VIX: o que é o “índice do medo”?

Em períodos de elevadas incertezas, investidores tendem a adotar uma postura de aversão a risco, ou seja, migrar seus investimentos de ativos mais arriscados para opções mais seguras. Uma das formas de medir essa aversão é o chamado “índice do medo”, ou VIX.

A seguir, saiba como funciona o VIX, seu histórico de pontuação e como ele pode ajudar na leitura do comportamento dos mercados.

O que é o VIX?

Criado em 1993, o CBOE Volatility Index, ou Índice de Volatilidade em português, mede a volatilidade esperada para os próximos 30 dias dos ativos na Bolsa dos Estados Unidos (EUA).

Esse indicador mede as expectativas dos investidores sobre as ações que compõem o S&P 500, um dos principais índices do mundo e onde estão concentradas as empresas listadas mais relevantes dos EUA.

O VIX tem correlação negativa com a performance do mercado de ações: quanto mais altos forem os números do VIX, maior tende a ser a incerteza global entre os investidores – e, portanto, mais acentuada é a queda dos ativos de forma geral.

Como ler o VIX

O VIX é interpretado de acordo com níveis de pontuação:

• Entre 0 e 15 pontos – Volatilidade baixa: indica otimismo no mercado.
• Entre 15 e 20 pontos – Volatilidade moderada: indica um ambiente normal do mercado.
• Entre 20 e 25 pontos – Volatilidade média: indica preocupação crescente no mercado.
• Entre 25 e 30 pontos – Volatilidade alta: indica turbulência no mercado.
• Acima de 30 pontos – Volatilidade extremamente alta: indica período de extrema turbulência no mercado.

Para medir a volatilidade implícita, o VIX considera preços de um grupo específico de opções de compra (call) e venda (put) no S&P 500, uma vez que o índice representa cerca de 80% de todo o valor de mercado das ações americanas – o que assegura que o VIX represente uma visão ampla da volatilidade implícita dos mercados.

O cálculo de volatilidade do VIX é feito de forma automatizada e utiliza uma fórmula matemática complexa elaborada pelo Chicago Board Options Exchange (CBOE), que criou o índice.

Histórico do VIX

Nos mercados, a volatilidade costuma aumentar em períodos de turbulência ou quando a economia está dando sinais de recessão. Nesses casos, o VIX tende a subir.

Já quando os preços dos ativos sobem e não há grande possibilidade de mudanças drásticas no horizonte, o índice tende a cair ou permanecer estável no limite inferior da escala.

Na crise do coronavírus, o VIX reapareceu no “boca a boca” dos mercados. A pandemia mexeu com as bolsas ao redor do mundo, levando o índice às alturas.

Em março de 2020, o VIX atingiu sua pontuação máxima histórica para um fechamento, chegando aos 82,69 pontos após disparar mais de 40% em um único dia. O recorde anterior era de 2008, ano da crise financeira global causada por uma bolha imobiliária nos EUA. As tensões geopolíticas com o início da guerra na Ucrânia reforçaram o movimento de alta do VIX.

Nunca é por acaso que o VIX aumenta. Geralmente, a volatilidade nos mercados ocorre devido a choques, podendo estes ser menores ou maiores.

Como o VIX pode te ajudar na hora de investir

Considerado um termômetro do sentimento dos investidores, o VIX pode se tornar uma grande ferramenta para avaliar o nível de risco no mundo dos investimentos.

Acompanhar o VIX permite que você faça ajustes na estratégia de acordo com o momento atual e as expectativas dos mercados.

Mapear tendências, saber quando tomar mais risco ou se apoiar em ativos mais seguros e encontrar oportunidades de investimento em momentos de baixa do mercado acionário: tudo isso é possível fazendo uma boa leitura do VIX – e, claro, de outros índices importantes.

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