Neste relatório, apresentamos nossas estimativas para os resultados do 3T24 das empresas de tecnologia do Brasil sob nossa cobertura, incluindo POSI3, BMOB3, ALLD3 e LWSA3. No setor de Tecnologia/Mídia, esperamos que a Bemobi se destaque com fortes resultados tanto no crescimento quanto na lucratividade. A Locaweb também deve apresentar números ligeiramente positivos, com melhora da rentabilidade. Por outro lado, a Allied e a Positivo devem apresentar resultados mais fracos. A Positivo enfrenta a pressão do aumento dos custos logísticos e taxas de câmbio mais altas sem a capacidade de ajustar os preços, além da concorrência acirrada no mercado de computadores.
Mídia e Tecnologia. Acreditamos que a Bemobi seja o principal destaque do trimestre. Esperamos que a BMOB reporte resultados sólidos no 3T24, com um aumento de +15% A/A na receita líquida (+5% T/T). Em termos de lucratividade, prevemos uma expansão A/A de +60bps na margem EBITDA. Por fim, esperamos um lucro líquido de R$ 23 milhões (+41% A/A). Quanto à Locaweb, estimamos que a empresa apresente resultados ligeiramente positivos no 3º trimestre, apesar das fracas condições macro gerais no segmento de e-commerce. Em termos de rentabilidade, projetamos uma sólida margem EBITDA de 19,8% (+340 bps A/A), atingindo o nível mais alto desde as recentes aquisições.
Do lado oposto, acreditamos que a Allied e a Positivo reportarão resultados fracos no 3T24. Para a Allied, estimamos que a receita consolidada diminua em -1% A/A. Estimamos uma contração A/A de -80bps na margem EBITDA e um lucro líquido de R$ 9 milhões, representando uma queda A/A de 55%. Para a Positivo, esperamos um crescimento de 1% nas vendas A/A e uma contração A/A de -630bps na margem EBITDA. Vale destacar que este é o primeiro trimestre consolidando totalmente a aquisição da Algar Tech. Por fim, esperamos um lucro líquido negativo de - R$ 9 milhões.
Positivo (POSI3) – Compra
Esperamos resultados fracos para o 3º trimestre, com um crescimento de 1% nas vendas A/A, impulsionado principalmente pela menor receita de instituições públicas. Vale destacar que este é o primeiro trimestre consolidando totalmente a aquisição da Algar Tech. Em termos de rentabilidade, a empresa enfrenta a pressão do aumento dos custos logísticos e taxas de câmbio mais altas sem a capacidade de ajustar os preços, além de lidar com uma concorrência acirrada no mercado de computadores, o que nos leva a antecipar uma contração A/A de -630bps na margem EBITDA, atingindo 8%. Por fim, esperamos um lucro líquido negativo de - R$ 9 milhões.
Bemobi (BMOB3): Compra
Esperamos que a Bemobi apresente resultados sólidos no 3T24, com um aumento de +15% A/A na receita líquida (+5% de desempenho T/T), explicado principalmente pelo forte crescimento da receita na divisão de pagamentos no trimestre, devido às iniciativas em andamento no segmento de serviços públicos que estão indo bem. Em termos de lucratividade, prevemos uma expansão A/A de +60bps na margem EBITDA. Por fim, esperamos um lucro líquido de R$ 23 milhões (+41% A/A).
Locaweb (LWSA3) – Neutro
Estimamos que a LWSA apresente resultados ligeiramente positivos no 3º trimestre, apesar das fracas condições macro gerais no segmento de comércio eletrônico. Em termos de rentabilidade, projetamos uma sólida margem EBITDA de 19,8% (+340bps A/A), atingindo o nível mais alto desde as recentes aquisições. Essa melhoria é impulsionada pela expansão das margens do core business (ex-Squid) e pelo foco da empresa na consolidação de processos internos, levando à redução de custos. Por fim, esperamos um lucro líquido de R$ 44 milhões.
TOTVS (TOTS3) – Compra
Esperamos que a TOTVS apresente resultados sólidos no 3º trimestre, refletindo a manutenção de um bom ritmo de vendas e reajustes de preço, mostrando a resiliência de seu modelo de negócios no segmento de Gestão e sólida evolução no Business Performance. Em bases consolidadas, esperamos lucro líquido ajustado de R$ 196 milhões.
Gestão: Esperamos que a Totvs reporte resultados sólidos no segmento de gestão. Projetamos uma adição líquida de ARR de ~R$157 milhões (vs. R$147 milhões no 3T23). Estimamos receita recorrente de R$ 1.052 milhões (18,3% A/A). Do lado não recorrente, projetamos receita de licenças de R$ 51 milhões (-3,5% A/A) e receita de serviços de R$ 95 milhões (-1,0% A/A). Em relação à rentabilidade, esperamos que a Totvs reporte margem EBITDA de 25,7% (-70bps A/A).
