Nessa temporada de resultados do terceiro trimestre de 2023 (3T23), os mercados estarão de olho no desempenho das empresas brasileiras diante um cenário global e doméstico ainda desafiadores.
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O que esperar para as empresas brasileiras
Nos últimos três meses de 2023, ativos brasileiros foram pressionados principalmente pelo cenário macro lá fora. Apesar do início do ciclo de corte de juros no Brasil, que historicamente foi positivo para a Bolsa, a combinação de vários fatores pesaram no mercado: (i) bancos centrais de países desenvolvidos ainda sinalizando que devem manter os juros mais altos por mais tempo; (ii) alta das taxas de juros longo prazo, impulsionado pelas Treasuries; (iii) uma recuperação da economia chinesa ainda tímida; e, domesticamente, (iv) riscos fiscais com discussões de potenciais mudanças na tributação das empresas.
Com isso, o Ibovespa caiu 1,3% em reais e 5,6% em dólares, um desempenho das ações globais (MSCI ACWI), que teve queda de 3,8% em dólares no mesmo período.
Com o cenário ainda desafiador tanto domesticamente quanto globalmente, as estimativas de lucros pra 2023 foram revisadas pra baixo.
Ao longo do terceiro trimestre, as projeções Lucro Por Ação (LPA) para esse ano caiu 4%, provavelmente explicado pelo cenário macro desafiador para as empresas. Para 2024, as estimativas LPA subiram levemente em 1,2% e, para 2025, ficaram praticamente de lado.
Uma temporada de resultados mista
De forma geral, a perspectiva para essa temporada de resultados é mista.
Em comparação com o 3o tri de 2022, o consenso espera uma queda do LPA, EBITDA e receita em -39%, -26% e -12%, respectivamente, para as empresas do Ibovespa segundo o Bloomberg.
Os preços de commodities subiram em relação ao trimestre anterior, com o índice Bloomberg Commodity com alta de, em média, quase 3% vs. 2T22, porém caíram 11% na comparação anual. O preço de petróleo subiu muito mais, com a média trimestral do Brent em +11% T/T, mas também caiu em -12% A/A, o que deverá pressionar o setor de Energia. Quanto ao câmbio, o Real se valorizou quase 7% contra o Dólar em relação ao 2T23, o que poderá pesar empresas ligadas a commodities e exportadoras.
Já olhando para os setores mais voltados para o consumo doméstico, ainda vemos o último trimestre como desafiador para as empresas brasileiras. Apesar do processo de desinflação em curso, as taxas de juros seguem em níveis restritivos, o que deve continuar a pressionar as empresas ligadas à economia doméstica.
Levando em conta as empresas cobertas pela XP (quase 150 empresas na cobertura), vemos uma contração agregada de ao redor de 4% de receita na comparação anual, -16% de lucros operacionais e -27% de lucro líquido. Lembrando que esses números devem mudar a medida que incorporamos mais prévias dos analistas, que serão publicadas nas próximas semanas.
A maioria dos analistas continuaram comentando que esperam um trimestre misto, similar à tendência vista no trimestre anterior. Esperamos que os seguintes setores sejam os destaques:
- Financeiro, na qual bancos incumbentes devem continuar a tendência do 2T23, com crescimento saudável da carteira de crédito (Itaú e Banco do Brasil devem ser destaques); Neo-Banks e Fintechs devem continuar mostrando melhorias na rentabilidade;
- Elétricas, com o setor continuando a mostrar resultados resilientes, com destaque para as distribuidoras por conta do maior consumo de energia depois das ondas de calor pelo país;
- Shoppings e Propriedades Comerciais, com forte crescimento de shoppings, com expectativa de resultados positivos para Iguatemi e Multiplan .
Prévia ESG dos resultados do 3T23: Tendências ESG e seu papel em destravar valor de longo prazo para empresas
Em termos de informações ESG para serem divulgadas na temporada de resultados do terceiro trimestre, esperamos que as empresas listadas brasileiras continuem relatando de forma recorrente o progresso em termos de metas ESG corporativas, compromissos e iniciativas, visando permitir o acompanhamento da evolução da agenda ao longo do ano.
