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Petrobras | 2T24: Trimestre agitado, resultados em linha, retornos fortes

A Petrobras divulgou seus resultados do 2º trimestre de 2024. Veja nossos comentários.

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P&L e dividendos em linha com a nossa estimativa, capex revisado para baixo e debate sobre dividendos extraordinários

Os resultados da Petrobras (PETR4) ficaram em linha com as nossas estimativas (+3%), mas abaixo do consenso (-5%). O resultado final foi um prejuízo líquido de US$ 344 milhões, impulsionado principalmente por itens não monetários. Ajustando para os itens não recorrentes, o lucro líquido teria sido de US$ 5,4 bilhões. O fluxo de caixa livre para o acionista (FCFE) ficou em US$ 3,7 bilhões, exatamente em linha com a nossa expectativa. O FCFE recorrente representa um yield anualizado de cerca de 20%, reforçando nossa visão positiva sobre a tese de investimento da Petrobras. Dividendos de cerca de R$ 13,6 bilhões (cerca de 2,9% de yield para ações preferenciais), em linha com a expectativa da XP e o consenso. Esperamos dividendos extraordinários antes do final do ano. A orientação de Capex para 2024 foi revisada para baixo para US$ 13,5 bilhões – 14,5 bilhões (de US$18,5 bilhões), abaixo da nossa estimativa de US$ 15 bilhões. Isso deve aumentar o fluxo de caixa livre, o que acreditamos que será bem recebido pelo mercado.

DRE em linha com a nossa estimativa

A Petrobras divulgou os resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24) nesta quinta-feira em linha com nossas estimativas, que eram mais conservadoras do que as de Street. O EBITDA recorrente de cerca de US$ 12 bi (-3,7% t/t, +0,4% a/a) foi marginalmente melhor que a nossa estimativa (+3%), mas -5% abaixo do consenso. Em nossa opinião, o declínio sequencial pode ser explicado pela menor produção (-3,6% t/t) e pelo menor preço da gasolina/diesel devido à depreciação do real, discutido na prévia do 2T24: Abraçando a incerteza – introduzindo o Modelo Diferencial XP.

A Petrobras registrou um prejuízo líquido de US$ 344 milhões no trimestre (vs. US$ 140 milhões de lucro líquido da nossa estimativa e US$ 3,3 bilhões de consenso). No entanto, isso não é motivo para preocupação. O prejuízo líquido foi causado por eventos pontuais e principalmente não monetários relacionados à depreciação cambial, a uma liquidação fiscal e a uma provisão atuarial. Ajustando para esses eventos pontuais, o lucro líquido teria sido de US$ 5,4 bilhões.

20% de yield anualizado do FCFE

A dívida líquida aumentou US$ 2,5 bilhões para US$ 46,2 bilhões no final do 2T24, enquanto a dívida financeira líquida (excluindo arrendamentos) ficou em US$ 12,9 bilhões (+US$ 3,3 bilhões t/t). O aumento da dívida é explicado por dividendos e recompras de US$ 7,3 bilhões, parcialmente compensados por vendas de ativos e capital de giro de cerca de US$ 0,3 bilhão. Com isso, o FCFE ficou em US$ 3,7 bilhões, exatamente em linha com a nossa estimativa, o que implica um yield de cerca de 4% no trimestre.

Para chegar a um FCFE recorrente, ajustamos ainda mais a liquidação de impostos de US$ 0,7 bilhão para chegar a cerca de US$ 4,4 bilhões, o que representa um yield anualizado de cerca de 20% nos preços atuais das ações. Isso está em linha com nossos modelos e reforça nossa visão positiva sobre a Petrobras, dada sua forte geração de caixa e dividend yield .

20% de yield anualizado do FCFE

A dívida líquida aumentou US$ 2,5 bilhões, para US$ 46,2 bilhões no final do 2T24, enquanto a dívida financeira líquida (excluindo arrendamentos) ficou em US$12,9 bilhões (+US$3,3 bilhões t/t). O aumento da dívida é explicado por dividendos e recompras de US$ 7,3 bilhões, parcialmente compensados por vendas de ativos e capital de giro de cerca de US$ 0,3 bilhão. Com isso, o FCFE ficou em US$ 3,7 bilhões, exatamente em linha com a nossa estimativa, o que implica um yield de cerca de 4% no trimestre. Para chegar a um FCFE recorrente, ajustamos ainda mais a liquidação de impostos de US$ 0,7 bilhão para chegar a cerca de US$ 4,4 bilhões, o que representa um yield anualizado de cerca de 20% nos preços atuais das ações. Isso está em linha com nossos modelos e reforça nossa visão positiva sobre a Petrobras, dada sua forte geração de caixa e dividend yield .