Business Performance: Esperamos que a Totvs entregue resultados sólidos no segmento de Business Performance, embora em um ritmo um pouco mais lento do que nos últimos trimestres. Isso é atribuído à natureza puramente orgânica das adições líquidas do período, que contribuem para o crescimento e, ao mesmo tempo, aumentam a lucratividade. Prevemos um acréscimo de R$ 39 milhões em ARR e um crescimento de receita de aproximadamente 28% A/A. Em relação à rentabilidade, prevemos uma margem EBITDA de 10% (+290 bps A/A).
Techfin: Projetamos receita líquida após custos de captação de R$ 80 milhões (-18,2% A/A) e EBITDA positivo de R$ 7 milhões. Apesar da sazonalidade historicamente positiva para o segmento de techfin a partir do terceiro trimestre, acreditamos que a fragilidade do setor do agronegócio – devido a incêndios florestais e atrasos na colheita – limitará a recuperação do desempenho durante esse período.
Intelbras (INTB3): Compra
Esperamos que a Intelbras apresente resultados neutros no 3T24, mantendo uma dinâmica semelhante à do 2T24: crescimento da receita em ritmo sólido, enquanto as margens permanecem pressionadas por fatores cíclicos. Nossas estimativas indicam um aumento de +30% A/A e +2,4% T/T na receita consolidada, sugerindo uma ligeira aceleração sequencial no crescimento da receita. A forte aceleração A/A na receita deve-se a base de comparação mais fraca no 3T23, dadas as dificuldades que a empresa enfrentou no trimestre com menor sell-in durante esse período. Como destaque negativo, esperamos que as margens continuem pressionadas por custos logísticos mais altos devido à seca em Manaus, estoques mais caros devido à valorização cambial (a empresa reforçou seus níveis de estoque devido à seca) e um maior mix de produtos importados no segmento de comunicação. No segmento de títulos, estimamos um aumento de 28,0% A/A e +1,3% T/T na receita líquida, uma vez que os atrasos nos estoques acabados vêm se normalizando e a dinâmica de sell-out permanece em patamar elevado. Para o segmento de comunicação, prevemos um aumento de +35% A/A e +5,1% T/T, impulsionado pelo lançamento de novas parcerias com H3C e Fiberhome, que impactaram positivamente a receita e continuam a crescer organicamente. No segmento de energia, o aumento de +30% na receita A/A é atribuído a composições fáceis do ano passado e desempenho positivo nos segmentos de energia e solar. Este segmento continua a experimentar uma forte demanda, contribuindo para um crescimento estimado de 2,3% T/T. Em relação à lucratividade, esperamos uma queda de -190 bps A/A e -100 bps T/T devido aos impactos acima mencionados. A tendência de recuperação da rentabilidade deve ser adiada para o 4T24, com o início da produção local de SKUs de comunicação e a normalização de maiores níveis de estoque. Por fim, projetamos um lucro líquido de R$ 145 milhões, representando um aumento de +31,1% A/A.
Allied (ALLD3) – Neutro
Esperamos que a Allied apresente resultados fracos no 3T24, estimando uma redução de receita consolidada de -1% A/A. Embora o varejo físico esteja desempenhando bem, o segmento de distribuição enfrenta uma concorrência acirrada, impactando negativamente o crescimento e as margens da empresa. Como resultado, prevemos uma contração A/A de -80 bps na margem EBITDA. Por fim, esperamos um lucro líquido de R$ 9 milhões, representando uma queda A/A de -55%.
Eletromidia (ELMD3) – Compra
Esperamos que a Eletromidia apresente resultados positivos no 3T24, com um crescimento estimado da receita líquida de +25% A/A e 14% T/T. Apesar desses resultados robustos, é importante observar que o segundo semestre do ano normalmente mostra uma sazonalidade mais forte. Atribuímos esse desempenho à força da vertical de transporte, principalmente devido ao aumento da demanda impulsionado por eventos como o Rock in Rio. Destacamos a rentabilidade da companhia, com EBITDA esperado de R$104 milhões no 3T24 e margem EBITDA de 36,5% (+160 bps A/A e +480 bps T/T). Essa melhora pode ser atribuída a fatores como a integração da aquisição da Ótima, alavancagem operacional e expansão em verticais de negócios com margens mais altas, especificamente nas verticais de edifícios e ruas. Por fim, esperamos um lucro líquido de R$ 35 milhões, refletindo um aumento de 22% A/A e um aumento substancial de 160% T/T.
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