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Santander (SANB11): Eficiência sustenta ROE acima do custo do capital, apesar dos ventos contrários

Revisão dos resultados do 2T25

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O Santander reportou lucro líquido de R$ 3,7 bilhões no 2T25, queda de 5,2% T/T e alta de 9,8% A/A, em linha com nossas estimativas. O ROE interrompeu sua trajetória de recuperação, caindo para 16,4% (-110 pontos base T/T), refletindo uma combinação de menor margem financeira e maiores custos de crédito. Observamos uma menor alíquota efetiva de imposto de 10% (contra 17% no 1T), o que contribuiu para o lucro líquido. A margem de clientes permaneceu sólida (+1,9% T/T), apoiada por spreads maiores e maior disciplina comercial. Por outro lado, a margem de mercado voltou a ficar negativa (–R$ 730 milhões), impactada pelo ambiente de taxa de juros e resultados mais fracos da tesouraria. A linha de provisões voltou a subir (+7,4% T/T), impulsionada pela deterioração do cenário macroeconômico e ainda refletindo a nova metodologia regulatória (Resolução 4.966). Apesar desse ambiente mais desafiador, o banco mostrou disciplina no controle de custos, reduzindo despesas e melhorando ainda mais seu índice de eficiência.

A carteira de crédito ampliada totalizou R$ 675,5 bilhões, alta de 1,5% A/A e queda de 1,0% T/T. O crescimento da carteira desacelerou pelo segundo trimestre consecutivo, refletindo uma “alocação disciplinada de capital focada em negócios estratégicos, diversificação do risco da carteira e rentabilidade…” além de “um efeito pontual da redução da carteira de risco sacado, devido às discussões sobre a cobrança do IOF”. O efeito da flutuação cambial também impactou o trimestre. Desconsiderando as flutuações cambiais e o efeito do IOF, a carteira de crédito PJ teria caído 0,8% T/T (-12,4% A/A) e a carteira total teria se mantido estável (+0,1% T/T; +0,4% A/A) no trimestre. Reforçamos que consideramos adequada uma maior seletividade, dado a recente piora das expectativas em relação ao cenário macroeconômico para 2025. Analisando a divisão por perfil de cliente, é possível observar que o segmento de PF diminuiu 1,5% T/T e os empréstimos PJ caíram 5,8% T/T, enquanto o Consumer Finance aumentou 4,6% e as Pequenas e Médias Empresas (PMEs) cresceram 1,1%. A comparação anual foi beneficiada pelo Consumer Finance (+15,8%) e PMEs (+11,2%), que mais do que compensaram a queda de 13,0% e 0,1% nos empréstimos PJ e PF, respectivamente.

O índice de inadimplência acima de 90 dias (NPL +90) caiu 20 pontos base para 3,1%. Essa melhora reflete a queda de 30 pontos base em PF e 40 pontos base em PMEs. Essas quedas mais do que compensaram o aumento de 10 pontos base em PJ. O Santander destacou que o desempenho positivo no segmento de PF foi amplamente impulsionado por uma política mais rigorosa de renegociação, que resultou em maior volume de baixas contábeis no trimestre. Quanto à inadimplência curta, NPL entre 15 e 90 dias, a taxa caiu 10 pontos base sequencialmente, refletindo uma queda de 30 pontos base em PF, que compensou o aumento de 30 pontos base em PJ e PMEs. O índice de cobertura, que agora é calculado usando provisão do estágio 3 sobre a carteira do estágio 3, terminou o trimestre em 67,1% (74,1% no 1T25).