Como mencionamos em nosso relatório 'Como os investidores cariocas estão vendo a agenda ESG?' (acesso aqui), diferente das rodadas anteriores de reuniões, quando as discussões sobre ESG estavam principalmente centradas em produtos, notamos que os investidores estão migrando para uma abordagem com maior foco na busca ativa por oportunidades de investimento por meio de companhias e setores específicos. Diante desse cenário, com o mercado cada vez mais atento ao papel do setor privado na transição energética, vemos uma demanda cada vez maior para que as empresas divulguem esforços relacionados ao pilar ambiental, com a divulgação dos resultados trimestrais sendo uma boa oportunidade para tal.
Da mesma forma, à medida que nos aproximamos da temporada de resultados do terceiro trimestre do ano, as empresas estão cada vez mais reconhecendo o papel das tendências ESG em destravar valor de longo prazo, com um maior consenso sobre ESG como uma agenda de oportunidade. Além disso, vemos os relatórios de sustentabilidade ganhando crescente destaque, tornando-se um aspecto importante da divulgação corporativa, apesar do nível de profundidade das informações variar de acordo com a empresa e o setor.
O que esperar para cada um dos setores
Agronegócio, Alimentos e Bebidas
Açúcar e Etanol: O 2T24 deve começar a refletir a recente queda nos custos (insumos agrícolas e fretes) e, portanto, se traduzir em melhores margens. Além disso, melhores preços do açúcar também devem ser um vento favorável, embora o pico recente ainda deve demorar um pouco para refletir nos resultados das empresas. No lado negativo, os preços do etanol ainda são menos atrativos na comparação anual, e as empresas enfrentarão uma base de comparação difícil. Portanto, a estratégia das vendas entre as empresas terá um papel fundamental em suas finanças.
Alimentos e Bebidas: Camil já divulgou seus resultados do 2T23 (ago/23), que foram mistos, em nossa visão. Por favor, consulte o relatório “Camil (CAML3) | Revisão de Resultados do 2T23: trimestre misto apesar da execução positiva” para mais informações. Esperamos tendências semelhantes para AmBev e M. Dias Branco. Um ambiente de consumo fraco deve afetar negativamente os volumes das empresas, em nossa opinião, o que deve frustrar parte dos investidores. No lado positivo, prevemos recuperação das margens para ambas as empresas, refletindo principalmente a queda nos preços das commodities.
Frigoríficos: Estamos projetando um trimestre misto para os frigoríficos dentro de nossa cobertura, refletindo a diversificação geográfica de proteínas entre as empresas. Considerando as divisões de Aves e Suínos, tanto no Brasil quanto nos EUA, temos a opinião de que o pior já passou. Portanto, projetamos margens em recuperação, principalmente como resultado da redução nos preços da ração, mas também devido à recuperação dos preços em função de uma perspectiva mais racional de oferta e demanda.
Também projetamos um trimestre forte para as operações de carne bovina no Brasil, como resultado da queda nos preços do gado, devido ao momento positivo do ciclo. No lado oposto, o ciclo do gado ainda é difícil nos EUA, e projetamos margens em queda devido à piora do spread.
Grãos: Para os produtores, esperamos que o fraco momentum nos resultados permaneça, refletindo a queda nos preços das commodities, embora as empresas devam enfrentar uma base de comparação fácil. Para os players que atuam na cadeia de insumos agrícolas, estamos projetando que o pior no setor ficou para trás. Portanto, estimamos que as vendas das empresas se recuperem e retomem sua tese de crescimento.
Veja aqui a prévia completa do setor de Agronegócio, Alimentos e Bebidas para o 3T23
Bancos & Mercado de Capitais
Antecipamos que os resultados do 3T23 provavelmente serão uma continuação das tendências observadas no trimestre anterior. Do lado dos bancos incumbentes, devemos ver outro trimestre de crescimento modesto da carteira de crédito, com os bancos apresentando sinais iniciais dos testes realizados recentemente com as linhas de crédito que eles desaceleraram a originação. Esperamos um leve aumento nos NPLs, refletindo as altas taxas de juros e o cenário macroeconômico desafiador. As empresas do mercado de capitais devem apresentar receitas pressionadas, já que os volumes de negociação e de negócios não foram como esperado após os fortes volumes registrados no final do 2T. No entanto, taxas maiores do que o esperado podem colaborar com o lucro líquido de algumas delas. Finalmente, esperamos que os Neo-Banks e Fintechs continuem mostrando melhorias na rentabilidade à medida que os ganhos da alavancagem operacional são realizados. Como resultado, reiteramos nossas preferências por Itaú (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3) e Inter&Co (INBR32).
