Bom dia! Neste relatório diário publicado todas as manhãs pelo time ESG do Research da XP, buscamos trazer as últimas notícias para que você comece o dia bem informado e fique por dentro do tema ESG – do termo em inglês Environmental, Social and Governance ou, em português, ASG – Ambiental, Social e Governança.
Quais tópicos abordamos ao longo do conteúdo? (i) Notícias no Brasil e no mundo acerca do tema ESG; (ii) Performance histórica dos principais índices ESG em diferentes países; (iii) Comparativo da performance do Ibovespa vs. ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial, da B3); e (iv) Lista com os últimos relatórios publicados pelo Research ESG da XP.
Principais tópicos do dia
• O mercado fechou o pregão de terça-feira em território levemente negativo, com o IBOV e o ISE recuando 0,07% e 0,38%, respectivamente.
• No Brasil, o plenário do Cade decidiu ontem manter a suspensão da moratória da soja, um acordo entre as grandes comercializadoras de commodities que proíbe a compra de soja proveniente de áreas desmatadas da Amazônia, em vigor há 20 anos – por maioria, a medida provisória que suspende o acordo foi mantida, porém ela só passa a valer em 2026, não de forma imediata, como anteriormente.
• No internacional, (i) o CEO da Ford alertou sobre uma perspectiva sombria para os veículos elétricos, dado que as políticas de Trump proporcionam uma nova vida aos carros movidos a gasolina – para ele, a eliminação do crédito fiscal de US$ 7.500 para o consumidor e a flexibilização das regras de emissões reduzirão drasticamente a demanda por veículos elétricos nos EUA; e (ii) a limitação da geração de energia eólica e solar no Japão deve atingir níveis recordes frente ao aumento do uso de energia nuclear, que, por não poder ser ajustada facilmente, prejudica a flexibilidade da rede elétrica – o país, quinto maior produtor de energia do mundo, tem reativado gradualmente suas plantas nucleares, com 14 dos 33 reatores comerciais disponíveis já religados.
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Brasil
Empresas
Excesso de energia limpa atrai mineradores de criptomoedas para o Brasil
“As empresas de mineração de criptomoedas estão negociando ativamente contratos com fornecedores de eletricidade brasileiros, como a Renova Energia, que se beneficiariam do excedente de energia renovável do país sem sobrecarregar a rede nos horários de pico. Após o anúncio da gigante das criptomoedas Tether, que revelou em julho um investimento no Brasil, há pelo menos seis negociações em andamento com pequenas e médias empresas, além de um projeto maior de até 400 megawatts (MW), segundo fontes de seis empresas diferentes. Máquinas de mineração que resolvem problemas matemáticos complexos para validar transações de criptomoedas têm sobrecarregado redes elétricas em vários países. No entanto, no Brasil, onde a mineração de criptomoedas ainda é incipiente, elas podem ajudar a resolver o problema crônico de excesso de eletricidade limpa, que custou às empresas de energia quase 1 bilhão de dólares nos últimos dois anos, segundo associações da indústria eólica e solar (ABEEólica e Absolar). A Tether, maior empresa de ativos digitais do mundo, afirmou que está aproveitando sua recente aquisição da Adecoagro para utilizar energia renovável, como a eletricidade proveniente de usinas de cana-de-açúcar, para alimentar uma operação de mineração de bitcoin no Brasil. A fornecedora de energia renovável Renova informou à Reuters que está fazendo um dos primeiros grandes investimentos no setor de criptomoedas: um projeto de mineração de 200 milhões de dólares para um cliente não revelado no estado da Bahia. O empreendimento de 100 MW consiste em seis centros de dados que serão alimentados por um parque eólico.”
Fonte: Reuters; 30/09/2025
Política
Senado aprova tratado para proteger biodiversidade em alto-mar
“O plenário do Senado aprovou nesta terça-feira (30) o Projeto de Decreto Legislativo 653/2025, mais conhecido como Tratado do Alto-Mar. O texto, assinado pelo Brasil em 2023, estabelece um marco jurídico internacional para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade marinha em áreas além da jurisdição nacional. Com a decisão, o Brasil soma-se a mais de 60 países que já ratificaram o tratado, número mínimo necessário para que o acordo entrasse em vigor. O instrumento terá validade a partir de 17 de janeiro de 2026. Segundo especialistas, sua aplicação representa um passo histórico para a governança global dos oceanos, até agora marcada por lacunas legais. “A aprovação é um marco para o Brasil se alinhar ao esforço internacional de proteção dos oceanos. É também uma oportunidade de trazer benefícios diretos ao país pela cooperação científica, uso sustentável dos recursos genéticos, acesso à novas tecnologias e proteção da biodiversidade marinha”, explicou Lara Iwanicki, diretora da Oceana, uma das maiores organizações do mundo atuando pela proteção dos oceanos. O tratado prevê a criação de áreas marinhas protegidas em alto-mar e a obrigatoriedade de avaliações de impacto ambiental para empreendimentos de grande porte, como a mineração em águas profundas e a repartição dos benefícios decorrentes do uso de recursos genéticos marinhos.”
