Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou o pregão de segunda-feira em leve queda, com o IBOV e o ISE recuando 0,41% e 0,87%, respectivamente.
• No Brasil, (i) o país pode não conseguir aumentar a mistura obrigatória de biodiesel no diesel de 15% para 16% até o prazo estabelecido pelo governo, em março de 2026, afirmou Marlon Arraes, diretor de biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia – segundo ele, talvez não haja tempo suficiente para concluir os estudos técnicos necessários para implementar a medida, e um novo prazo ainda não foi informado.
• No internacional, (i) o governo alemão divulgou ontem um pacote de 6 bilhões de euros para financiar a descarbonização industrial e prevê incluir, pela primeira vez, a tecnologia de captura e armazenamento de carbono (CCS) no acesso a recursos climáticos – o programa visa setores com uso intensivo de energia, enquanto a Alemanha busca atingir suas metas climáticas em meio a preocupações com a competitividade industrial; e (ii) a Agência Internacional de Energia (IEA) reduziu sua previsão global de crescimento da capacidade de energia renovável até 2030 para 4.600 GW (vs. 5.500 GW anteriormente) – a revisão se deve a perspectivas mais fracas nos Estados Unidos e na China, embora a energia solar continue impulsionando adições recordes (representando ~80% do crescimento total projetado).
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Brasil
Empresas
EDF Power Solutions diz que estuda abrir capital no Brasil
“A EDF Power Solutions está estudando a possibilidade de abrir o capital de subsidiárias na América do Norte e no Brasil como parte de sua estratégia de desenvolvimento internacional, afirmou a companhia de origem francesa em nota. O grupo se posicionou após a Reuters publicar reportagem dizendo, com base em fontes, que a empresa busca até R$ 2 bilhões com a venda de uma usina termelétrica no Rio de Janeiro, em processo que atraiu potenciais compradores, como a Âmbar Energia, da holding J&F, da família Batista. A EDF não fez comentários específicos sobre a venda da usina. A empresa disse que a possibilidade de abertura de capital de subsidiárias está alinhada à “ambição do grupo para 2035”, e que a iniciativa “visa apoiar o crescimento do portfólio de projetos, reforçando nossa capacidade de investir a longo prazo e mantendo nossa ambição industrial”. A marca EDF Power Solutions foi lançada neste ano no país como integração das equipes que antes atuavam como EDF Brasil e EDF Renewables. Com negócios em geração, transmissão e soluções de energia, a empresa detém 2,7 gigawatts (GW) de capacidade instalada em projetos de fontes térmica a gás, hídrica, eólica e solar.”
Fonte: Valor Econômico; 06/10/2025
Política
Brasil aposta em Estado forte rumo à COP30
“O fortalecimento do multilateralismo e da capacidade estatal são eixos centrais da preparação do Brasil para a COP30, marcada para novembro em Belém, afirmaram representantes do governo federal na segunda-feira (6). Para eles, é necessário combinar democracia, implementação de políticas climáticas e modernização do Estado para enfrentar a crise do clima e promover um futuro sustentável e inclusivo. Na abertura do evento “States of the Future: Rumo à COP30”, realizado pelo Ministério de Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) no Rio, a ministra Esther Dweck afirmou que o Brasil precisa de um Estado eficiente e tecnológico para transformar compromissos em ações concretas. Para ela, o fortalecimento da capacidade estatal é indispensável para enfrentar a emergência climática. “Queremos levar à cúpula reflexões e instrumentos práticos para que os Estados do futuro sejam democráticos, inovadores, inclusivos e sustentáveis”, disse. O evento reuniu representantes de governos, academia e organismos para discutir o papel do Estado na transição ecológica e digital. Dweck destacou ações do governo para modernizar o setor público, com ênfase na transformação digital, integração de dados e valorização dos servidores.”
Fonte: Valor Econômico; 07/10/2025
Brasil pode não conseguir elevar mistura de biodiesel para 16% no prazo previsto, diz governo
“O Brasil pode não conseguir aumentar a mistura obrigatória de biodiesel no diesel de 15% para 16% até o prazo estabelecido pelo governo, em março de 2026, segundo Marlon Arraes, diretor de biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia. Durante um evento do setor em São Paulo, Arraes afirmou que talvez não haja tempo suficiente para concluir os estudos técnicos necessários para implementar a medida: “É possível que não consigamos cumprir o prazo de março. É altamente desafiador”, disse ele. A legislação brasileira prevê um aumento gradual de 1 ponto percentual por ano na mistura de biodiesel, com meta de atingir 20% até 2030. No entanto, o diretor não deu um novo prazo para a implementação da mistura de 16%. O possível adiamento impactaria principalmente a indústria de óleo de soja, que representa mais de 75% da produção de biodiesel no país. A mistura de 15%, que deveria ter entrado em vigor em março deste ano, só foi implementada em agosto, devido a preocupações com a inflação. Segundo Arraes, a legislação exige que qualquer aumento na mistura seja condicionado à viabilidade técnica, e os estudos ainda estão em andamento.”