Veja aqui a prévia completa do setor de Bancos & Mercado de Capitais e Neo-Banks e Fintechs para o 3T23
Bens de Capital
Prevemos um 3T23 misto para as empresas de Bens de Capital. Do lado positivo, esperamos: (i) que a Tupy seja o destaque, com melhores receitas e potenciais sinergias levando a uma melhor rentabilidade após resultados fracos nos últimos trimestres; com (ii) Marcopolo e Kepler Weber apresentando melhora após um 2T23 pressionado; e (iii) a Frasle mantendo os resultados fortes (embora em desaceleração). Olhando para a WEG, vemos uma perspectiva mista, com a demanda constante levando a um crescimento contínuo de receita (embora desacelerando), com as margens potencialmente contraindo, levando a discussões sobre rentabilidade no futuro. Por fim, esperamos que a Iochpe-Maxion seja o destaque do lado negativo, principalmente devido à piora dos níveis de rentabilidade no 3T23.
Veja aqui a prévia completa do setor de Bens de Capital para o 3T23
Construtoras
No segmento de baixa renda, as prévias operacionais do 3T23 mostraram sólidas vendas líquidas para a maioria das empresas, apoiadas por um cenário de forte demanda com novos tetos de preço no programa MCMV em pleno potencial. No entanto, os resultados devem apresentar um cenário misto: (i) As empresas que já estavam operando de forma rentável devem manter uma margem bruta forte, levando a mais um trimestre de crescimento de lucro líquido; e (ii) As empresas com processo de recuperação de rentabilidade em andamento devem melhorar gradualmente a margem bruta, mas ficando aquém dos níveis históricos, o que pode levar a resultados mais fracos.
No segmento de renda média/alta, as prévias operacionais do 3T23 mostraram lançamentos mais brandos em comparação com o 2T23, mas as vendas de estoque mantiveram um desempenho de vendas razoável para a maioria das empresas. No entanto, esperamos resultados mistos no trimestre. As vendas líquidas mais baixas em comparação com o 2T23 devem levar a um desempenho de receita líquida praticamente estável, o que parece saudável considerando os lançamentos mais baixos. Além disso, os descontos nas vendas de estoques ainda devem impactar negativamente as margens brutas, levando a níveis mais baixos em relação ao histórico para a maioria das empresas em nossa cobertura.
Veja aqui a prévia completa do setor de Construtoras para o 3T23
Educação
Os 3Ts historicamente são o segundo trimestre mais importante do ano para as empresas de ensino superior, devido ao ciclo de captação de meio de ano. Para o 3T23, esperamos: (i) números mistos de captação no segmento presencial, enquanto os volumes devem permanecer fortes no segmento digital; (ii) leve aumento de ticket tanto no ensino presencial quanto no digital; e (iii) escolas de medicina continuando a apresentar um comportamento defensivo em relação às bases de alunos, com algum potencial de aumento dos tickets. Notamos que a maioria das empresas que cobrimos possui alta alavancagem, o que deve continuar pressionando os fluxos de caixa e os lucros por mais um trimestre.
Veja aqui a prévia completa do setor de Educação para o 3T23
Elétricas e Saneamento
Após o apagão de agosto, vimos um aumento nos curtailments pelo operador, o que deve impactar negativamente os resultados do 3T23 das geradoras com maior exposição a energia eólica e solar. Soma-se a isso, tivemos um trimestre misto em termos de recursos eólicos, com julho forte, agosto fraco e setembro flat. Os níveis dos reservatórios permaneceram em níveis muito confortável no trimestre. Como resultado, o PLD continuou no piso. Assim, esperamos que as geradoras reportem um EBITDA mais fraco, salvo nos casos de entrada de novos ativos no seu portfólio.