Fonte: Valor Econômico; 30/09/2025
Cade mantém suspensão da moratória da soja
“O plenário do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu nesta terça-feira (30) manter a suspensão da moratória da soja, um acordo entre as grandes comercializadoras de commodities que proíbe a compra de soja proveniente de áreas desmatadas da Amazônia, em vigor há 20 anos. Por maioria, os conselheiros decidiram manter a medida provisória que suspende o acordo. Ela, porém, só passa a valer em janeiro de 2026, não de forma imediata, como previa a decisão anterior. O conselheiro-relator do caso, Carlos Jacque, queria manter a suspensão imediata, mas foi voto vencido. Em agosto, o órgão determinou que as empresas que comercializam o grão (as tradings) suspendessem a moratória dentro de 10 dias, sob pena de multas diárias de R$ 250 mil. A alegação é a suposta formação de um cartel. A decisão de hoje foi apenas com relação à medida provisória. O julgamento do mérito – se o acordo configura prática anticoncorrencial de cartel – ainda não tem prazo para acontecer. A definição de quando o processo será pautado no Tribunal do Cade cabe ao relator. A Abiove, associação de tradings e processadoras de soja, avalia que o prazo dado pelo Cade será destinado a permitir que agentes privados e públicos dialoguem em busca de uma “solução” para o tema.”
Fonte: Capital Reset; 30/09/2025
Compensação para produtor manter floresta sai do papel após 13 anos
“Conciliar lavoura e floresta pode ser um desafio no campo. Agora, um novo mecanismo surge como alternativa para produtores que mantém a floresta em pé e para quem está em dívida com a lei ambiental. São as Cotas de Reserva Ambiental, um título que representa uma área de floresta existente ou em recuperação acima do mínimo exigido por lei. O objetivo é valorizar essas matas nativas e ajudar propriedades rurais a cumprir o que determina o Código Florestal. Os títulos têm sido chamados pela sigla CRA, mas não têm relação nenhuma com os Certificados de Recebíveis do Agronegócio, um instrumento usado para financiar produtores rurais. A primeira emissão será feita em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) de 160 hectares, em Nova Friburgo (RJ), em novembro. A escolha se deu devido a segurança ambiental e jurídica que as RPPNs apresentam. “Estamos implementando a lei. Queremos começar por um local com condições claras para verificação e monitoramento do processo”, diz Marcus Vinícius Alves, diretor de Regularização Ambiental Rural, do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), órgão responsável pela regulamentação e emissão das cotas. O mecanismo é previsto pelo Código Florestal há 13 anos, mas só agora ele chega a campo. A estreia é vista como um avanço na implementação da lei, segundo Jarlene Gomes, pesquisadora Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), organização científica que atua no monitoramento e apoio à aplicação do regulamento florestal.”
Fonte: Capital Reset; 30/09/2025
Governo vai passar a exigir eficiência energética em novas construções
“O governo Federal editou uma resolução que tornará obrigatória comprovação de requisitos de eficiência energética para novas edificações. O documento foi elaborado pelo Comitê Gestor de Indicadores e Níveis de Eficiência Energética (CGIEE), presidido pelo Ministério de Minas e Energia (MME). O texto, publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (30/9), regulamenta a lei 10.295/201, que criou a Política Nacional de Conservação e Uso Racional de Energia. As regras para novas construções irão funcionar como ocorre para a avaliação de automóveis ou eletrodomésticos, que recebem um selo com nota – geralmente de A a E –, de acordo com a eficiência energética. A partir da nova resolução, prédios públicos federais deverão ter índice de desempenho energético com nota A para serem aprovados, medida válida a partir de 2027. De 2035 em diante, prédios da administração pública federal deverão ter o selo nZEB, sigla em inglês que significa edifícios de energia quase zero, nos quais além do baixo consumo, a energia consumida é suprida por fontes renováveis, de geração própria. Para as construções privadas, a nota mínima deverá ser C, obtida por meio de autodeclaração e fiscalizada por amostragem pelo Inmetro.”
Fonte: Eixos 30/09/2025
Internacional
Empresas
Mercado de carros elétricos vai encolher pela metade com Trump, diz CEO da Ford
“O chefe da Ford Motor alertou sobre uma perspectiva sombria para os veículos elétricos, dado que as políticas do presidente Donald Trump proporcionam uma nova vida aos carros movidos a gasolina. A eliminação de um crédito fiscal de US$ 7.500 para o consumidor e a flexibilização das regras de emissões reduzirão drasticamente a demanda por veículos elétricos nos EUA, de acordo com o CEO da Ford, Jim Farley. Ele previu que a participação dos veículos de emissão zero — atualmente em torno de 10% do mercado doméstico — poderia cair pela metade. “Eu não ficaria surpreso se as vendas de veículos elétricos nos EUA caíssem para 5%”, disse Farley em um discurso em Detroit, durante uma conferência organizada pela Ford sobre empregos industriais. O mercado de veículos elétricos será “muito menor do que pensávamos”. A avaliação ressaltou a dinâmica de rápida mudança do setor automotivo sob o comando de Trump, em que muitos fabricantes postergam planos de produção de veículos elétricos e redistribuem investimentos em motores de combustão interna e veículos híbridos. A Ford enfatizou a escolha do consumidor quanto aos tipos de combustível e mudou sua estratégia de veículos elétricos para modelos de baixo custo. A unidade de veículos elétricos da Ford, Model-e, perdeu cerca de US$ 1,3 bilhão no segundo trimestre e a empresa previu que poderia perder até US$ 5,5 bilhões em veículos elétricos este ano. Suas vendas de elétricos nos EUA caíram 31% no trimestre, prejudicadas pelo envelhecimento dos modelos e por uma interrupção temporária nas vendas do Mustang Mach-e elétrico devido a um recall de segurança.”
