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Influenciado por decisões de juros, Ibovespa tem queda de 2,31% na semana

Não conseguiu acompanhar de perto o mercado durante a semana? Resumimos para você os principais destaques!

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Ibovespa: -2,31% | 116.009 pontos

Em semana marcada por decisões de política monetária em vários países, o Ibovespa teve queda de 2,3%, aos 116.009 pontos. Além das decisões de juros nos Estados Unidos, Reino Unido, Japão e Brasil, mercados também ficaram atentos ao relatório de receitas e despesas do governo brasileiro e ao anúncio de uma proibição temporária de exportação de combustíveis da Rússia, que pressionou o preço do petróleo.

No Brasil, o principal destaque foi o corte de 0,5 p.p. na taxa Selic, já esperado pelos mercados, levando-a para 12,75% ao ano. O comunicado pós-reunião do Copom reforçou a importância da "firme persecução" das metas fiscais pelo governo, conforme estabelecido pelo arcabouço, e indicou que o ritmo atual de cortes como o mais adequado. Na semana passada, o fiscal voltou aos holofotes nessa sexta-feira após divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas, refletindo as dificuldades do governo de aumentar a arrecadação de impostos no curto prazo, enquanto despesas obrigatórias devem seguir aumentando.

O evento de maior destaque da semana na seara internacional, foi a decisão do Comitê de Política Monetária dos EUA (FOMC) pela manutenção das taxas de juros na faixa entre 5,25% e 5,50%. O discurso pós-comunicado do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmando que as taxas devem permanecer em patamares elevados por mais tempo e que podemos voltar a ver altas nos juros americanos, o que pesou no mercado. Com isso, os juros das Treasuries (título do tesouro americano) de 10 anos subiram 10 bps, alcançando 4,43% ao final da semana.

A decisão dos bancos centrais também foi pela manutenção do nível das taxas de juros no Reino Unido (com sinalização de que novas altas podem acontecer se pressões inflacionárias persistirem), no Japão e na China.

Neste último, a semana foi marcada por um acordo entre incorporadoras com credores, com o intuito de aliviar as pressões no setor imobiliário chinês. Outra discussão que ganha espaço no país asiático, é a flexibilização por parte dos governos locais das regras para o investimento estrangeiro direto em empresas chinesas públicas e listadas, como forma de apoiar a recuperação econômica local.


Mercados

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados até 22/09/2023.


Câmbio e juros

O Dólar fechou a semana em alta de 1,48% em relação ao Real, em R$ 4,94/US$. Na Renda Fixa, a curva de juros futuros, com exceção dos vencimentos de curto-prazo, apresentou alta. A curva DI para o vértice janeiro/27 abriu 16 bps, atingindo 10,50%.

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados até 22/09/2023.


Fluxo de estrangeiros na Bolsa brasileira

Nessa semana, houve uma saída de capital estrangeiros da Bolsa em cerca de R$ 210 milhões. Já o saldo de investidores institucionais foi negativo em R$1,18 bilhão, enquanto investidores Pessoa Física registraram um saldo positivo de R$ 730 milhões.

Fonte: Bloomberg, Research XP. Dados de fluxo até 22/09/2023.


O que esperar para semana que vem?

Na agenda internacional, dirigentes do Fed e do ECB discursarão publicamente ao longo da semana, podendo dar pistas adicionais sobre a condução da política monetária adiante. Na 5ª-feira, atenções voltadas à divulgação da leitura final do PIB do 2º trimestre nos Estados Unidos. A segunda estimativa registrou crescimento de 2,0% ante o trimestre anterior (em termos anualizados e dessazonalizados). Os principais eventos da semana se concentram na 6ª-feira: índice de preços ao consumidor da zona do euro referente a setembro e inflação medida pelo núcleo do deflator das despesas de consumo pessoal (PCE) nos Estados Unidos relativa a agosto.

No Brasil, agenda econômica repleta de divulgações importantes. Após anunciar nova redução de 0,50pp na taxa Selic nesta semana, o Banco Central publicará a Ata do Copom (3ª-feira) e o Relatório Trimestral de Inflação (5ª-feira). Os agentes de mercado esperam análises sobre o impacto das taxas de juros mais altas no cenário global e o grau de ociosidade na atividade doméstica (hiato do PIB), entre outros temas. No campo de indicadores econômicos, destaque para o IPCA-15 de setembro (3ª-feira), que deve mostrar elevação mensal de 0,35% segundo as nossas estimativas (alta de 5,00% em 12 meses). As principais estatísticas do mercado de trabalho também serão divulgadas na próxima semana. O CAGED (5ª-feira) deve apresentar ritmo moderado de geração de vagas formais em agosto (prevemos 168 mil), enquanto a PNAD Contínua (6ª-feira) provavelmente exibirá queda adicional - embora modesta - da taxa de desemprego no mês passado (de 7,9% para 7,8%). Além disso, a agenda traz os resultados do setor externo (2ª-feira), mercado de crédito (4ª-feira) e contas fiscais em agosto. Em relação ao último, estimamos déficits primários de R$ 24,3 bilhões para o governo central (5ª-feira) e R$ 24,1 bilhões para o setor público consolidado (6ª-feira). 


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