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Itaú (ITUB4): Exatamente como esperado | Revisão do 2T20

O Itaú acabou de publicar um resultado em linha com as nossas estimativas e as de mercado, com lucro de R$ 4,2 bilhões, implicando 13,9% de retorno sob patrimônio líquido.

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O Itaú acabou de publicar um resultado em linha com as nossas estimativas e as de mercado, com lucro de R$ 4,2 bilhões (vs. R$ 4,3 bilhões em nossas e estimativas de mercado), implicando 13,9% de retorno sob patrimônio líquido. Se comparado ao Santander e Bradesco, acreditamos que o mercado possa ter uma reação negativa. Embora os resultados gerais tenham chegado como esperávamos, a combinação de uma queda de NIM dos clientes, taxas/seguros mais baixos e uma queda abaixo da média nas inadimplências e nos custos pode estar abaixo das expectativas dos investidores. No entanto, reiteramos nossa recomendação neutra e preço-alvo de R$ 29,00, pois acreditamos que a qualidade do banco deve entregar a longo prazo.

Ativos rentáveis. A carteira de crédito do banco expandiu 3% no trimestre para R$ 692 bilhões, mas impulsionado pelos efeitos cambiais na porção da América Latina. Por outro lado, as operações de TVM melhorou consideravelmente no trimestre com expansão de 17%, atingindo R$ 580 bilhões, impulsionado principalmente por investimentos de curto prazo e pelo movimento de fuga para maior segurança na captação. Destaque para a cautela do banco, ao passo que os empréstimos PF caíram 4% no trimestre, para R$ 228 bilhões (os empréstimos com cartão de crédito caíram apenas 13% no trimestre, para R$ 73 bilhões).

Captação. O banco continuou se beneficiando do movimento de fuga para segurança, com salto de 12% na captação pela comparação trimestral e 45% na comparação anual, atingindo R$ 1 trilhão. Destaque para os depósitos à vista, a prazo e de poupança, que cresceram 17% para R$ 119 bilhões, 25% para R$ 440 bilhões e 9% para R$ 164 bilhões na comparação trimestral, respectivamente.

Margem Financeira Bruta (NII) e Margem Financeira sobre os ativos rentáveis (NIM). O NII do banco veio 3% acima das nossas expectativas, devido ao crescimento inesperado da linha de outros ativos. No entanto, o NIM do banco foi impactado negativamente por um mix menos rentável, deteriorando 63 bps trimestralmente (em linha com nossas expectativas). O banco foi especialmente afetado por um mix pior de produtos de varejo (-R$ 600 milhões aproximadamente) e também por um mix pior de segmentos (-R$ 700 milhões aproximadamente).

Receita não decorrente de juros. As receitas de serviços e seguros vieram em linha às nossas estimativas, com receitas de serviços 2% acima do estimado em R$ 9,9 bilhões (vs. R$ 11,1 bilhões no 1T20 e R$ 10,7 bilhões no 2T19). Como esperado, a linha de seguros do Itaú não se beneficiou pela queda na sinistralidade devido ao isolamento como visto nos segmentos auto e saúde, e outras linhas como conta corrente e cartão de crédito tiveram volumes mais baixos.

Despesas. Embora ainda abaixo das nossas expectativas devido aos efeitos cambiais, o Itaú mostrou que são incomparáveis ​​em termos de redução de custos no setor, uma vez que os custos no Brasil caíram 6% A/A, com as despesas não decorrentes de juros caindo 4% A/A para R$ 12,1 bilhões, impulsionada principalmente pela queda nas despesas com pessoal de 7% A/A para R$ 5,1 bilhões. Destaque para as linhas de participação nos resultados e de desligamentos, que reduziram 19% para R$ 1 bilhão e 25% para R$ 550 milhões, respectivamente. O índice de eficiência do banco se deteriorou devido a menores receitas. Lembramos que o Itaú suspendeu os desligamentos de colaboradores desde o início da pandemia, portanto acreditamos que ainda haja um grande espaço para melhorias (número de colaboradores até cresceu no trimestre) e a aquisição da Zup adicionou 1,4 mil funcionários à base, o que diminui nossa visibilidade.

Qualidade dos ativos. Como esperado após os resultados do Santander e Bradesco, o índice de inadimplência do Itaú caiu 38 bps no trimestre, para 2,4%. Embora bom, ainda atrás dos concorrentes. Por outro lado, o custo de crédito do banco dobrou para R$ 7,8 bilhões, mas conseguiu reduzir o ritmo em relação ao 1T. Como resultado, seu índice de cobertura aumentou para 281%, um bom fator para o aumento esperado da inadimplência. O custo do crédito foi de 4,3%.

Impostos. A taxa efetiva de impostos saltou 11pps no trimestre para 31%, uma vez que os benefícios JCP não foram usados no trimestre e o aumento da taxa de imposto corporativo da CSLL foi totalmente incorporado no trimestre. Os impostos chegaram a R$ 1,9 bilhão (vs. R$ 1 bilhão no 1T20).

Adequação de capital. Como o banco conseguiu reduzir seus ativos ponderados pelo risco com um melhor mix de crédito, o índice de capital nível I melhorou 15 bps no trimestre para 12,1%.

Divulgações. O Itaú divulgou que reclassificou 1,8 milhão de empréstimos para pessoas físicas e 200 mil para empresas, totalizando R$ 53 bilhões em crédito. Significativo, mas ainda tímido em comparação com a carteira de empréstimos de R$ 692 bilhões do banco. Isso poderia explicar a queda da inadimplência abaixo da média do banco no trimestre, à medida que os concorrentes reclassificaram uma quantidade maior de crédito.

ESG. Na frente de ESG, para contornar os impactos da crise do Covid-19 na sociedade, o Itaú promoveu o período de carência e alongamento de prazos assim como os outros bancos. Pela linha de crédito emergencial para MPME, o Itaú disponibilizou R$ 1,6 bilhão em volume de financiamento, e pelo Pronampe disponibilizou R$ 3,6 bilhões alcançando 36 mil MPMEs. Além disso, o Itaú iniciou o programa “Todos pela Saúde” e já somou R$ 1,2 bilhão em doações dos quais se dividem em 4 frentes de atuação: informar, proteger, cuidar e preparar. Como resultado, o banco teve um prejuízo não recorrente (líquido de impostos) de R$ 834 milhões.

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