O NII atingiu R$ 15,4 bilhões, diminuindo 3,3% T/T, mas crescendo 4,4% A/A e ficando 2% abaixo das nossas estimativas. Em relação ao NII de Clientes, o Santander manteve o momento positivo, acelerando para um salto de 11,3% A/A (+9,5% A/A no 1T25). Esse desempenho foi impulsionado tanto pelo NII de crédito quanto pelo NII de captação, beneficiando-se do aumento da taxa Selic, maiores volumes e uma melhor mix. Em termos de spreads, o Santander encerrou o trimestre em 10,75%, o melhor nível desde meados de 2022. No entanto, o NII de Mercado apresentou uma despesa de R$ 730 milhões, comparado a receitas de R$ 97 milhões no 1T25 e R$ 258 milhões no 2T24. Isso pode ser atribuído à sua sensibilidade negativa ao aumento das taxas de juros e aos resultados mais fracos de tesouraria. Como as taxas de juros ainda estão altas e só devem diminuir em 2026, prevemos que essa linha permanecerá negativa por pelo menos mais um trimestre.

As receitas de tarifas atingiram R$ 5,2 bilhões (+1,3% T/T e +0,4% A/A). Esse aumento T/T foi sustentado por maiores receitas na linha de Cartão de Crédito (+4,4%, impulsionada pela recuperação do volume de crédito e do gasto médio), serviços de Conta Corrente (+4,3%, impulsionados por maior transacionalidade de pacotes de serviços e PIX no segmento empresarial) e “Consórcios” (+6,5%), o que consideramos um aumento modesto dado a sazonalidade do 1T. Na base anual, o desempenho estável foi principalmente impulsionado por “Consórcios” (+21,5%), Cartões de Crédito (+11,7%) e Conta Corrente (+5,9%), que compensaram o desempenho negativo de Valores Mobiliários (-19,9%, devido ao ambiente macroeconômico desafiador) e Operações de Crédito (-21,5%). Vale destacar que a linha de Operações de Crédito continua sendo impactada pela reclassificação derivada da Resolução CMN nº 4.966, afetando a comparação A/A. Excluindo esse efeito, as Operações de Crédito teriam crescido 2,0%, enquanto as tarifas teriam aumentado 3,0% A/A.

A provisão atingiu R$ 6,9 bilhões (+7,4% T/T e +16,4% A/A). O aumento T/T é principalmente impulsionado pela deterioração do ambiente macroeconômico, que levou a maiores despesas com provisões (+10,6%) e a uma maior relação provisões-NPL formation T/T (105% no 2T25 contra 94% no 1T25). Na base anual, também notamos o impacto das mudanças no modelo de provisão promovidas pela Resolução 4.966. Em relação à recuperação de baixas contábeis, houve um aumento de +44,1% T/T e +21,8% A/A, refletindo parcialmente a venda de carteiras baixadas no valor de R$ 3,8 bilhões. A relação entre baixas contábeis e carteira de crédito aumentou 36 pontos base tanto T/T quanto A/A. Como resultado, o custo de risco ficou em 3,9%, também impactado pela redução da carteira de crédito.

As despesas gerais somaram R$ 6,4 bilhões, queda de 2,5% T/T, mas alta de 1,5% A/A. A queda sequencial foi explicada principalmente pela redução das despesas com pessoal, após a otimização da rede e gastos sazonalmente menores com encargos e compensações. O aumento A/A foi impactado pelo acordo coletivo de 2024 e maiores investimentos em tecnologia. Ainda assim, o banco conseguiu aumentar sua alavancagem operacional. Como resultado, o índice de eficiência caiu 40 pontos base sequencialmente para 36,8%, o menor nível em 3 anos.

O Santander registrou um lucro líquido mais fraco T/T, de R$ 3,7 bilhões no 2T (-5,2% T/T, +9,8% A/A e -1,0% em relação à XPe). Destacamos que o lucro líquido foi beneficiado por uma menor alíquota efetiva de imposto no trimestre, de 17,0% (-7,0 pontos percentuais T/T e -3,4 pontos percentuais A/A). Como resultado, o Santander entregou um ROAE de 16,4% no período, -100 pontos base T/T e +90 pontos base A/A – ainda acima do custo do capital. Na frente de capital, o banco encerrou o trimestre com um Índice de Basileia saudável de 15,0% (+70 pontos base T/T) e CET1 de 11,6% (+50 pontos base T/T).

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