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Pré-Copom: cautela prevalece e discussão sobre início de corte de juros segue aberta

Especialistas do mercado se reuniram para discutir os rumos da política monetária no Brasil

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Às vésperas da decisão de política monetária no Brasil, realizamos mais um jantar exclusivo para clientes institucionais da XP com economistas e gestores do mercado. Caio Megale, do time de Economia da XP, recebeu dessa vez o economista-chefe da Bradesco Asset Management (BRAM), Marcelo Toledo. Os especialistas compartilharam suas visões sobre o cenário macroeconômico atual, projeções para a taxa Selic e expectativas quanto ao início do ciclo de corte de juros.

Reunimos abaixo os destaques do evento:

  • A decisão de novembro do Copom será mais uma vez pela manutenção da Selic, mantendo o tom mais cauteloso no comunicado. Apesar de dados positivos de inflação no curto prazo, o mercado de trabalho continua aquecido.
  • Estímulos fiscais podem levar o Banco Central a revisar suas perspectivas para a economia e limitar a queda das suas projeções de inflação.
  • O início do ciclo de corte de juros deve acontecer em março de 2026, mas a hipótese de ocorrer em janeiro não está descartada.
  • Estimativas da XP consideram que o ciclo de flexibilização monetária se dará em seis cortes consecutivos de 0,50 p.p. até a Selic atingir 12% a.a.

Confira os detalhes a seguir:

Expectativas para a decisão de novembro

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidirá pela manutenção da Selic, a taxa básica de juros. Essa é a aposta dos especialistas (e do consenso do mercado), que esperam que as autoridades mantenham um tom mais cauteloso no discurso, apesar da descompressão inflacionária sinalizada em dados divulgados recentemente.

A visão majoritária é que o Copom não deve trazer alterações relevantes no comunicado que acompanhará a decisão. Deve prevalecer uma conduta mais alinhada com a manutenção da taxa de juros nos níveis atuais por “período bastante prolongado”, avaliaram os economistas.

Apesar do alívio na inflação, a manutenção da taxa de desemprego em patamares historicamente baixos e sinais mistos em diferentes setores da economia apontam um quadro ainda incerto para o cenário de atividade.

O mercado de trabalho aquecido permite o Banco Central agir cautelosamente, focando no objetivo de reduzir a inflação.

Caio Megale, economista-chefe da XP, e Marcelo Toledo, economista-chefe da Bradesco Asset Management

Estímulos fiscais e creditícios: onde mora o risco

Os participantes do encontro discutiram os efeitos para a economia e a política monetária dos estímulos que vêm sendo discutidos pelo governo e pela mídia especializada.

No radar, além da proposta de isenção do Imposto de Renda com início em janeiro de 2026, foram lembrados: (i) a liberação de compulsório da poupança; e (ii) os R$ 40 bilhões em recursos para financiar reformas residenciais (programa Reforma Casa Brasil).

Diante desses estímulos fiscais, o mercado precisa considerar que encontrará a economia brasileira no primeiro trimestre de 2026 ainda aquecida, com risco de corte de juros menores (por exemplo, optar por uma redução de 0,25 p.p. em vez de 0,5 p.p.) ou ainda postergados.

Os estímulos podem levar o Banco Central a revisar sua perspectiva para a ociosidade da economia (fatores de produção mais apertados), o que pode limitar a queda das suas projeções de inflação.

Sobre a influência das eleições em 2026 na condução do novo ciclo de juros, a avaliação majoritária é que a política monetária será pouco condicionada à disputa presidencial, pelo menos em seus movimentos iniciais de cortes de juros.

Ampliando o horizonte de expectativas: projeções para as próximas reuniões

O cenário mais provável entre os participantes do encontro é de início de cortes em março de 2026. Não se descarta, contudo, a hipótese de janeiro, caso a inflação continue melhorando e o mercado de trabalho começar a desacelerar (aos moldes do que ocorreu nos EUA).

Para que o cenário de início em março se confirme, o Banco Central deve aliviar o tom e tirar a referência ao “período bastante prolongado” de seus comunicados a partir de dezembro. Em janeiro, deve sugerir viés de queda e começar efetivamente o ciclo de flexibilização em março.

Megale afirmou que, mesmo que o Banco Central pretenda iniciar o ciclo de cortes em janeiro, é mais provável que ele opte por manter a postura cautelosa nessa decisão de novembro (mantendo a menção ao “período bastante prolongado”), flexibilizando o tom em dezembro, caso for adequado.

Segundo Toledo, o Banco Central está em modo de espera. Mais do que uma eventual apreciação ou depreciação do real ante o dólar, o início dos cortes na Selic e a duração desse novo ciclo de queda de juros dependerá dos dados de atividade econômica.

Além do início de corte em março, as estimativas da XP consideram que o ciclo de flexibilização monetária se dará em seis cortes consecutivos de 0,50 p.p. até a Selic atingir 12% a.a. Em termos reais, a taxa se estabilizaria em ~7,5%, acima do que os especialistas da casa consideram neutro (~5,5%). Confira mais detalhes das projeções nesse relatório.

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