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Neobanks & Fintechs: O que esperar da temporada de resultados do 4T22?

Prévia dos resultados do 4T22 para o setor financeiro - CASH3, INBR32 e NUBR33.

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Apesar do ambiente desafiador no 4T22 com resquícios políticos das eleições, aumento da inadimplência e altas taxas de juros, esperamos que os neobanks continuem apresentando crescimento robusto no período e ampliem a monetização de sua base de clientes. Para Méliuz, embora prevejamos um prejuízo líquido, vemos seus resultados trimestrais como secundários, com o foco principal ainda sendo o negócio em andamento com o BV.

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Neobanks:

  • Inter: Vemos mais um trimestre de forte expansão em sua base de clientes, fechando o ano com 24,7 milhões de clientes (+51% A/A). Isso deve continuar alimentando o crescimento da Margem Financeira (NII) no 4T22 e sustentando a melhora de seus resultados no período de R$ 32,6 milhões. Embora esse resultado implique um ROAE relativamente baixo no trimestre, vemos esse resultado como um indício de melhoria gradual da lucratividade em direção à sua meta de 30% em 5 anos.
  • Nu: Esperamos que a aquisição de clientes da Nu continue forte no 4T22, consolidando ainda mais sua posição como uma das maiores instituições financeiras do Brasil em termos de clientes e fechando a lacuna com os bancos incumbentes. Na frente financeira, prevemos uma melhoria contínua em sua margem de lucro, contribuindo cada vez mais para seus resultados, apesar da deterioração marginal da NPL no quarto trimestre.

Fintechs:

  • Méliuz: Em nossa visão, o fraco desempenho das vendas do e-commerce da última Black Friday deve levar a alguma pressão sobre seu GMV Brasil. Do lado positivo, sua robusta posição de caixa e menores despesas com cashback devem compensar parcialmente esse desempenho e levar a um prejuízo líquido menor de R$ 18,2 milhões (T/T relativamente estável). Dito isto, acreditamos que a aprovação da venda do Bankly e da participação dos acionistas de referência para o BV permanecerá no centro das atenções nas próximas semanas e ditará o movimento de preço das ações.

Neobanks

Inter & Co (INBR32) | Compra; Preço-alvo R$ 18,00/ação

Esperamos resultados moderados no 4T22 para a Inter&Co, com sólido crescimento de receita, embora em ritmo mais lento do que nos trimestres anteriores, entre os neobanks. Este aumento deve ser impulsionado em grande parte pelo forte crescimento da base de clientes (para 24,7 milhões), bem como pela recente reprecificação de seus produtos. Assim, esperamos que a Receita Bruta atinja R$1,678 bilhão (+51% A/A e +11% T/T). Prevemos que o GMV da Intershop seja afetado negativamente pelas vendas mais fracas da Black Friday. As taxas de inadimplência devem aumentar ligeiramente no 4T22 para 3,9% (+10bps T/T), o que vemos como saudável e ainda abaixo dos níveis pré-pandemia. Com isso, esperamos um lucro líquido recorrente de R$ 32,6 milhões no trimestre, resultando em um ROE de -0,2% (XPe) para o Inter&Co.

Nubank (NUBR33) | Neutro; Preço-alvo R$ 4,00/ação

Esperamos um resultado trimestral sólido para a Nu. A aquisição de clientes deve manter seu bom ritmo aliado à maior alavancagem operacional (aumento do ARPAC e estabilidade do Cost to Serve), consistente com sua estratégia de maior rentabilidade por meio da manutenção do alto índice de atividade aliado à monetização desses clientes. A reprecificação de suas linhas de crédito combinada com o menor custo de captação deve impulsionar seu NII (+149% A/A e +24% T/T). Adicionalmente, prevemos um aumento marginal na inadimplência (+10bps para 4,8%). Do lado G&A, esperamos um impacto não recorrente do encerramento do “Contingent Share Award” de 2021, anunciado anteriormente em novembro de 2022. Como resultado, esperamos um prejuízo líquido de US$ 176,6 milhões (lucro líquido de US$ 40,4 milhões ex-CSA, contra US$ 7,8 milhões no 3T22).

Fintechs

Méliuz (CASH3) | Compra; Preço-alvo R$ 2,00/ação

Esperamos um trimestre resiliente para Méliuz. A receita líquida deve apresentar um aumento de 11% A/A, esse desempenho foi explicado em grande parte pela maior taxa de take rate (+200 bps para 2,4% no 4T22) que mais do que compensou o GMV pressionado (-20% A/A) devido ao desempenho mais fraco na última Black Friday e durante a Copa do Mundo da FIFA. Em shopping internacional (Picodi) prevemos um trimestre de queda também (-33% A/A). Por outro lado, Serviços Financeiros e Bankly devem registrar números positivos, crescendo 35% e 3% T/T, respectivamente. Na frente das despesas operacionais, apesar da inflação no período, esperamos uma queda de 2% A/A, impulsionada por menores despesas com Cashback. Com isso, esperamos um prejuízo líquido de R$ 18,2 milhões, 38,9% inferior ao 4T21 (e estável T/T).

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