BYD e Eve debatem o futuro na Expert 2025

No primeiro dia da Expert 2025, Marcella Ungaretti, head de Research ESG na XP, conversou com Pablo Toledo, diretor da BYD, e Johann Bordais, CEO da Eve Air Mobility, no painel “Transição energética em pauta: o que esperar para os próximos anos?”. O encontro reuniu visões complementares sobre o futuro da mobilidade sustentável, destacando os avanços tecnológicos, os desafios regulatórios e as oportunidades para o Brasil liderar essa transformação.

Com relação à estratégia da BYD, Pablo Toledo destaca que vai além da eletrificação de veículos particulares e aposta em uma “transição energética 360 graus”, abrangendo mobilidade rodoviária, ferroviária, energia solar e até produção de chips. A empresa, que nasceu como fabricante de baterias, já domina o mercado brasileiro de carros elétricos e está construindo em Camaçari sua maior fábrica fora da China. O executivo destaca a matriz energética limpa como um impulsionador para a expansão da mobilidade elétrica no Brasil, enquanto a ampliação e renovação da rede de distribuições foram mencionados como principais gargalos.

Perspectivas para os eVTOLs

Do lado da Eve, Johann Bordais destacou a proposta da companhia de reimaginar a mobilidade urbana com aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOLs). O executivo destaca obstáculos técnicos, regulatórios e de infraestrutura para a implementação, como a necessidade de criação de um sistema de monitoramento de voos. A expectativa é que a certificação e os primeiros voos comerciais a partir de 2027, com o Brasil como mercado pioneiro. Um trajeto como o centro de São Paulo até o aeroporto de Guarulhos, por exemplo, duraria em apenas 12 minutos – tendo congestionamento e crescimento populacional como drivers importantes para o mercado de eVTOL. “Não é uma questão se a mobilidade aérea urbana elétrica vai acontecer, mas sim quando”, destacou Johann.

Marcella conduziu o debate ressaltando a importância de políticas públicas como o Programa Mover e o papel do financiamento via BNDES e Finep. Os participantes concordaram que a descarbonização precisa ir além do carro particular e incluir o transporte público e aéreo. “Nossa missão é estar à frente dessas informações, para que o segmento se estabeleça, se solidifique, e o consumidor tenha segurança de que essa transição vai vir da melhor maneira possível”, concluiu Toledo.