Fonte: Reuters; 07/10/2025
Internacional
Empresas
Tesla sobe 5% após anúncio de evento sobre veículo elétrico mais acessível
“As ações da Tesla subiam cerca de 5% nesta segunda-feira depois que a montadora de carros elétricos de Elon Musk anunciou um evento para a terça-feira em que investidores e analistas esperam o lançamento de um veículo mais acessível para sustentar as vendas da companhia. Em um vídeo de nove segundos publicado na plataforma de mídia social X no domingo, a Tesla mostrou um veículo com os faróis acesos em um ambiente escuro, enquanto insinuou um evento marcado para terça-feira em um vídeo separado que tinha os dizeres “10/7” (7 de outubro) no final. O teaser segue o recorde de vendas da Tesla no terceiro trimestre, impulsionado por um aumento nas compras de veículos elétricos antes do término do crédito de US$7.500 para veículos elétricos nos Estados Unidos em 30 de setembro. No entanto, analistas esperam que as vendas anuais da Tesla caiam pelo segundo ano consecutivo em 2025, para cerca de 1,62 milhão de veículos, já que a expiração de incentivos e a desaceleração da demanda ligada às opiniões políticas de Musk pesam sobre os emplacamentos. A Tesla já havia adiado o lançamento de uma versão de baixo custo do Model Y nos EUA. A montadora disse em junho que havia feito as “primeiras montagens” do veículo, mas que começaria a vendê-lo no quarto trimestre e aumentaria a produção em um ritmo mais lento do que o planejado.”
Fonte: InfoMoney; 06/10/2025
Política
CCS entra na agenda de transição da indústria alemã
“O governo alemão divulgou nesta segunda (6/10) um pacote de 6 bilhões de euros para financiar a descarbonização industrial e prevê incluir, pela primeira vez, a tecnologia de captura e armazenamento de carbono (CCS) no acesso a recursos climáticos. O programa visa setores com uso intensivo de energia, como produtos químicos, aço, cimento e vidro, enquanto a Alemanha busca atingir suas metas climáticas em meio a preocupações com a competitividade industrial, relata a Reuters. Hoje, cerca de 60% da eletricidade da Alemanha é fornecida por fontes renováveis. A meta é atingir 80% até 2030. O aceno positivo ao CCS — tecnologia que está associada à prorrogação do consumo de combustíveis fósseis — ocorre em meio a mudanças no cenário político e energético do país. Recentemente, os alemães também sinalizaram posição favorável à geração nuclear, inclusive como fonte de energia para alimentar eletrolisadores na produção de hidrogênio.A chegada ao poder de Friedrich Merz e a nomeação de Katherina Reiche para o Ministério da Energia alteraram o tom do debate para “pragmatismo e realismo”. “Somente com realismo a transição energética poderá ter sucesso e gerar crescimento. A neutralidade climática e a competitividade não devem ser mutuamente exclusivas – precisamos de ambas para garantir a prosperidade da Alemanha”, defende a ministra Katherina Reiche.”
Fonte: Eixos; 06/10/2025
“A União Europeia vai intensificar seu apoio à reforma dos bancos de desenvolvimento globais para que façam mais no combate às mudanças climáticas, segundo um rascunho de documento da UE. Essa posição coloca Bruxelas em desacordo com os Estados Unidos antes das reuniões do Banco Mundial e do FMI neste mês. O Fundo Monetário Internacional e o Grupo Banco Mundial se preparam para suas reuniões anuais em Washington, em meio a cortes de ajuda e ceticismo climático do presidente dos EUA, Donald Trump. Em abril, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que essas instituições deveriam se concentrar em seus mandatos principais e estavam dedicando tempo e recursos demais a temas como mudanças climáticas. O rascunho das conclusões para uma reunião de ministros das Finanças da UE, obtido pela Reuters, mostra que o bloco reiterará seu apoio ao trabalho dos bancos de desenvolvimento no combate às mudanças climáticas — e pressionará por reformas para liberar mais financiamento. “A UE conclama todos os acionistas a apoiarem o fortalecimento necessário dos bancos multilaterais de desenvolvimento (MDBs) para atuarem em larga escala e se alinharem aos objetivos do Acordo de Paris, acelerando a implementação da ação climática global”, diz o documento. Os EUA são o maior acionista do Banco Mundial e do FMI. Membros da UE como Alemanha e França têm menor poder de voto nessas instituições.”