Dividendos da Petrobras: dividend yield de 2,9%

A Petrobras anunciou dividendos de cerca de R$ 13,6 bilhões (cerca de US$ 2,4 bi), em linha com a nossa estimativa e o consenso. O valor de cerca de R$ 1,05/ação (cerca de US$ 0,38/ADR) representa yield de cerca de 2,9% e cerca de 2,7% para ações preferenciais e ordinárias, respectivamente. As ações serão negociadas ex-dividendos em 22 de agosto.

A Petrobras também realizou R$ 772 milhões (cerca de US$ 140 milhões) de recompras de ações no 2T24. As distribuições totais seguiram a política de dividendos da companhia. No acumulado do 1S24, as distribuições anunciadas aos acionistas totalizaram R$ 27 bilhões, o que é mais do que o lucro líquido acumulado no primeiro semestre (R$ 20,6 bilhões). Isso ocorreu devido ao prejuízo líquido da Petrobras no 2T24. Como resultado, a Petrobras anunciou que os R$ 6,4 bilhões serão financiados a partir da reserva estatutária de remuneração de capital que foi criada anteriormente em 2024. Dessa forma, o saldo remanescente dessa reserva foi reduzido para R$ 15,5 bilhões, de R$ 22 bilhões no final do 1T24.

O que isso significa para os dividendos extraordinários?

A distribuição de dividendos ordinários financiados por essa reserva estatutária provocou um debate, em uma teleconferência realizada após a divulgação dos resultados, sobre se o uso da reserva estatutária reduzia o saldo disponível para futuros dividendos extraordinários. Isso não aconteceu. Qualquer dividendo extraordinário dependerá apenas da geração de caixa. A empresa não pretende acumular excesso de caixa e continuará a distribuir qualquer excesso de fluxo de caixa que não seja usado para investimentos ou pago na política de dividendos ordinários – independentemente do saldo dessa reserva estatutária. A Petrobras geralmente gera mais lucro líquido do que paga dividendos ordinários, portanto, é improvável que a reserva de lucros limite as distribuições futuras em um futuro próximo.

Devemos esperar dividendos extraordinários?

Sim, acreditamos que sim. Em nossas estimativas, é provável que a empresa gere um fluxo de caixa livre de US$ 6 bilhões a mais do que distribuirá em dividendos em 2024. Acreditamos que esse excesso de geração de caixa poderá se transformar em dividendos extraordinários em algum momento. As principais variáveis para essa decisão serão o financiamento da empresa para seus planos de investimento, que ficarão mais claros à medida que a empresa avançar em seu novo plano estratégico 2025-29. Acreditamos que poderá haver algum anúncio de dividendos extraordinários (não necessariamente o valor total que prevemos para o ano) antes do final do ano, provavelmente com a divulgação dos resultados do 3T24.

Menos capex, mais FCF

A execução do Capex é um tópico que temos discutido frequentemente com os investidores, uma vez que a taxa de execução nos últimos trimestres tem sido substancialmente menor do que a orientação para o ano. É interessante notar que a Petrobras revisou a orientação de investimento para 2024 para US$ 13,5 – US$ 14,5 bilhões (de US$18,5 bilhões). Isso é menor do que nossa expectativa anterior de US$ 15 bilhões.

O capex mais baixo para o ano significa que provavelmente haverá um fluxo de caixa livre mais alto, o que achamos que será bem recebido por Street. Aproveitamos esta oportunidade para destacar uma importante nuance no plano de investimento da Petrobras e o capex em sua demonstração de fluxo de caixa. O último (ou seja, o capex no demonstrativo de fluxo de caixa) é menor do que os investimentos anunciados pela Petrobras. A diferença (cerca de US$ 2 bilhões por ano) é explicada por arrendamentos (por exemplo, diárias de navios-sonda) usados em investimentos (por exemplo, construção de poços offshore). Esses arrendamentos são contabilizados em uma linha separada da demonstração do fluxo de caixa, “pagamentos de arrendamentos”.

Resultados da Petrobras x Expectativa da XP (US$ milhões)

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