O consumo de energia teve um pico durante setembro, devido a ondas de calor por todos o país, o que deve resultar em maiores volumes para as distribuidoras. Além disso, as distribuidoras que também devem refletir os processos de revisão tarifária ocorridos nos últimos 12 meses. Assim, esperamos que as distribuidoras reportem um EBITDA mais forte.
No caso das empresas de saneamento, esperamos que as empresas reflitam os reajustes tarifários mais recentes, especialmente no caso da Sabesp.
Sem surpresas, as empresas de transmissão de energia devem refletir um resultado mais forte devido a entrada do novo ciclo 23/24 da RAP.
Veja aqui a prévia completa do setor de Elétricas e Saneamento para o 3T23
Mineração & Siderurgia e Papel & Celulose
Prevemos um 3T23 geral fraco para as ações de Papel e Celulose sob nossa cobertura, embora esperemos que uma perspectiva melhor no 4T'23 mostre melhora em relação aos trimestres anteriores. Esperamos: (i) preços mais baixos de celulose e papel no 3T23 afetando o faturamento e rentabilidade; com (ii) uma melhor perspectiva para os preços de celulose no 4T23 após anúncios de aumentos de preços ao longo do 3T23 (embora anúncios de novos aumentos ainda não estejam claros neste momento) e volumes sazonalmente melhores. Nesse sentido, vemos: (i) Suzano e Klabin como os pontos negativos, apresentando quedas sequenciais de EBITDA (-24% T/T e -6% T/T, respectivamente), devido aos menores preços de celulose e papel; e (ii) Irani apresentando melhor desempenho no 3T (EBITDA +8% T/T), devido a melhores volumes e menores custos.
Esperamos um 3T23 misto para as ações de Mineração & Siderurgia. Destacamos: (i) maiores preços do minério de ferro no 3T23 (+3% T/T), apoiados por um otimismo renovado na China após incentivos governamentais; (ii) um ambiente desafiador para aumentos de preços na indústria siderúrgica, especialmente no Brasil, dados os maiores volumes de aço importado (preços de BQ e vergalhão -10% e -4% T/T em reais, respectivamente); e (iii) uma perspectiva de custos continuada sob pressão, contribuindo para uma piora no desempenho sequencial do EBITDA para todas as siderúrgicas, com um melhor desempenho relativo para as mineradoras. Vemos: (-) Usiminas, CBA e Gerdau como pontos baixos do 3T23 (EBITDA em níveis negativos para Usiminas, -45% e -19% T/T para CBA e Gerdau); e (+) CMIN e Vale apresentando desempenhos mais fortes (EBITDA +57% e +13% T/T, respectivamente).
Veja aqui a prévia completa do setor de Mineração & Siderurgia e Papel & Celulose para o 3T23
Petróleo, gás e petroquímicos
Durante o 3T23, os preços médios do Brent subiram 11%, passando de U$ 78,43 para U$ 86,69, enquanto a taxa de câmbio BRL/USD diminuiu 1,7%. Como resultado, o Brent denominado em moeda local aumentou 8,6%. O desempenho da commodities deverá proporcionar um impulso adicional nos resultados para as empresas de petróleo e gás sob nossa cobertura; no entanto, as empresas estão submetidas a particularidades de cada uma. A Petroreconcavo continua a enfrentar desafios como escoamento de produtos, enquanto a Prio e a 3R deverão refletir melhor os efeitos do aumento da produção e da alavancagem operacional (embora a última ainda enfrente lifting costs mais elevados). Para a Petrobras, os analistas devem se concentrar em entender os objetivos da gestão e avaliar as probabilidades de pagamento de dividendos. Para as empresas do setor petroquímico, esperamos que a queda trimestral dos spreads e das taxas de utilização pressionem as margens.
Veja aqui a prévia completa do setor de Petroleiras para o 3T23
Saúde
Para os pagadores, a sinistralidade do 3T geralmente tem um leve aumento sequencial, embora esperemos ver um comportamento diferente no 3T23, considerando que: (i) o 2T23 deve ser uma base de comparação fácil, uma vez que essa métrica está atualmente próxima de sua máxima histórica; (ii) os preços estão sendo ajustados de forma agressiva; e (iii) as empresas têm adotado várias iniciativas para ajudar a reduzir os custos assistenciais.
