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Cielo (CIEL3): Trocando rentabilidade por market share; 3T19 desaponta

Cielo reporta trimestre com queda nos lucros, mas ganho de market share.

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Cielo reportou outro trimestre fraco, com o lucro líquido caindo 52% ano contra ano para R$ 358 milhões. Apesar de a cia afirmar que os lucros no curto prazo não são prioridade, e sim ganho de participação de mercado, o lucro líquido veio 20% abaixo das estimativas do mercado. Esperamos que as ações reajam negativamente aos resultados do terceiro trimestre.

O cenário do setor em si está cada vez mais agressivo, e acreditamos que essa seja a nova realidade do setor. Campanhas hostis estão vindo tanto das novas entrantes, quanto das incumbentes: a Rede está oferecendo pagamento em D+2 sem custo, o Safra não cobra para transações via cartão de crédito, enquanto o Santander criou um app que faz portabilidade das maquininhas de concorrentes. Na nossa visão, este nível de competição, combinado com a resposta da própria Cielo, são os grandes responsáveis pela perda de rentabilidade da cia.

Por fim, acreditamos que mesmo se a Cielo continuar a aumentar sua participação de mercado, é improvável que os lucros voltem no curto ou médio prazo. Nossa visão vem do fato de que os principais alvos das campanhas, Stone e PagSeguro, seguem crescendo market share e lucro. Sendo assim, reiteramos nossa cautela em relação ao papel e enxergamos risco de queda nas nossas estimativas.

Os destaques negativos foram:

  1. Receita Líquida. Apesar de o volume financeiro ter crescido consideravelmente no ano contra ano, a receita operacional líquida teve queda de 5,5% no mesmo período para R$ 2,8 bilhões devido a estratégia de precificação mais agressiva.
  2. Gastos. Gastos totais aumentaram 15% no ano contra ano para R$ 2,36 bilhões, principalmente devido ao aumento na folha (31%), o que é parcialmente explicado pela contratação dos mil “hunters” para a equipe de vendas.
  3. EBITDA. A cia reportou um EBITDA de R$ 724 milhões, queda anual de 37%. Já a margem EBITDA caiu 13 pontos percentuais para 25,9%.

Os destaques positivos foram:

  1. Volume Financeiro. O volume financeiro capturado aumentou 11,6% anualmente para R$172 bilhões. Este é o terceiro trimestre que a empresa ganha participação de mercado, depois de seis trimestres seguidos perdendo participação.
  2. Base Ativa. A base ativa de clientes saltou 19% anualmente para 1,5 milhões de clientes. Este fato é principalmente devido ao novo segmento de empreendedores.
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