seus resultados do terceiro trimestre de 2019 (3T19), e apesar de já esperado pelo nosso time, os resultados foram fracos. O lucro líquido foi de R$ 292 milhões, sem mudanças anualmente e em linha com as nossas estimativas, mas 5% abaixo das estimativas do mercado e 13% abaixo do lucro reportado no trimestre anterior. O retorno sobre o patrimônio líquido, de 15,5%, também teve uma queda expressiva de 2 pontos percentuais quando comparado ao trimestre anterior e bem abaixo das estimativas oficiais do banco, de 16% a 19% para 2019.

No trimestre, os pontos negativos foram em relação a margem financeira do banco, que cresceu menos do que o saldo total de crédito, e as provisões, que cresceram consideravelmente no ano. Já no lado positivo, temos os impostos, que caíram materialmente no ano contra ano e as despesas com pessoal e administrativas, que também tiveram queda anual. Detalhes de cada um nos destaques.

Por fim, embora o resultado tenha vindo em linha com nossas estimativas, esperamos que o papel reaja negativamente aos resultados, devido ao fato de que as expectativas de mercado estavam 5% acima do reportado pelo banco. Porém mantemos nossa recomendação de compra no papel e acreditamos que essa pode ser uma boa oportunidade de compra, principalmente se considerarmos o desconto que o banco tem em relação aos seus pares privados e mesmo ao Banco do Brasil.

Destaques

  • Crédito cresceu em linha com as estimativas. A carteira de crédito cresceu 9% anualmente para R$ 35 bilhões, impulsionada principalmente pelo crescimento do crédito pessoal, que deu um salto de 20% anualmente para R$20 bilhões.
  • Margem financeira acima das expectativas, mas ainda assim fraca. A margem financeira reportada pelo banco cresceu 6% anualmente para R$ 1,4 bilhão. Apesar de acima das nossas estimativas, a margem ainda está crescendo abaixo do que o crédito, impactada pelo desempenho fraco da tesouraria em um cenário de SELIC mais baixa.
  • Provisões aumentaram. O banco reportou provisões 41% maiores anualmente para R$ 349 milhões, resultado que pode ser parcialmente atribuído a trajetória do banco (e do mercado) de crescer o crédito em pessoas físicas, linha essa que possui historicamente uma maior inadimplência.
  • Receita de serviços veio exatamente como previsto, em R$ 520 milhões.
  • Despesas administrativas melhoraram. Despesas administrativas caíram 2% anualmente para R$ 946 milhões no trimestre. Destacamos uma redução de 419 pessoas no quadro de funcionários do banco, devido ao programa de demissão voluntária ocorrido no primeiro trimestre, e que vem ajudando na comparação anual. Mas embora o banco esteja melhorando sua eficiência, ele ainda apresenta custos elevados quando comparado a média dos bancos que cobrimos.
  • Queda dos impostos ajudaram consideravelmente no trimestre. O Banrisul pagou 33% menos impostos neste trimestre quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior. O maior pagamento de juros sob capital próprio (que deduz impostos) e a redução da CSLL de 20% para 15% contribuíram para a melhora.

Lembramos que a teleconferência sobre os resultados do banco acontecerá amanhã, as 10:00, e pode ser acessada através do telefone (11) 2188-0155.

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