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Vendas no varejo perdem força em novembro

Inflação pressionada, redução do auxílio emergencial e antecipação do consumo de bens duráveis são as razões principais.

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As vendas no varejo no Brasil cresceram 3,4% a/a e caíram -0,1% m/m em novembro, enquanto as vendas no varejo ampliado (que também consideram veículos e materiais para a construção civil) aumentaram 4,0% a/a e 0,6% m/m.

O resultado ficou abaixo tanto das nossas estimativas (4,0% a/a e 0,2% m/m para a PMC e 3,7% a/a e 0,5% m/m para a PMC ampliada) quanto do consenso de mercado (4,6% a/a e 0,3% m/m para a PMC e 4,5% a/a e 0,9% m/m para a PMC ampliada). Um dos fatores que pode ter contribuído para a perda de ímpeto do setor em novembro é a antecipação do consumo de bens duráveis ​​feita durante a pandemia, que reduziu as compras típicas de final de ano.

De acordo com nosso índice de difusão, mais de 69% do setor vem crescendo a um ritmo expressivo nos últimos 6 meses. O número reforça a mensagem de que o varejo conseguiu apresentar expansão significativa em 2020, especialmente em meio aos estímulos sustentados durante a pandemia. Mas, olhando para frente (principalmente para os próximos meses), existe a possibilidade de que a alta da inflação de alimentos e a redução do auxílio emergencial continuem trazendo um viés negativo para o setor. Alguns indicadores de curto prazo já apontam para alguma desaceleração em dezembro, como as vendas de veículos da Fenabrave.

Equipamentos para escritório, artigos de uso pessoal e doméstico e veículos foram as principais surpresas positivas em novembro, enquanto supermercados, combustíveis, móveis e material de construção perderam ímpeto no mês. Olhando para os grandes grupos, a desaceleração mais expressiva foi apresentada por bens de consumo não duráveis.

Para 2021, entendemos que a dinâmica do setor pode perder alguma força, pelos dois principais motivos mencionados anteriormente (inflação pressionada e fim do auxílio). No entanto, os sinais de aumento da “poupança circunstancial” das famílias mais ricas e as condições de crédito positivas podem ajudar a preencher essa lacuna.

Para o indicador de atividade econômica do BC (IBC-Br), que será divulgado na próxima semana, projetamos -1,00% a/a e + 0,5% m/m em novembro.

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