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Petrobras (PETR4) | Relatório de Produção e Vendas 1T23

A Petrobras divulgou seu relatório de produção e vendas referente ao 1T23

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Sem grandes surpresas, todas as atenções em 11 de maio estarão voltadas para os dividendos

A Petrobras divulgou hoje seu relatório de Produção e Vendas do 1T23. Os resultados vieram majoritariamente em linha: a produção de O&G do Brasil foi de -2% vs. XPe, e a produção de derivados de petróleo foi de -3% vs. XPe. Também estamos divulgando nossas estimativas para os resultados financeiros do 1T23 da Petrobras. Projetamos um EBITDA Ajustado de US$ 13,5 bilhões (-3% T/T). Estimamos dividendos a serem declarados em ~US$ 4,5 bilhões (~R$ 1,9/ação ou ~US$ 0,7/ADR), mas há riscos de a nova diretoria optar por ignorar a atual política de dividendos e não declarar remuneração aos acionistas. Ainda vemos as ações da Petrobras muito baratas, mas os riscos políticos continuam aumentando, enquanto os dividendos daqui para frente devem ser menos previsíveis.

A Petrobras divulgou hoje seu relatório de Produção e Vendas do 1T23. Os resultados vieram, em sua maioria, alinhados: a produção de O&G do Brasil foi de -2% vs. XPe e a produção de derivados de petróleo foi de -3% vs. XPe.

Exploração & Produção: A produção brasileira de Petróleo+LGN ficou em 2.141 Kboed (+1,4% T/T e -4,2% A/A). A produção aumentou no pré-sal (+3,8% T/T), principalmente devido ao ramp-up da P-71, no campo de Itapu, entrada em operação de 4 novos poços na Bacia de Campos e maiores eficiências de produção. Por outro lado, a produção no pós-sal recuou (-4,5%), principalmente devido ao encerramento da produção das plataformas P-18 e P-20 e desinvestimentos de Albacora Leste e Papa-Terra, além da queda natural da produção. No geral, a participação do pré-sal no petróleo brasileiro foi de 79% (vs. 78% no 4T22). A produção comercial de O&G chegou a 2.352Kboed (quase estável no T/T).

Refino, Transporte e Comercialização: Produção de derivados caiu -4,2% no trimestre e -4,3% no ano, impactada pelas paradas programadas na REVAP, REFAP e RPBC (em REFAP e RPBC foram as maiores da história dessas refinarias) e pela venda de REMAN . O fator de utilização da carga fresca processada foi de 82% (vs. 84% no 4T22 e 85% no 1T22). As vendas de derivados no mercado doméstico caíram 5,5% no trimestre, mas ficaram estáveis em relação ao 1T22, impulsionadas pelo óleo diesel e gasolina, cujo consumo é sazonalmente mais fraco no 1T.

Gás e Energia: a geração de eletricidade da Petrobras caiu 9,6% no trimestre e 66% no ano. As vendas de gás natural recuaram -6% no trimestre e -24% A/A devido à menor demanda nos segmentos termelétricos (-5%) e não-termelétricos (-6%), este último devido à menor demanda do segmento industrial no período. A entrega nacional de gás caiu -6% T/T e -14% A/A devido à menor produção da Petrobras e redução nas compras de terceiros.

Também estamos divulgando nossas estimativas para os resultados financeiros do 1T23 da Petrobras (11 de maio). Esperamos outro trimestre sólido para a empresa, apesar dos preços mais fracos do Brent (-8% T/T).

Estimamos um EBITDA Ajustado de US$ 13,5 bilhões (-3% T/T), com margens maiores compensando parte da queda de 14% T/T na Receita Líquida. Considerando que a Política de Dividendos permanecerá em vigor até lá, e que a empresa continue gerando níveis saudáveis de caixa (sem contar que a Petrobras capitalizou ~USD 2 bilhões na venda de ativos durante o 1T23), acreditamos que o cenário mais provável será que A Petrobras anunciará um dividendo trimestral de acordo com a fórmula mínima (60% do fluxo de caixa operacional menos CAPEX). Estimamos dividendos a serem declarados em ~US$ 4,5 bilhões (~R$ 1,9/ação ou ~US$ 0,7/ADR, equivalente a 8% yield para PETR4, 32% anualizado), mas há riscos de a nova diretoria optar por ignorar a atual política de dividendos e não declarar remuneração aos acionistas.

E agora? Acreditamos que a Petrobras em breve deixará de precificar os derivados de petróleo por paridade de importação (“PPI”) para algo mais próximo de uma paridade de exportação (“PPE”) e abolirá a atual política de dividendos. Mas, em nossa opinião, os maiores riscos de caixa no curto/médio prazo permanecem em fusões e aquisições e passivos contingentes. Ainda vemos as ações da Petrobras muito baratas, mas os riscos políticos continuam aumentando, enquanto os dividendos daqui para frente devem ser menos previsíveis.

Figura 1: Revisão do Relatório de Produção e Vendas – XP x Consenso

Figura 2: Taxa de Utilização das Refinarias (%)

Figura 3: Importações dos últimos 4 trimestres (kbbl/d)

Figura 4: Estimativas Financeiras para o 1º trimeste

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