Fonte: Reuters; 07/10/2025
“A Agência Internacional de Energia (IEA) reduziu sua previsão global de crescimento da capacidade de energia renovável até 2030 em 248 gigawatts em relação à perspectiva do ano passado. A revisão se deve a perspectivas mais fracas nos Estados Unidos e na China, embora a energia solar continue impulsionando adições recordes. Agora, espera-se que a capacidade global de energia renovável aumente em 4.600 GW até 2030 — abaixo da previsão anterior de 5.500 GW feita em 2024 — com a energia solar representando cerca de 80% desse crescimento. A revisão para baixo se deve principalmente ao fim antecipado de incentivos fiscais federais nos EUA e a outras mudanças regulatórias, o que reduziu em quase 50% as expectativas de crescimento da IEA para o país. Na China, a transição de tarifas fixas para leilões competitivos está pressionando a viabilidade econômica dos projetos. Por outro lado, a Índia deve se tornar o segundo maior mercado de crescimento após a China, com boas perspectivas para atingir sua meta de 2030, impulsionada por leilões ampliados, licenciamento mais ágil e aumento da energia solar em telhados. As perspectivas da Europa também melhoraram, graças a políticas ambiciosas, maior volume de leilões e aprovações mais rápidas. Muitos países emergentes na Ásia, Oriente Médio e África estão acelerando seus projetos à medida que os custos caem e as metas aumentam. A energia eólica offshore continua sendo um ponto fraco, com a previsão de crescimento da agência cerca de 25% menor do que no ano passado, devido a mudanças políticas, gargalos na cadeia de suprimentos e custos mais altos.”
Fonte: Reuters; 06/10/2025
Procurador-geral da Califórnia promete mais processos contra retrocessos ambientais do governo Trump
“O procurador-geral da Califórnia, Rob Bonta, afirmou que o estado continuará processando o governo Trump por suas ações de desregulamentação ambiental e está considerando novos processos relacionados à reciclagem de plásticos. Falando durante o programa “Climate Frontlines”, transmitido ao vivo da Times Square durante a Semana do Clima de Nova York, Bonta declarou: “Cada vez que eles violarem a lei e prejudicarem meu estado e meu povo, nós os processaremos. Já foram mais de um processo por semana. E com certeza teremos mais.” A estratégia da Califórnia é combater a expansão dos combustíveis fósseis promovida pelo governo federal e o desprezo pela ciência climática, que tem sustentado os retrocessos nas políticas ambientais. Durante a Assembleia Geral da ONU, o presidente Donald Trump chamou a mudança climática de “a maior farsa do mundo”, reafirmando seu ceticismo em relação à ciência climática e sua oposição às energias renováveis. Bonta também criticou a proposta da Agência de Proteção Ambiental (EPA) de revogar a decisão de 2009 que reconhece que as emissões de gases de efeito estufa são prejudiciais à saúde pública — base das regulamentações federais sobre o clima. Um grupo de 23 procuradores-gerais estaduais e sete governos locais enviou uma carta conjunta se opondo à proposta.”
Fonte: Reuters; 05/10/2025
Verde versus verde: regras para hidrogênio na Europa colocam indústria em colisão
“A transição energética europeia está vivendo dias conturbados. Nesta semana, duas cartas chegaram à Comissão Europeia com diagnósticos e propostas opostas para o futuro do hidrogênio verde — o combustível considerado peça-chave para descarbonizar setores difíceis de eletrificar, como siderurgia, aviação e transporte marítimo. De um lado, oito dos principais fabricantes europeus de eletrolisadores — Bosch, Siemens Energy, Thyssenkrupp Nucera, Sunfire, Nel, Topsoe, John Cockerill e ITM Power — pedem mudanças urgentes no regulamento do RFNBO, que define os critérios de certificação do hidrogênio renovável. O argumento central é que, com regras excessivamente rígidas, a indústria de eletrolisadores corre risco de desaparecer. “Projetos estão próximos de tomar decisões finais — não de investimento, mas de cancelamento”, alertam os CEOs na carta. Segundo o grupo, mais de 50 projetos foram cancelados nos últimos 18 meses. “Sem ajustes, fábricas permanecerão ociosas e a Europa corre o risco de perder mais uma indústria tecnológica estratégica para concorrentes globais”, diz o documento. Entre as propostas apresentadas, estão a extensão de isenções de adicionalidade até 2035 e a flexibilização da exigência de correlação temporal da eletricidade usada na eletrólise — hoje estabelecida em base horária. “Se o hidrogênio RFNBO pretende alcançar escala significativa, as regras rígidas sobre adicionalidade e correlação precisam ser simplificadas. Se permanecerem inalteradas, apenas um punhado de pequenos projetos chegará à decisão final de investimento”, defendem.”
Fonte: Eixos; 05/10/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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