Para os prestadores hospitalares, esperamos que mix e aumento de preços e de utilização traga algum alívio na receita, enquanto os laboratórios e prestadores de oncologia devem continuar crescendo e se beneficiando de maior alavancagem operacional. A dinâmica negativa enfrentada pelos pagadores pode continuar pressionando a cadeia de valor da saúde, e as empresas com menos exposição a esses efeitos devem apresentar melhores resultados.
Notamos que o clima atipicamente mais quente está impactando diretamente o mercado de antigripais e, portanto, a Hypera. Por esse motivo, não esperamos que a empresa alcance o guidance de receita para 2023, embora as reduções de custos possam ajudar nas margens, fazendo com que o EBITDA a convirja para o guidance anual proposto. A Blau deve continuar enfrentando dificuldades no mercado de imunoglobulina, mas com algum efeito positivo da aquisição da Bergamo e das operações da P210 entregando maiores volumes. Por fim, esperamos que a Viveo continue entregando resultados positivos T/T, principalmente por meio das verticais de hospitais, vacinas e varejo.
Veja aqui a prévia completa do setor de Saúde para o 3T23: Parte 1 e Parte 2.
Shoppings e Propriedades Comerciais
Operacionalmente, esperamos ver outro trimestre com um ritmo de crescimento mais normalizado para os shopping centers. Assim, esperamos ver um desempenho saudável das vendas dos lojistas, ajudado pelo mês de julho, com as vendas aumentando acima do nível geral esperado (+10,9% para a Multiplan e +11,3% para o Iguatemi). No entanto, não acreditamos que as vendas tenham mantido esses níveis durante agosto e setembro, levando potencialmente a um crescimento de um dígito (A/A) no 3T23. Além disso, o aluguel nas mesmas lojas (SSR) das empresas deve aumentar em um ritmo mais brando, afetado pela dinâmica negativa do IGP-DI e do IGP-M (LTM) (IGP-DI em -5,97% A/A e IGP-M em -5,34% A/A, no 3T23). No entanto, ainda vemos espaço para o aumento dos níveis de ocupação e leasing spreads sólidos no trimestre, o que deve ajudar as receitas de aluguel a aumentarem na comparação A/A, mas estáveis T/T.
As margens EBITDA devem manter um crescimento resiliente A/A, impulsionado principalmente por ganhos de eficiência. Nesse sentido, destacamos a Iguatemi com uma margem EBITDA aumentando 8,0 p.p. A/A, devido aos menores custos no segmento de varejo. Em suma, esperamos resultados positivos para os shopping centers no trimestre, o que deve levar a uma forte expansão do FFO (Multiplan +18% A/A e Iguatemi +32% A/A).
Veja aqui a prévia completa do setor de Shoppings e Propriedades Comerciais para o 3T23
Telecomunicações, Mídia e Tecnologia
Setor de Telecomunicações: Mantemos uma perspectiva neutra sobre os resultados do 3T23 para os ISPs em nossa cobertura, incluindo BRIT3, FIQE3 e DESK3. É importante notar que as persistentes condições macroeconômicas desafiadoras e a intensificação da concorrência tiveram um efeito adverso nas adições líquidas totais. A confluência de competição acirrada e um cenário econômico difícil tem apresentado desafios para repassar aumentos de preços aos consumidores. No lado positivo, ressaltamos a Desktop por alcançar um forte crescimento na receita por meio de uma combinação de expansão orgânica e inorgânica. Voltando nossa atenção para as principais empresas de telecomunicações, antecipamos fortes desempenhos financeiros tanto da Vivo quanto da TIM no 3T. As iniciativas estratégicas da Vivo nos segmentos pós-pagos e fixos, juntamente com ajustes de preços, estão posicionadas para impulsionar o crescimento da receita e expandir as margens do segmento móvel. No segmento FTTH, o aumento das vendas e os ajustes de preços também devem gerar resultados positivos. Da mesma forma, o crescimento da receita da TIM será impulsionado por aumentos de preços e dinâmicas competitivas favoráveis, e somado ao término do contrato TSA com a Oi devem impulsionar a rentabilidade.