Fonte: Bloomberg Línea; 30/09/2025
Europa perderá para a China em caminhões elétricos sem ação da UE, alerta indústria
“A Europa ficará atrás da China na eletrificação de caminhões se Bruxelas não tomar medidas urgentes para apoiar a transição, alertou a indústria. As montadoras têm se tornado cada vez mais veementes em seus apelos para que a Comissão Europeia reconsidere a proibição de motores a gasolina a partir de 2035. No entanto, os fabricantes de caminhões têm enfrentado uma adoção ainda mais lenta de veículos elétricos devido à falta de investimento em infraestrutura de recarga e redes elétricas, apesar das regulamentações da UE que visam uma redução de 45% nas emissões até 2030, em comparação com os níveis de 2019. Essa medida seria seguida pela proibição de quase todos os novos caminhões a diesel até 2040. Caminhões elétricos representaram 3,6% dos novos registros na UE no primeiro semestre deste ano, em comparação com 93,6% dos caminhões a diesel, de acordo com a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis. Uma participação de 38% será necessária para atingir a meta. “Esse é um desafio industrial sem precedentes. Nem mesmo a China está se movendo nessa velocidade”, disse Christian Levin, presidente-executivo da fabricante alemã de caminhões Traton, de propriedade majoritária da Volkswagen. No entanto, a taxa de penetração de caminhões elétricos na China saltou para cerca de 24%, de apenas 4% dois anos antes, com a gigante de baterias CATL prevendo que metade de todos os novos caminhões vendidos no país serão movidos a eletricidade até 2028. Levin afirmou que os rivais chineses se beneficiariam cada vez mais da possibilidade de expandir seus negócios em seu mercado doméstico.”
Fonte: Financial Times; 30/09/2025
Política
Curtailments de energia renovável no Japão devem atingir recorde com aumento da geração nuclear
“A limitação da geração de energia eólica e solar no Japão deve atingir níveis recordes este ano devido ao aumento do uso de energia nuclear, segundo uma análise da Reuters com dados do setor — agravando os desafios de um setor que já enfrenta a saída de diversos players.Desde o desastre de Fukushima em 2011, que levou ao desligamento das usinas nucleares, o Japão — quinto maior produtor de energia do mundo — tem reativado gradualmente algumas dessas plantas. Até agora, 14 dos 33 reatores comerciais disponíveis foram religados, incluindo dois no ano passado. Outro recebeu aprovação preliminar este ano, mas só deve voltar a operar em 2027. Isso ajudou a reduzir os custos com combustíveis, especialmente as importações de combustíveis fósseis, e a atender à crescente demanda de energia de fabricantes de chips e centros de dados. No entanto, como a energia nuclear não pode ser ajustada facilmente, a flexibilidade da rede elétrica foi prejudicada. Curtailments referem-se à quantidade de energia eólica ou solar que poderia ter sido gerada, mas foi rejeitada preventivamente porque a rede atingiu seu limite. Nos primeiros oito meses do ano, em nove das dez regiões da rede elétrica japonesa, os curtailments aumentaram 38,2%, totalizando 1,77 terawatt-hora (TWh), ou 2,3% da geração total de energia renovável — segundo dados do Instituto de Energia Renovável (REI). Isso supera os 1,28 TWh (1,8%) do mesmo período do ano anterior e o recorde anual anterior de 1,9% em 2023.”
Fonte: Reuters; 30/09/2025
Índices ESG e suas performances


(1) O Índice ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3) tem como objetivo ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de empresas com reconhecido comprometimento com o desenvolvimento sustentável, práticas e alinhamento estratégico com a sustentabilidade empresarial.
(2) O Índice S&P/B3 Brasil ESG mede a performance de títulos que cumprem critérios de sustentabilidade e é ponderado pelas pontuações ESG da S&P DJI. Ele exclui ações com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em comparação com o Pacto Global da ONU e também cias sem pontuação ESG da S&P DJI.
(3) O ICO2 tem como propósito ser um instrumento indutor das discussões sobre mudança do clima no Brasil. A adesão das companhias ao ICO2 demonstra o comprometimento com a transparência de suas emissões e antecipa a visão de como estão se preparando para uma economia de baixo carbono.
(4) O objetivo do IGCT é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de emissão de empresas integrantes do IGC que atendam aos critérios adicionais descritos nesta metodologia.
(5) A série de índices FTSE4Good foi projetada para medir o desempenho de empresas que demonstram fortes práticas ambientais, sociais e de governança (ESG)..
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