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Ricardo Amorim | Coronavírus: consequências, desafios e oportunidades

Em tom jocoso, o economista disse que tinha convicções de curto prazo, quase certezas de longo prazo, porém acentuada incerteza sobre o que poderia acontecer no médio prazo.

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Hoje a Expert 2020 recebeu o economista e apresentador do Manhtattan Connection Ricardo Amorim, tido como um dos melhores palestrantes do mundo, para falar sobre o tema “Coronavírus: consequências, desafios e oportunidades”.

As maiores oportunidades de investimentos surgem nas crises

Ricardo Amorim

Ricardo traçou sua exposição dividindo suas convicções para o cenário econômico global impactado pela pandemia em convicções de curto, médio e longo prazo.

Em tom jocoso, o economista disse que tinha convicções de curto prazo, quase certezas de longo prazo, porém acentuada incerteza sobre o que poderia acontecer no médio prazo.

O fato é que o mundo e o Brasil vivem um momento de estímulos fiscais e monetários sem precedentes. Por um lado, eles permitem que os mercados e as economias se recuperem, por outro o nível de atividade ainda é substancialmente menor do que os níveis pré-pandemia.

Este descasamento entre o que a atividade e os mercados refletem, é sustentado pelos estímulos fiscais e o fato de que o mercado tende antecipar movimentos econômicos.

Globalmente falando, existem 15 trilhões de dólares rendendo juros negativos, acompanhados de impressão de dinheiro pelos governos. É muito dinheiro que precisa ir para algum lugar e, naturalmente, aumenta a busca por ativos de risco fazendo com que seus preços se apreciem.

No curto prazo, o economista entende que o maior determinante dos movimentos de mercado é o humor dos investidores, que tende a seguir positivo e sustentado pelos elementos citados acima.

As evidências de que o pior já passou melhoraram este humor e tendem a manter os mercados em alta, ainda que a recuperação econômica leve anos como aconteceu outras vezes. Porém, alerta Ricardo, nada garante que isso aconteça desta vez. Um dos riscos destacados foi o quanto a euforia de mercado é pautada em estarmos próximos de uma vacina quando não há indícios fortes disto.

No que tange o longo prazo, o mercado americano já se encontrava num patamar caro antes da pandemia e, utilizando indicadores sofisticados como o índice de preço sobre lucro de Schiller ou o valor das empresas perante o PIB (indicador favorito de Warren Buffet), Ricardo mostrou que a pandemia não trouxe uma correção tão grande como em crises passadas. Também, o desemprego americano é muito superior ao pré-pandemia, enquanto o preço dos ativos é parecido.

Ainda, o economista comparou o faturamento da Tesla ao de uma cesta de produtores de veículos, mostrando que o da Tesla é dezenas de vezes menor. Desta forma, ele ressaltou a importância de se questionar a premissa de que empresas que já são gigantes como Tesla, Amazon, Google e Apple vão ter continuar tendo crescimento exponencial.

Somou isto ao fato de que hoje 8 das 10 pessoas mais ricas do mundo são oriundos do setor de tecnologia para alertar sobre uma possível configuração de bolha de mercado. Motivo pelo qual o economista esta mais incerto sobre omédio prazo.

Com esta expectativa para a economia global, Ricardo destaca a grande oportunidade que se abre para os países emergentes e empresas de commodities, em especial o Brasil:

Destacando a boa atuação de Paulo Guedes e sua equipe econômica, principalmente pelas medidas de flexibilização do mercado de trabalho e auxílio emergencial, e o quanto isto ajudou a evitar um problema ainda mais sério de curto prazo no Brasil, Ricardo mostra que o país tem se tornado muito menos vulnerável à choques econômicos externos, por meio da redução de sua dívida líquida externa.

Na sequência, o economista mostrou que o nosso patamar de atividade, diferente dos Estados Unidos, se encontra abaixo do que já foi um dia, de forma que nossa capacidade produtiva instalada tende a melhorar a resposta do país aos estímulos fiscais e monetários.

Observando os mesmos indicadores de valuation para o Brasil, a bolsa não está nem cara nem barata, porém vem seguindo uma tendência de melhora desde 2016, ao passo que este ciclo de melhora no resto do mundo, teve início em 2009, motivo pelo qual o Brasil pode estar mais distante do fim do ciclo.

Os riscos de curto prazo para o Brasil são: por conta do contágio do coronavírus que ainda não está controlado, a população pode não retomar a atividade e o auxílio emergencial pode não durar o suficiente.

Porém, no longo prazo, se o Brasil conseguir aprovar as reformas e manter a situação fiscal e de contas públicas organizadas, o país tem tudo para atrair muito investimento, com juros baixos, inflação controlada e moeda desvalorizada.

Ainda, no longo prazo, o número de CPFs na bolsa de cerca de 1.5% da população tende a crescer ao patamar das dezenas, como em outros países, também sustentando um ciclo positivo para o país.

Ao mesmo tempo que a moeda brasileira está desvalorizada, o dólar está valorizado, o que tende a beneficiar os exportadores de commodities, criando ainda mais condições para a prosperidade do país.

Assim, Ricardo tem convicção de que no longo prazo, num horizonte de 10 anos, as ações de commodities e mercados emergentes serão os líderes de rentabilidade, mas no médio prazo ele espera uma grande correção no mercado americano que pode afetar muito os mercados. Porém, não é possível saber se e quando ela virá.

Para finalizar sua exposição, Ricardo destacou as infinitas incertezas trazidas por um processo de transformação digital acelerado pela pandemia: seja por meio do home office na demanda por trabalho e mercado imobiliário ou pelos impactos no setor de saúde além de muitos outros.

Reiterou que muito embora ele espere uma correção das ações de tecnologia, ele não discorda de que a tecnologia vai continuar transformando a vida como conhecemos e frisou sua grande convicção: no curto prazo, o mercado segue com ótimo desempenho. Em algum momento, liderado por ações de tecnologia americana e empresas de crescimento, teremos um crash, mas no longo prazo mercados emergentes e ações de commodities e de economia real tendem a ter as melhores performances.

Mais informações e programação completa do evento: https://eventoexpert.xpi.com.br/

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