Setor de Tecnologia: Neste trimestre, esperamos que a TOTVS seja a empresa com melhor desempenho. Apesar do mercado de tecnologia volátil, a TOTVS está posicionada para se beneficiar de sua robusta geração de caixa e resiliência nas suas linhas de negócios, especialmente no segmento de gestão e na evolução positiva no segmento de Business Perfomance. Por outro lado, a Techfin pode continuar enfrentando impactos negativos decorrentes de incertezas macroeconômicas em curso. No lado negativo, a Intelbras é o principal destaque.”
Veja aqui a prévia completa do setor de Telecomunicações, Mídia e Tecnologia para o 3T23
Transportes
Do lado positivo, destacamos: (i) desempenho positivo de EBITDA da Rumo (R$ 1,7 bilhão; +21% A/A) por (a) um forte desempenho de volume (+4% A/A) e com níveis recordes em setembro, e (b) mais um trimestre com yield positivo (+5% A/A) dando continuidade à dinâmica observada desde o início do ano; e (ii) Ecorodovias após uma surpresa positiva no desempenho do tráfego no trimestre (6,9% A/A vs. +4,5% A/A da ABCR), uma vez que o tráfego de veículos leves cresceu devido ao aumento da demanda por lazer, beneficiando a alta exposição de receitas da empresa às estradas costeiras.
Do lado negativo, destacamos (i) Vamos, com as concessionárias continuando a prejudicar os resultados (lucro líquido de R$ 115 milhões; +7% T/T e -24% A/A), já que as vendas de caminhões Euro 6 e máquinas agrícolas permanecem fracas. Ressaltamos, porém, que (a) a diretoria indicou melhora ao longo do trimestre, e (b) as operações de aluguel continuaram apresentando crescimento sequencial; e (ii) Movida, já que a contínua normalização dos Seminovos foi o principal motivo do desempenho mais fraco (-R$ 74 milhões vs. -R$ 18 milhões no 2T23), com a margem EBITDA comprimindo 4,7p.p. T/T para 3,1%; com a maior depreciação e os resultados financeiros também pressionam o lucro líquido.
Veja aqui a prévia completa do setor de Transportes para o 3T23
Varejo
Mais um trimestre desafiador para as varejistas. No geral, esperamos um terceiro trimestre fraco para o setor, possivelmente sendo o ponto de inflexão de resultados para as varejistas, uma vez que o quarto trimestre deverá contar com bases de comparação fáceis, clima favorável e uma melhora marginal do cenário macro (inflação e taxas de juro mais baixas).
Deflação alimentar continua um vento contrário para os resultados. No varejo alimentar, esperamos novamente uma performance negativa de vendas mesmas lojas, impactada pela inflação alimentar, dinâmica de volumes pressionada pela baixa renda disponível e pelo aumento da concorrência, enquanto a rentabilidade deve vir pressionada pelos robustos planos de expansão das empresas e pelo processo de maturação das lojas. GMAT deve superar seus pares na dinâmica vendas mesmas lojas novamente, enquanto esperamos que o CRFB seja o destaque negativo.
Alta renda desacelerando, porém resiliente. No consumo discricionário, as varejistas de alta renda continuam apresentando crescimento sólido de faturamento, com Vivara e T&F se destacando nesse quesito. Quanto aos varejistas de média/baixa renda, esperamos resultados fracos por conta de poder de compra ainda frágil, comprometendo o crescimento das receitas e levando a margens pressionadas por conta de maiores descontos, enquanto os índices de inadimplência permanecem elevados. Por fim, empresas em processo de reestruturação, como ALPA e MLAS, deverão continuar apresentando resultados fracos.
Não dá pra fugir do macro. No ecommerce, esperamos ver um crescimento modesto do faturamento pelo ambiente macro ainda desafiador, enquanto as margens devem continuar pressionadas pela desalavancagem operacional e níveis de alavancagem ainda estão altos. Esperamos que a BHIA seja o destaque negativo com crescimento e rentabilidade pressionados.
Farma é um porto seguro. Em farma, esperamos crescimento sólido de receita, apesar de um menor reajuste de preços, enquanto a rentabilidade permanece resiliente por alavancagem operacional e/ou melhorias operacionais.
Veja aqui a prévia completa do setor de Varejo para o 3T23